CNV 2020: Pausa na Oliveira Cup este ano
Foram quase 300 pilotos que o troféu-escola Oliveira Cup, desenvolvido pelo piloto de MotoGP Miguel Oliveira e o seu pai, Paulo Oliveira, iniciou nas suas 3 edições. O projeto pioneiro desenvolvido em Portugal faz agora uma pausa em 2020.
O projecto, direccionado para encontrar pilotos de motociclismo de velocidade, no qual a dupla Oliveira assumiu partilhar a experiência de percurso do único piloto português no campeonato do mundo de MotoGP, contribuiu para formar e ajudar jovens aspirantes a pilotos a participar nos campeonatos nacionais e internacionais.
Desta iniciativa resultaram já 8 pilotos a competir em campeonatos internacionais em 3 categorias distintas, alcançando resultados de relevo, lançando também 9 pilotos para o campeonato nacional, pilotos que ocupam regularmente lugares do pódio e vencem títulos.
Para além da formação desportiva, a dupla não descurou a importância da imagem e proporcionou aos jovens ferramentas e conteúdos para se elevarem enquanto pilotos junto dos fãs e patrocinadores. Paralelamente, foi também trabalhada a área do desenvolvimento pessoal, permitindo aos jovens uma aproximação diferenciada na competição, na vida e nos estudos.
Na temporada de 2019 a Oliveira Cup teve uma média de 43 pilotos inscritos por prova, dos quais quase três dezenas com idades inferiores a 15 anos, mas foram criadas perto de 300 oportunidades para interessados conhecerem de perto e experimentar a modalidade.
Embora o projecto se tenha iniciado em 2017, foi no final de 2015 que a ideia surgiu, mas a falta de participantes inviabilizou nesse ano o arranque do mesmo.
‘Em 2015 conhecemos as pequenas RAV e fiquei logo a magicar o que se poderia fazer. Estávamos num ano muito bom com o Miguel, e não foi difícil encontrar parceiros para organizar algo diferente. Na altura havia o Troféu Velocidade 2020, mas também não tinha participantes. Foi um desafio que perdemos. No entanto, em 2016, junto com a minha família, entendemos que deveríamos promover o projecto e o motociclismo em salões e eventos onde tal era possível, investindo assim o nosso tempo e dinheiro para dar a conhecer este desporto que tantas alegrias nos concede. No final desse ano resolvemos comprar 12 motos iguais, mas já não tínhamos os apoios do ano anterior. Ainda assim avançámos e fizemos no primeiro ano um investimento bastante avultado. Foi um sucesso, e no segundo ano conseguimos atrair patrocinadores que nos ajudaram a minimizar os custos, que mesmo assim foram consideráveis para nós enquanto família.’ afirma Paulo Oliveira.
‘No terceiro ano apostámos não só na competição como também numa imagem de retorno forte para pilotos e patrocinadores, e voltámos a superar-nos. Do ponto de vista desportivo os pilotos foram mais fortes e consistentes, de tal forma, que levámos alguns dos jovens a participar num dos campeonatos mais competitivos de Espanha, o CEV, onde conseguimos adjudicar 2 pódios na temporada. Em resumo, provámos que em Portugal há muito e bom talento e que apenas é necessário criar as oportunidades certas, tarefa essa que não cabe à família Oliveira. Estou certo de que a entidade máxima do motociclismo terá soluções para os jovens que se iniciaram e para os que se pretendem iniciar no futuro, dando assim continuidade à iniciação à velocidade em Portugal.’ -reforça Paulo Oliveira.
‘É uma pena o Oliveira Cup ter de fazer esta pausa no final de 3 anos. Mas o facto é que não encontramos nesta fase a viabilidade para uma continuidade lógica na carreira destes pilotos para evoluírem para outros campeonatos, como o CNV em autódromos, com custos à dimensão da realidade económica do nosso país. O nosso trabalho passou muito por desmistificar culturalmente o motociclismo como desporto de iniciação, acreditamos que tivemos um grande impacto, mas ainda há um longo caminho a percorrer. Sentimos também que neste momento não conseguimos acrescentar mais à formação sem que seja possível dar continuidade, as opções são curtas e caras e a FMP terá de trabalhar para que os pilotos se mantenham na competição a custo aceitável. Queremos naturalmente agradecer a todos os nossos patrocinadores e parceiros assim como a todos os participantes que desde o início acreditaram em nós e no nosso projecto. Não será o fim certamente, será apenas uma pausa para um futuro mais forte e promissor.’ -afirma Miguel Oliveira que a par de seu pai colocou de pé e deu vida ao Oliveira Cup.