FIM CEV – Ivo Lopes: “O título europeu teve um significado muito forte”
No último fim de semana, em Jerez de la Frontera, foi atingido um marco importante no motociclismo português. Ivo Lopes sagrou-se campeão europeu de Superstock 600, categoria integrada no Europeu de Moto2, que faz parte do competitivo FIM CEV, campeonato conhecido por ser um grande viveiro de pilotos para o Mundial de MotoGP. Na época de estreia na competição bem como da sua equipa, a portuguesa Kawasaki Oneundret Racing Team, Ivo Lopes demonstrou todo o seu valor e rapidez, o que permitiu obter o título a uma ronda do final da época. Cinco vitórias e cinco poles são o cartão de visita de uma temporada que o piloto português nunca irá esquecer.
Depois das emoções fortes vividas no último fim de semana no traçado de Jerez, o MotoSport esteve à conversa com o novo campeão europeu de Superstock 600. Lopes não escondeu que esta “conquista teve um significado muito forte. Toda a equipa trabalhou muito para isto. Sem eles nada teria sido possível. Foi um esforço enorme e o título tem ainda um sabor mais especial porque fomos campeões no ano de estreia. Passámos por muito, inclusive houve uma prova em que não foi possível terminar porque o motor da moto cedeu, mas graças aos esforço de todos conseguimos dar sempre a volta. Tínhamos os objetivos bem definidos e conseguimos o título”.
Este feito ganha anda maior importância e tem outro sabor, pois foi conquistado contra “equipas que já têm anos desta competição e muito saber acumulado. Para além disso têm pilotos que também têm experiência nestas provas”.
Num ano de sucesso, o piloto luso falou ainda dos momentos mais difíceis vividos ao longo do ano. “O momento mais duro que vivi foi na prova de Albacete, que não venci. Estava em luta com o Rafid Topan, piloto indonésio, que já esteve no Mundial de Moto2 e é muito forte. Lutámos pela vitória até à última volta. Aí existiram toques e cheguei a cair. No entanto mesmo com a moto danificada consegui levantar-me e terminar em terceiro. Também em Portimão tivemos um momento marcante, perdi muito tempo na primeira volta para o Rafid. Consegui recuperar, ultrapassar o Rafid, e no fim venci a corrida e ainda terminei com sete segundos de vantagem”.
Por último, Ivo Lopes explicou ainda as diferenças de competitividade que ao longo do ano encontrou entre os dois campeonatos que disputou em 2016: o Campeonato Nacional de Velocidade, também integrado na categoria Superstock 600, e o Europeu de Superstock 600. “A diferença de competitividade do Nacional para o Europeu é brutal. No Europeu nem conseguimos respirar. É preciso andar sempre ao máximo para demonstrar a todos que temos andamento e capacidade para ir mais longe. Nesta competição todos temos objetivos para o futuro, por isso não podemos ser irregulares”.