Yamaha Offroad Camp, a arte de ensinar

Por a 16 Fevereiro 2017 19:09

Localizada na Quinta de São João, em Santiago do Cacém, a Yamaha Offroad Camp é uma das mais conhecidas escolas de pilotagem do nosso país. À frente deste projecto está Pedro Barradas, antigo piloto de enduro e que conta no seu currículo com diversas presenças no nacional da especialidade, onde foi vice-campeão, e com medalhas nos International Six Days Enduro em que se destaca o ouro alcançado em 2000.

O objetivo desta escola passa por permitir que futuros pilotos ou simples praticantes de todo-o-terreno, evoluam a sua técnica com plena segurança ao mesmo tempo que se divertem.

Tendo desde muito novo o “gosto de ensinar”, Pedro Barradas esteve à conversa com o MotoSport, onde falou sobre a ‘menina dos seus olhos’. “A ideia de criar uma escola surgiu há muitos anos atrás quando comecei a andar de moto. Desde esses tempos que sempre gostei de ensinar. Em 2006 surgiu a oportunidade de fazer uma escola. Comecei só com uma moto e os equipamentos antigos que tinha dos meus tempos de piloto. A partir daí foi sempre a estruturar o projecto e começar a crescer como escola”.

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Momento importante da consolidação deste projecto aconteceu em 2013 quando foi estabelecida uma parceria com a Yamaha. “A ligação à Yamaha possibilitou saltar para um patamar bastante elevado em termos de oferta. Penso que não existe nenhuma escola em Portugal com tanta oferta em termos de motos e equipamentos. Na nossa frota temos 28 motos, que incluem quatro modelos diferentes”.

Nem o facto de desenvolver esta atividade em plena crise travou o crescimento da Yamaha Offroad Camp como sublinhou o seu responsável máximo. “Apostei neste projecto quando estávamos no auge da crise. Contudo tinha à minha disposição meios para fazer frente a essa situação e nunca sofri muito. A partir daí tem sido sempre em crescendo. Não tenho notado nenhuma quebra. Se calhar também entrei neste mercado numa altura em que a aposta não era tão forte”.

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Numa escola quem tem como recorde de inscrição de um jovem, três anos e dois meses, o ano passado a Yamaha Offroad Camp teve 698 alunos inscritos entre crianças e adultos, sendo que a maior fatia incide sobre as crianças, 462, contra os 236 adultos. Números que representam um crescimento de 55% em relação ao ano anterior em que 384 alunos foram inscritos. Pedro Barradas destacou também a realização durante o último ano de 18 eventos para grupos e empresas, que segundo o próprio é uma “área de negócio que está a crescer”.

Toda a atividade da Yamaha Offroad Camp está centrada como o próprio nome indica no offroad, englobando as mais diversas disciplinas. “Esta escola começou por trabalhar com competição, mas agora a percentagem da escola está apontada ao ensino básico. Isto é para quem nunca andou de moto ou quem anda na estrada e quer experimentar o todo-o-terreno. Começámos com crianças, mas também temos dado formações a adultos. Por vezes colocamos a família toda a andar em vez de serem somente os miúdos. Ainda há poucos dias colocámos três gerações da mesma família a andar: avô, pai e neto”, referiu Pedro Barradas.

Vertente Competitiva

Apesar de estar não totalmente virada para a competição a Yamaha Offroad Camp não descurou este capítulo e participa com os seus jovens lobos no Troféu Yamaha, onde Pedro Barradas não escondeu que os resultados alcançados pelos jovens pilotos da sua escola têm sido “bons”.

Com atividade desde 2006 são já alguns os nomes que começam a despontar no offroad nacional e que foram trabalhados pela mão de Pedro Barradas. “O nome que acompanho à mais tempo é o Martim Ventura, piloto que em 2016 conquistou a categoria TT2 na Baja Portalegre 500. O Rodrigo Luz também passou pela escola quando era muito pequeno apesar de não ter estado tanto tempo quanto o Martim. Temos também outros nomes como o Vasco Salgado, Gonçalo Salgado e Filipe Salgado”.

Aos 35 anos e com muita experiência nas duas rodas, Pedro Barradas confessou que desde muito cedo consegue identificar quem são os jovens que “podem ir longe” e deixa mesmo um conselho para todos aqueles que pretendem singrar na alta competição. “O mais importante para alcançar uma carreira de sucesso é ter gosto pelo andar de moto. O segundo aspecto é manter sempre a humildade. Não basta só ter talento é preciso ter também uma grande dose de humildade. Estes miúdos que falei anteriormente têm a mesma postura aos 16 anos da que tinham aos nove. Apesar de conquistarem títulos nacionais sei que nunca vão alterar a postura que por exemplo irão ter num treino. Agora fazem alguns resultados de relevo e sei que dentro de poucos anos quando obtiverem resultados de maior projecção vão manter a mesma postura”.

Fundamental é também “aprender todos os dias e que tenham sempre esta vontade presente. Independentemente dos resultados que alcançam ao longo da carreira. O mesmo acontece nesta minha nova atividade, onde estou sempre a aprender todos os dias”.

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