Offroad: La Résistance, Jornada Épica de 8 Horas no Kartódromo de Baltar
O último evento das comemorações do 10º aniversário do Dusty Track teve lugar no passado sábado, dia 9 de Dezembro, no magnífico complexo desportivo do Kartódromo de Baltar. A corrida de resistência offroad foi o ponto-forte de um dia animadíssimo.
Como era de se esperar, a celebração superou todas as expectativas, proporcionando oito horas intensas de adrenalina, camaradagem e desafios épicos sobre duas rodas. Conforme o próprio nome sugere, “La Résistance” destaca-se como uma prova de resistência de motos com uma duração impressionante de oito horas. A competição estabeleceu como requisitos que as motos participantes deveriam ter cilindrada entre os 50 e os 250cc e não poderiam possuir sistema de refrigeração líquido nem radiador de óleo. Além disso, cada equipa teve a liberdade de se compor por dois a quatro pilotos.
Esta prova é sem dúvida, uma verdadeira homenagem à resistência e paixão pelas motos das décadas de 80 e 90. Máquinas icónicas demonstraram que a passagem do tempo não diminui a sua robustez, continuando a ser figuras notáveis no cenário das corridas.
A resposta à chamada foi significativa, com um notável envolvimento na celebração. A evidência disso reside na impressionante adesão de 80 pilotos, distribuídos por 22 equipas inscritas para a competição. A presença espanhola nos eventos do Dusty Track já se tornou uma tradição duradoura, e neste evento, essa tradição manteve-se forte com a participação de duas equipas, contribuindo assim para uma vertente internacional no ambiente da competição. É digno de destaque também a corajosa participação de três valentes jovens representantes do sexo feminino, integradas em diferentes equipas, acrescentando uma dimensão adicional de diversidade e paixão ao evento.
O dia teve início com uma chuva fraca, adicionando um desafio adicional à atmosfera do evento. As equipas começaram a chegar cedo ao Kartódromo de Baltar, dando início a uma movimentada manhã em que o paddock e as boxes tomavam forma e ordem.
Os pilotos enfrentariam uma pista desafiadora, com um quilómetro de extensão e um piso misto de terra e asfalto. O estado da pista permanecia uma incógnita para todos, já que os pilotos só haviam explorado o percurso a pé. Sem treinos livres ou qualificações para a grelha de partida, a incerteza aumentava a tensão pré-corrida. Com o término da chuva, às 9 horas da manhã, os pilotos, alinhados com as suas motos pela ordem numérica, aguardavam ansiosamente o baixar da bandeira de xadrez para dar início com uma partida tipo Le Mans.
A corrida de resistência
Partida efetuada e desencadeou-se a batalha entre os pilotos e a pista escorregadia. A zona de terra, inicialmente encharcada, transformou-se rapidamente em lama, enquanto a área de asfalto, misturada com terra, desafiava a perícia dos participantes volta após volta, resultando numa competição verdadeiramente inesquecível. As quedas eram frequentes nas curvas mais enlameadas, mas felizmente sem consequências físicas, proporcionando apenas alguns espetaculares “banhos de lama.”
Após quase três horas de prova, a equipa Crocachaços destacava-se na liderança, ostentando uma vantagem sobre os adversários. Montados numa Yamaha Dt Ac 125 de 1988, a dupla Álvaro Ferreira e Filipe Oliveira mantinham um desempenho notável, com um andamento forte e consistentemente rápido. A Yamaha Dt, com o seu motor bem saudável, adaptava-se perfeitamente ao desafiante ambiente da competição.
Nas boxes, a azáfama era constante. As trocas rápidas de pilotos e as intervenções na manutenção das motos ofereciam momentos fascinantes de observação. Algumas motos dirigiam-se às boxes com pequenos contratempos, enquanto outras enfrentavam desafios mais complexos. Em ambos os casos, o espírito de entreajuda e camaradagem permeava o ambiente, com equipas a colaborarem umas com as outras. A zona exclusiva de abastecimento também se destacava como um ponto de interesse, proporcionando uma visão fascinante das equipas em plena atividade. Vale a pena ressaltar a participação ativa dos Bombeiros de Baltar, especialmente na zona de abastecimentos, desempenhando um papel crucial no sucesso do evento ao garantir a segurança e prontidão em caso de necessidade. A presença de duas viaturas da corporação no circuito assegurava o bem-estar e a segurança de todos os participantes.
Enquanto os pilotos batalhavam na pista, desafiando constantemente as suas capacidades, o paddock vibrava com animação, convívio e movimento contagiante.
O público continuava a afluir, espalhando-se pelo recinto do Kartódromo de Baltar. Um concerto envolvente dos “Meraki Band,” realizado em cima de um camião, sobrepujava a música ao som dos motores, proporcionando uma atmosfera cativante para o público e os acompanhantes das equipas. Os bares estavam em pleno funcionamento, satisfazendo a fome e a sede dos presentes, enquanto promoviam as suas deliciosas ofertas gastronómicas. De um lado, as famosas bifanas à Moto Clube de Rebordosa; do outro, os não menos famosos Donuts das manhãs de sábado da Loja Dusty Track.
Na pista, a ausência de chuva e a frequente passagem dos pilotos contribuíram para a gradual diminuição da lama. Os trilhos estavam pouco profundos e o piso começou a endurecer. A pista encontrava-se agora em condições ideais, proporcionando aos pilotos a oportunidade de recuperar algum tempo perdido.
Na última hora da prova, a equipa Crocachaços mantinha-se firme na liderança, desfrutando de uma vantagem confortável sobre as equipas que a perseguiam. Às 17 horas, foi mostrada a bandeira de xadrez, marcando o final da intensa competição. Filipe Oliveira, dos Crocachaços, desempenhou o papel de piloto nas últimas horas de prova e expressou a sua satisfação com a experiência: “Foi uma das corridas mais loucas que já participei. O ambiente estava excelente e foi a minha primeira vez a correr pela equipa Crocachaços. Foi uma experiência incrível. Houve um momento durante a corrida em que me sentia bem e o Álvaro perguntou se eu conseguia terminar. A vantagem já era considerável, era apenas uma questão de gerir. Esta é a minha primeira participação num Dusty Track, mas já estou ansioso para descobrir quando será o próximo.”
Entrega de prémios
Antes da cerimónia de entrega de prémios, Luís Magalhães, o responsável máximo do Dusty Track, expressou a sua satisfação: “Correu bem para a primeira resistência que organizamos e também pela primeira vez no Kartódromo de Baltar. Tivemos uma adesão significativa, com 22 motos na partida e das quais 18 completaram a prova. Foi muito positivo, considerando as difíceis condições enfrentadas pelos pilotos ao longo das 8 horas.”
A presença da Vereação do Pelouro do Desporto da Câmara Municipal de Paredes, representada pelo seu Vereador Sr. Dr. Renato Almeida, acrescentou uma dimensão oficial à cerimónia de entrega de prémios. Destaca-se também a participação do ator e humorista Pedro Alves, padrinho do evento, que trouxe o seu carisma único para a celebração.
Na abertura da cerimónia de entrega de prémios, Luís Magalhães, em nome do Dusty Track, prestou uma homenagem, agraciando o Sr. Rodrigo Ribeiro, proprietário do complexo desportivo do Kartódromo de Baltar, com um bonito troféu da autoria de Luís Botelho da Hold Fast Shop.
Classificação final:
1. Equipa “Crocachaços”: 327 voltas, Álvaro Ferreira e Filipe Oliveira (Yamaha Dt Ac 125cc de 1988)
2. Equipa “Garagem 111”: 309 voltas, Telmo Martins, Fernando Nunes e Ricardo Machado (Suzuki ER 125cc de 1985)
3. Equipa “AG81 TU”: 283 voltas (Filipe Torre, Albano Santos, Ricardo Pontes e Maurício Santos (Suzuki TU 250cc de 1991)
Destaque especial para a equipa espanhola “Bone Tomahawk” vencedora do prémio “A Moto+Fixe,” pilotando uma Honda XR 250cc de 1996.
Antes do encerramento do evento, foi ainda sorteada uma Mini Moto.
La Résistance contou com a colaboração de parceiros de marcas de renome, tais como Liqui Moly, Lone Rebel, Motostrada – Indian Porto, Café del Rock, DG Publicidade e Kartódromo de Baltar. O evento também recebeu o apoio essencial da Câmara Municipal de Paredes e dos Bombeiros de Baltar, que garantiram a segurança e prontidão em caso de necessidade.
O Moto Clube de Rebordosa, encarregado da logística do evento e responsável pelos comissários de pista, desempenhou um papel vital para o êxito do evento.
Fotos: Cortesia de @Ruben Coelho