KTM, a continuação do legado
À partida para a edição de 2016 do Dakar muitos especularam se seria este o ano em que a KTM iria ceder o seu ‘trono’ a outra marca, depois de 14 triunfos consecutivos.
O cenário antes da prova não era o mais agradável, com o cinco vezes vencedor da prova, Marc Coma a pendurar o capacete e Sam Sunderland, fora de acção, pois não recuperou a tempo de uma perna partida durante o último Rali de Merzouga.
A KTM apresentava-se no Dakar de 2016 com uma equipa sem um verdadeiro ‘ponta de lança’, composta por Toby Price (3º em 2015), o atual campeão do Mundo de TT, Matthias Walkner, o estreante Antoine Meo e o veterano Jordi Viladoms. Esta situação fez criar expectativas junto da ‘prima’ Husqvarna e das nipónicas Honda e Yamaha de que este poderia ser o ano.
Se no início existia alguma desconfiança, com o decorrer da prova foi ficando claro de que a KTM poderia dar continuidade à sua senda vitoriosa. Os abandonos de Ruben Faria, Joan Barreda Bort e principalmente de Paulo Gonçalves abriram caminho para o 15º triunfo consecutivo da marca austríaca. A honra deste feito coube a Toby Price, que apenas na sua segunda participação, venceu a prova, depois de ter realizado duas semanas de competição imaculadas, onde praticamente não conheceu nenhum problema. Um dos grandes segredos destes 15 anos de domínio KTM.
Price juntou-se assim a nomes consagrados destas lides como Fabrizio Meoni, Richard Sainct, Nani Roma, Cyril Despres e Marc Coma, que também venceram a maior prova de todo-o-terreno do mundo com as cores da KTM.
Contas feitas, a marca de Mattighofen venceu sete tiradas, cinco com Price e duas com Meo. Se a isto juntarmos o excelente segundo lugar do privado Stefan Svitko, que no futuro bem poderá ser um ‘oficial’, facilmente percebemos que o futuro pode ser bem risonho. A única nota negativa vai para o abandono de Matthias Walkner durante a sétima etapa da prova em virtude de uma queda, que deixou o austríaco com uma fratura do fémur.
Perante este cenário e um novo triunfo da KTM na grande clássica do todo-o-terreno, bem se pode adaptar uma conhecida frase do universo futebolístico. ‘O Dakar são quinze dias de competição e no fim ganha a KTM’.