SBK: Showa patrocina a Kawasaki
Tendo já trabalhado com muito sucesso com a Kawasaki Racing e com os seus pilotos, a Showa aumentou o seu empenho para que a já 5 vezes vencedora do campeonato volte a ser bem-sucedida em 2019.
Na ronda de abertura do campeonato em Phillip Island na Austrália, o responsável de imprensa da Kawasaki nas SBK, Gordon Richie, passou algum tempo com Tsutomu Kajino, Director Geral da Divisão de R&D de amortecedores motor da Showa, que explicou o patrocínio e as ambições da Showa no campo de produtos de suspensão.
“Com esta parceria, veremos o perfil da marca Showa aumentar globalmente. Até agora concentramo-nos apenas no lado técnico, para desenvolver novos materiais e novas tecnologias. Agora, para nós, é importante que todos saibam da marca Showa. A nossa intenção a longo prazo é que uma equipa Showa ganhe todas as categorias de campeonatos mundiais. É claro que não mudaríamos a nossa paixão de apoiar a Kawasaki…”
A Kawasaki teve grande sucesso com Jonathan Rea com quatro campeonatos mundiais consecutivos. Até que ponto contribuiu a Showa para esse sucesso?
“Anteriormente, já demos ao Jonathan e à Kawasaki Racing apoio total. Agora o importante é desenvolver os produtos em corridas e transmitir isso para as motos de produção. Do ponto de vista técnico, vamos manter as coisas ao máximo, mas também pensamos que é importante apoiar a Kawasaki Racing financeiramente e expandir a nossa imagem de marca, para que as pessoas possam reconhecer-nos no mercado com mais facilidade.”
“Do lado técnico, continuamos a trabalhar a todo vapor! O nosso negócio principal é equipamento de origem e produção em grande escala. Geralmente, este tipo de produção de protótipos em pequena quantidade não é o nosso negócio principal. Mas ao desenvolver tecnologia avançada nós corremos primeiro e depois aplicamos a uma moto de produção como a Ninja ZX-10RR; o feedback das corridas é bastante valioso para trabalhar dessa maneira.
“A Showa é a força dominante das empresas de suspensão em SBK. Costumávamos estar no MotoGP e há dez anos começámos com a equipa Kawasaki Racing em SBK… achámos que ainda tínhamos alguma tecnologia avançada do MotoGP e isso seria útil para a Kawasaki. Não se tratava apenas de suspensão, já que a Kawasaki já tinha uma tecnologia muito boa do lado do chassis, do lado da suspensão e, claro, da colaboração com a Kawasaki Japão. Naquela época, não pensávamos que estávamos a perder para os nossos concorrentes, mas talvez isso fosse uma perceção de pessoas de fora, porque poucos usavam as Showa naquela época.”
“A empresa em si é grande, porque temos um centro de R&D no Japão, e fábricas na Índia, noutros países asiáticos, América e Europa, e temos muita gente envolvida em motos de produção. Do lado das corridas, somos 10 a 20 pessoas, algo assim. Ainda estamos no mesmo escritório que a produção, e podemos conversar facilmente uns com os outros”.
Nas corridas, é preciso mais manutenção, pois os garfos e os amortecedores funcionam intensamente, mas em estrada não é o caso. Quanto se pode levar das corridas para a estrada sem ter que ter um técnico da Showa a vir a casa a cada poucos meses?
“O garfo dianteiro BFF já foi implementado nas motos de estrada Kawasaki, mas não é exatamente o mesmo material. Também temos que pensar em durabilidade e levar em conta a intensidade e frequência dos choques a que a suspensão está sujeita nas ruas. E é claro, não podemos visitar todos os utilizadores para fazer a manutenção a cada poucos meses!”
“Logo, não podemos transferir exatamente o mesmo material para as motos de estrada, mas a funcionalidade técnica básica e a ideia são muito semelhantes. Depois, o motociclista normal não consegue sentir 100% das sensações da pista. Mas acho que todos os pilotos podem sentir a diferença se a suspensão for melhor – essa é a filosofia da Showa ”.