Ensaio – Yamaha FJR 1300 AE
A Yamaha sempre seguiu um caminho de performance na sua turística topo de gama. A FJR é uma moto para fazer muitos quilómetros em total conforto, mas sem descurar as sensações fortes e a emoção que uma moto deve dar a quem a conduz.
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Foi em 2001 que a Yamaha apresentou ao mundo a sua nova moto turística. Nesse ano a FJR mostrou uma nova forma da marca japonesa pensar as suas turísticas, abandonando a linha das velhinhas FJ e tornando a moto mais desportiva. Com o quadro de alumínio e os 145 cavalos de potência do motor, a FJR criou para si um nicho de mercado atraindo muitos motociclistas que, vindos das desportivas, chegavam a uma fase mais madura e mais turística das suas vidas de moto, sem no entanto quererem abdicar totalmente das sensações dinâmicas e da possibilidade de uma condução mais divertida. De lá para cá a FJR foi evoluindo, de uma forma suave, atrevo-me a dizer, refinando as suas características e qualidades sem nunca ter feito uma mudança radical quer no conceito quer no estilo, mas os mais de 100.000 motociclistas que em todo o mundo já a compraram sabem bem o que a moto vale, sendo muitos deles fieis clientes do modelo.
Modernização
Ao primeiro olhar a FJR parece a mesma moto, as diferenças estéticas não são imediatamente perceptíveis. O desenho da moto mantém-se muito idêntico ao original, seguindo a linha de não ser demasiadamente volumosa, pesada e carregada de funções supérfluas que a limitem no seu carácter turístico-desportivo. Para 2016, a moto evoluí principalmente na vertente electrónica, na iluminação que passa a ser totalmente em LED, na adopção da novo sistema de
embraiagem A&S e também na adopção da sexta velocidade para a caixa de velocidades. A nova embraiagem “Assist and Slipper” torna o accionamento da embraiagem 20% mais suave, com o novo sistema de molas que ajuda a que quer nas subidas de caixa quer nas reduções, todo o sistema tenha menos esforço de actuação tornando a condução ainda mais fácil e relaxada. A nova iluminação totalmente em LED melhora drasticamente a capacidade de iluminação, com os dois faróis frontais a terem médios e máximos simultaneamente, mas a FJR estreia também um novo sistema de luzes de curva adaptativas, um sistema que dispõe de três luzes por cima dos faróis normais e que vão acendendo progressivamente com a inclinação da moto para iluminar os habituais ângulos mortos em curva. O conjunto dos piscas e farolim traseiro passa também para a tecnologia LED e tem um desenho muito bem conseguido. O painel de instrumentos também foi redesenhado, usando agora novos caracteres e um tratamento anti-reflexo que melhora a leitura diurna com muita luz. A “grande” novidade, acaba por ser a nova caixa de seis velocidades, uma das principais falhas apontadas à moto quer pela imprensa, quer pelos clientes, que nunca entenderam uma moto turística sem uma sexta relação que permitisse ao motor rolar mais solto em altos regimes. A Yamaha opta por fim por fazer a tão esperada mudança, e consegue reduzir a rotação do motor em 10% na relação final, criando no processo uma caixa de velocidades mais suave, precisa e leve. Finalmente!
Turismo veloz
A primeira sensação da FJR é o seu motor forte e poderoso. O tetracilíndrico é um poço de disponibilidade e com um som cavo e poderoso que enche a alma quando se roda o punho direito. A moto contínua a ser um híbrido na sua condução, tal como a Yamaha idealizou, se por um lado a posição de condução conjugada com o conforto nos permite enfrentar longas tiradas sem qualquer cansaço, quando chegamos a um troço com curvas, estamos de imediato preparados para o enfrentar e desfrutar em pleno, com a moto a ter um comportamento de travagem, entrada e passagem em curva completamente previsível e muito rápido. O conforto a bordo é também dado pela electrónica, com o écran ajustável electricamente, os punhos aquecidos, os modos de condução turístico ou desportivo, o controlo de tracção desligável ou o cruise control, a marcarem presença e a permitirem alterar a forma de conduzir a moto à medida da estrada e do estado de espírito do condutor. Na versão que testámos, a AE com a suspensão electrónica, é também possível ajustar a mesma em andamento através de um simples comando. Parados é possível ajustar a dureza da mola relativamente ao peso que transportamos, se vamos sozinhos, com pendura e com ou sem carga. Depois deste primeiro ajuste, já em andamento, é possível ajustar a suspensão em três níveis, standard, mole ou duro, sendo o sistema bastante eficaz e com alterações significativas no comportamento dinâmico da moto. Nas cerca de quatro centenas de quilómetros em vários dias que tivemos oportunidade de rodar com a nova FJR, a moto cativou-me quilómetro após quilómetro, com um comportamento em estrada, auto-estrada, estrada de montanha e cidade muito equilibrado e eficaz. A moto é de facto um conjunto muito polivalente, misturando apetências diversas mas mantendo-se sempre fiel à sua filosofia original que faz dela uma das melhores turístico-desportivas do mercado.
Ficha técnica
Yamaha FJR1300AE
Cilindrada- 1.298 cc
Potência- 146 cv
Depósito- 25 lt
Peso- 292 kg
Tipo: 4 cil em linha
Distribuição: DOHC
Binário: 138 Nm
Embraiagem: Húmida, multidisco
Caixa: Manual 6 velocidades
Transmissão: por veio
Quadro: alumínio em forma de diamante
Suspensão dianteira: forquilha invertida de 48mm, 135 mm curso
Suspensão traseira: tipo link , 125 mm curso
Travões: dois discos de 320 mm + disco de 282 mm
Rodas: 120/70-17” 180/55-17”
Distância entre eixos: 1.545 mm
Altura do assento: 805/825 mm
Cores disponíveis:
Matt Silver
Tech Graphite
Preço; Desde €18,850
15 anos de evolução
Desde o seu lançamento em 2001 a FJR tem sido alvo de muitos melhoramentos ao invés de transformações radicais ou novos modelos que criem uma mudança total com o anterior. Em 2001 a moto é lançada com a filosofia turístico-desportiva que pretendia cativar motociclistas que não queriam uma moto pesada, volumosa e pouco emotiva para as suas viagens ou dia a dia. A FJR original estreava o motor de quatro cilindros, 145cv, veio de transmissão e o écran eléctrico. Na altura as malas laterais eram opcionais, tal como hoje em dia na versão base. Em 2003 há a primeira actualização estética com a integração dos piscas nas carenagens e tecnicamente a introdução do ABS. Em 2006 a carenagem é redesenhada, para uma melhor protecção aerodinâmica e gestão do calor do motor, que à época era um dos pontos mais criticados. O banco e o guiador passaram a ser ajustáveis, ganhou um novo painel de instrumentos, uma relação de transmissão mais longa, malas mais estreitas, nova versão de ABS com travagem UBS, melhoramentos no quadro e a introdução da versão automática com a estreia do YCC-S. Só sete anos mais tarde a FJR seria de novo alvo de melhorias, novamente com um novo desenho de carenagem e melhorias no quadro e motor. No capítulo electrónico, a moto passou a ter o sistema D-mode de modos de motor, o controlo de tracção e o cruise control. Foi apresentada a suspensão electrónica e passou a estar disponível o YCC-S de segunda geração. A versão actual, de 2016, é um melhoramento e refinamento da FJR, que se prevê que tenha uma vida longa e bem sucedida com as muitas qualidades que lhe continuam a ser reconhecidas pelo mercado.
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Texto: Hugo Ramos
Fotos: Manuel Portugal e Yamaha