Ensaio Moto Guzzi V7 III Stone de 2018 – Estilo Clássico Intemporal
Num estilo clássico intemporal a Moto Guzzi V7 III distingue-se pela simplicidade das suas linhas e pelo seu acabamento sóbrio, quase espartano, onde sobressai o seu motor em V2, transversal, tão característico da marca.
A opção de tons predominantemente mate, em quase todos os seus elementos, confere-lhe uma imagem de rebeldia e de alguma agressividade, realidade que equilibra e contrasta com o seu estilo mais clássico e sóbrio. O depósito de combustível da V7 Stone é um dos elementos que mais contribui para a imagem “Seventy’s” do conjunto. O seu desenho, estreito na zona onde encaixam os joelhos e a alargar por cima das cabeças do motor em V, parecendo envolver as mesmas, fazem-nos recordar as desportivas dos anos 70, sobretudo a célebre Moto Guzzi Le Mans III.
Apesar de não ser uma desportiva, dentro do que hoje em dia caracteriza o segmento, as suas linhas transmitem a aparência das desportivas de há 40 anos. O banco da versão III da Stone está agora mais rebaixado na zona do condutor e segue de forma armoniosa as linhas do depósito. As tampas laterais com rasgos fazem também lembrar as da versão Le Mans dos anos 70. A suspensão com foles confere-lhe o look retro tão de moda nas motos neo clássicas actuais. O farol redondo e o manómetro único, também redondo, complementam o look vintage e minimalista de outrora da V7 Stone III.
As jantes de liga com seis braços bifurcados, em forma de diapasão, são de belo efeito e também de acabamento negro mate. A V7 Stone monta jante de 18” à frente com pneu 100/90 e jante 17” atrás com pneu de 130/80, ambos de piso de estrada. O guarda–lamas dianteiro é também uma peça minimalista e contribui para a imagem desportiva da V7 Stone. As duas ponteiras de escape elevadas com acabamento negro mate reforçam o look clássico desportivo da V7. O guarda-lamas traseiro tem um recorte que segue a linha da roda, envolvente e clássico da Marzocchi, e sobre o mesmo está colocado o conjunto de farol traseiro oval, piscas e suporte de matrícula.
O quadro é um típico duplo berço, tubular em aço, e o braço oscilante integra a transmissão por veio, do lado direito, com dois amortecedores Kayaba com ajuste de pré-carga de mola e de acabamento negro. Na dianteira suspensão tradicional de 40mm com foles, sem possibilidade de ajustes. A travagem na dianteira está assegurada por um disco de 320mm com pinça Brembo de 4 pistons sendo que na traseira é de um disco de 260mm com pinça de duplo piston. A distribuição de peso está em 46% na frente e 54% atrás e inclui uma nova geometria de direção que garante maior estabilidade em curva e maior manobrabilidade a baixa velocidade.
O motor da V7 Stone é o tradicional V2 transversal com 744cc, dos poucos que ainda mantêm o arrefecimento a ar, embora a exposição das duas cabeças de cilindro assim o permita, tornando efectivo o seu arrefecimento. O V Twin transversal da Guzzi debita 52 HP às 6.200rpm, suficientes para proporcionarem uma condução descontraída e cheia de torque nos regimes de maior utilização, graças a um binário máximo de 55 Nm às 4.600 rpm . Também o conforto de utilização da V7 Stone é proporcionado por uma nova embraiagem seca com monodisco de 170mm que proporciona enorme suavidade nas passagens de caixa.
As novas cabeças de motor da V7 integram novos pistons e cilindros e a injecção electrónica é assegurada por um sistema da Marelli gerido por uma nova centralina. Os escapes integram um novo sistema de isolamento e um novo catalisador que garante a conformidade com o Euro 4.
A nível da electrónica a V7 Stone opta pelo essencial e disponibiliza para maior segurança do condutor ABS de dois canais e controle de tração de 2 níveis e um terceiro em modo desligado para condução livre e sem intervenções ( como alguns de nós apreciamos ) .
A posição de condução da V7 Stone é perfeitamente natural, com os punhos e as peseiras colocadas no “sítio certo”. As vibrações que são transmitidas a estes dois elementos são mínimas apesar de ser um dois cilindros em V com arrefecimento a ar, e apenas os retrovisores acusam alguma falta de clareza na imagem. A altura do banco ao chão de apenas 770mm garante sempre que, uma vez parados, os nós pés possam estar perfeitamente assentes no chão, tornando a V7 Stone muito abrangente e segura seja qual for a estatura do seu utilizador.
A condução é suave, com uma entrega de potência nos regimes baixo e médios sempre disponível e aquilo que mais nos surpreendeu foi a precisão da caixa de velocidades da nova V7 Stone, a contrastar com a versão de efeito “clank” da sua irmã V9 anteriormente por nós ensaiada.
Gostámos do comportamento em curva, precisa e fácil de colocar nas trajetórias, com suspensões a actuarem de forma satisfatória, mesmo em mau piso, e a travagem eficiente e justa para o regime de utilização que é suposto imprimir numa moto com as características da Moto Guzzi V7 Stone.
Nota final muito positiva para a Moto Guzzi V7 Stone que, a celebrar os 50 anos do primeiro modelo da marca, se posiciona num segmento cada vez mais disputado como uma opção de excelência para quem procura uma moto de estilo clássico e intemporal para as suas deslocações diárias, segura, confortável e de condução fácil.
A personalização da V7 Stone ao gosto de cada um é também possível graças a uma extensa lista de acessórios opcionais que a marca disponibiliza. A moto Guzzi V7 Stone tem ainda como opção a possibilidade de utilização de uma APP Multimédia que permite a ligação dos nossos smartphones, via bluetooth, à moto e podermos controlar uma série de funcionalidades e obter informação.
A Moto Guzzi V7 Stone está disponível em quatro opções cromáticas, preto, azul elétrico, verde camuflagem ( a versão ensaiada ) e amarelo elétrico. O seu PVP é de 9.434.00 euros.
Ficha Técnica
Marca: Moto Guzzi | Modelo: V7 Stone 2018 |
MOTOR | |
Tipo | bicilíndrico em V a 90º, refrieração a ar, 4 tempos, 2 válvulas |
Cilindrada | 744 cc |
Potência Máx. | 52 hp @ 6.200 rpm |
Binário Máx. | 54.7 Nm@ 3.600 rpm |
Embraiagem | Seca monoplaca |
Alimentação | Injecção electrónica Weber marelli |
Caixa Vel | 6 Velocidades |
Transmissão | Por veio |
CHASSI E SUSPENSÕES | |
Quadro | Duplo berço em aço com elementos desmontáveis |
Suspensão Dianteira | Marzocchi tradicional de 40 mm não ajustável 130 mm curso |
Suspensão Traseira | 2 Amortecedores Kayaba ajustáveis em pré-carga de mola
116mm de curso |
TRAVÕES E PNEUS | |
Travões Dianteiros | 1 Disco de 320 mm Pinça Brembo 4 pistons com ABS |
Travões Traseiros | Disco de 260mm com ABS |
Pneu Dianteiro | 100/90-18 jantes 6 braços em liga Tubeless |
Pneu Traseiro | 130/80-17 jantes em liga Tubeless |
ELETRÓNICA E ELETRICIDADE | |
Bateria | 12 V |
Luzes Dianteiras | Farol redondo com luz não LED |
Luzes Traseira | Farol oval com luz não LED |
Painel Info | Manómetro redondo multi informação |
Controle Tração | sim 2 níveis |
Ride by Wire | não |
Modos de Motor | não |
Outros | ABS duplo canal |
DIMENSÕES | |
Comprimento | 2.185 mm |
Largura | 800 mm |
Altura | 1.115 mm |
Distância entre Eixos | 1.445 mm |
Distância ao solo | 182 mm |
Altura do banco | 770 mm |
Peso total | 179 Kg |
Capacidade do Depósito | 22 litros |
Reserva | 2.5 litros |
Consumos | n.d. |
Norma Emissões | Euro 4 |
Concorrência
Harley Davidson Iron / 883 cc / n,d. CV / 245 Kg / 10.890 eur
Indian Scout Sixty / 999 cc / n.d. CV / 246 Kg / 11.990 eur
Triumph Bonneville T100 Black / 900 cc / 55 CV / 213 Kg / 10.500 eur
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