Ensaio Honda PCX 125 de 2018 – Renovar para Liderar
A convite da Honda Motor Portugal fomos ao Porto conhecer a nova Honda PCX 125, anunciada no início do ano, e que estará disponível a partir deste mês nos concessionários da marca.
A PCX é sem dúvida alguma um fenómeno de êxito comercial por toda a Europa, onde já se venderam mais de 145.000 unidades, mas principalmente no nosso país, no qual desde que foi lançada em 2010 se venderam mais de 20.000 unidades, com o recorde de 3.300 no ano de 2017, o que estabelece o número mais alto per capita de PCX s vendidas em toda a Europa.
A nova Honda PCX de 2018 tem por isso a missão de dar continuidade a esse protagonismo e manter a liderança num segmento altamente disputado e onde todas as marcas apontam a aquela que ao longo de anos tem sabido manter-se na frente do pelotão. E para isso é necessário não só acompanhar as tendências do mercado, as obrigações da legislação em matéria de emissões e segurança, mantendo o conceito intocável, pois como refere o ditado “em produto ganhador não se mexe”, mas evoluindo de forma quase natural e imperceptível.
Para quem esteja habituado a ver passar as dezenas de milhares de PCX com que nos cruzamos a diário, talvez não seja à primeira vista perceptível a evolução do modelo mas se colocarmos a última versão ao lado da nova PCX vemos de imediato as suas diferenças. Linhas mais fluidas mantendo o “estilo”, nova estética frontal com novos faróis e piscas dianteiros de LED, traseira também redesenhada e as jantes de 8 braços que parecem ser mais sólidas e que montam pneus da mesma dimensão embora mais largos.
Mas as diferenças principais não são visíveis e aquela que altera por completo o comportamento da nova PCX é a do novo desenho do quadro, mais envolvente e de estrutura tipo berço duplo em vez da simples trave central do modelo anterior e que confere uma maior rigidez ao conjunto . Para além do novo quadro a PCX 2018 inclui novas suspensões traseiras, novo escape, caixa de ar de maiores dimensões, motor com mais potência, faróis e piscas LED, mais espaço de bagagem por baixo do banco, ABS no travão de disco dianteiro, para além das novas jantes e pneus mais largos anteriormente referidos e uma função de corte de ignição, que actua quando a moto pára e se encontra ao ralenti, para diminuir o consumo de combustível e atenuar a poluição urbana, função esta apelidada de “idling stop” que pode obviamente ser desligada.
A frente redesenhada da PCX não oferece porém demasiada proteção ao vento já que o pequeno écran que monta apenas cobre praticamente o painel LCD de informação, bastante completo e de fácil leitura que inclui informação sobre a velocidade, conta-quilómetros totalizador e conta-quilómetros parcial e indicadores de nível do combustível, consumo e sistema “Idling Stop” de paragem do motor ao ralenti.
O espaço debaixo do banco ganhou cerca de 1L e permite colocar um capacete integral sem pala, embora nem todos os modelos aí caibam como ficou demonstrado graças variedade de opções dos jornalistas presentes na apresentação dinâmica da PCX.
No painel da frente existe um pequeno compartimento sem chave que abre por simples pressão onde podem caber pequenos objectos ou uma garrafa de água e onde se encontra também um tomada de corrente de 12V. Na plataforma existe mais espaço para os pés que no modelo anterior e a posição de condução é bastante mais confortável, onde um guiador cromado com apoios também cromados dá um toque premium ao conjunto. Sendo uma scooter seria pensar que a saída pela frente era a mais óbvia no entanto a volumetria central da PCX, onde se encontra o depósito de combustível, faz-nos entrar e sair na PCX como se de uma moto normal se tratasse ou seja “alçando” a perna.
A ignição tem um sistema de segurança com uma pequena tampa que impede o acesso da chave e que deve ser aberta previamente com uma pequena peça plástica na cabeça da própria chave, rodando para destapar o acesso à ignição. Do lado direito da mesma encontra-se um botão com dupla funcionalidade e que permite abrir a tampa do acesso ao depósito de combustível e também do assento para termos acesso ao espaço de bagagem.
Os pneus são mais largos que no modelo anterior, com 100/80-14 à frente e 120/70-14 atrás (antes, 90/90-14 e 100/90-14, respectivamente) o que, em combinação com as novas jantes, mais leves, assegura uma maior maneabilidade e contribui para a redução dos consumos, graças a uma menor deflexão dos pneus. As suspensões foram inteiramente revistas e na dianteira monta forquilha de 31mm com 89mm de curso e e atrás duplo amortecedor de molas progressivas com braço oscilante em alumínio e 84mm de curso.
A travagem é assegurada por um disco de 220mm com pinça de dois êmbolos e ABS e atrás um travão de tambor de 130mm, realidade que nos surpreende e que é justificada pelos engenheiros da própria Honda que referem que é absolutamente irrelevante e que o travão de tambor é mais do que suficiente para assegurar os níveis de travagem com a segurança necessária na PCX, realidade que pudemos comprovar nos vários percursos que realizámos durante os dois dias de toma de contacto.
O motor continua a ser referência na PCX e vê a sua potência agora superar os 12CV às 8.500rpm com um binário de 11,8 Nm às 5.000rpm. Esta evolução deve-se ao aumento de volume da caixa de ar e também ao melhoramento dos fluxos gasosos no motor onde o escape foi também trabalhado tanto ao nível do elemento catalizador como na fluidez dos gases no seu interior. O motor da PCX monta agora um radiador também mais compacto e eficiente graças a um novo resguardo que melhora a transmissão de ar quente ao motor e permite que a ventoínha seja menor, montando pás mais eficientes, para lidarem com o maior calor gerado pela maior potência do seu motor.
A transmissão V-Matic continua a proporcionar uma enorme suavidade, proporcionando no entanto acelerações excelentes a baixa rotação e também mais vigorosas a média e alta rotação. O sistema evoluíu e proporciona menor atrito na transmissão oq ue se reflete também nos consumos que durante os diferentes percursos que realizámos, entre estrada e cidade, oscilaram entre os 2,1 e 2,3 L/100Km, dotando a PCX de uma autonomia de cerca de 400 Km.
A cidade do Porto proporciona um “palco” de excelência para colocar à prova todos os atributos da nova PCX. Com pisos a alternarem entre alcatrão em bom estado e degrado, a paralelipípedos e lajes de pedra rústica, a caminhos de cabras e carris de elétricos a descidas ao melhor estilo de provas “downhill” a PCX não foi poupada e mostrou que aceita qualquer desafio. Claro que não há milagres e nos pisos mais degradados e irregulares a frente talvez tenha acusado uma vibração excessiva, já os novos amortecedores traseiros demonstraram uma enorme eficiência, a proporcionar um nível de conforto pouco habitual nas scooters deste segmento. A maior centralização de massas e o equilíbrio geral do conjunto proporciona uma enorme facilidade de condução no transito urbano e a resposta sempre rápida e vigorosa do motor da PCX faz com que a fluidez com que circulamos na cidade seja de facto uma referência no segmento.
Já em estrada aberta a PCX revela de forma sublime a evolução da sua ciclística. No segundo dia a organização propôs um percurso de cerca de 40 kms ao longo do rio Douro, na margem norte do mesmo e desde o Porto até Entre-os-Rios, com estrada com bom piso e curvas largas, com transito de automóveis e camiões. A PCX mostrou aqui que é muito mais que uma scooter citadina, demonstrando enorme facilidade para ultrapassar a velocidades mais altas, entre os 80Km/h e os 100Km/h, e acima de tudo uma enorme segurança em curva, proporcionando uma condução alegre e quase desportiva, tal era o desempenho da sua ciclística, e que entusiasmou todos os jornalistas presentes. O teste em estrada foi realizado a um ritmo vivo e acima do normal ao qual a PCX respondeu de forma positiva e segura não deixando ninguém com dúvidas de que a evolução realizada pela Honda na versão 2018 tornou a sua scooter mais segura e com um desempenho que irá certamente permitir competir para tentar assegurar a sua liderança mais disputada do que nunca
A nova Honda PCX vai estar disponível em 4 cores:
. Branco – Pearl Cool White
. Preto – Pearl Nightstar Black
. Cinza Mate – Matt Carbonium Grey Metallic
. Vermelho – Pearl Splendor Red
O seu PVP será de cerca de 3.075.- euros e estará disponível durante o mês de Julho nos concessionários da marca. A PCX125 de 2018 vai estar disponível também com uma gama completa de acessórios genuínos Honda, incluindo um pára-brisas, uma top case de 35 litros, um cadeado em U, punhos aquecidos e uma capa para cobrir a scooter.
Ficha Técnica
MOTOR | |
Tipo | Monocilíndrico, 4 tempos, SOHC, 2 válvulas, refrigerado por líquido |
Cilindrada | 125 cm³ |
Diâmetro x Curso | 52,4 x 57,9 mm |
Relação de compressão | 11 : 1 |
Potência máxima | 9,0 kW (12,4CV) às 8.500 rpm |
Binário máximo | 11,8 N·m às 5.000 rpm |
Capacidade de óleo | 0,9 Litros |
SISTEMA DE ALIMENTAÇÂO DE COMBUSTÍVEL | |
Alimentação | Injecção electrónica PGM-FI |
Capacidade do depósito de combustível | 8,0 litros |
Consumos | 2,1 l/100 km (47,6 km/l) (sem Idling Stop) (em modo WMTC) |
SISTEMA ELÉCTRICO | |
Motor de arranque | Eléctrico |
Capacidade da bateria | 12 V/7 AH (10H) |
Potência do alternador | 255 W |
TRANSMISSÃO | |
Tipo de embraiagem | Embraiagem automática, centrífuga, a seco |
Tipo de caixa | V-Matic |
Relação de transmissão final | 10,65 |
QUADRO e DIMENSÕES | |
Tipo | Duplex de tubos de aço |
CICLÍSTICA | |
Dimensões (C x L x A) | 1.923 x 745 x 1.107 mm |
Distância entre eixos | 1.313 mm |
Ângulo da coluna da direcção | 27° |
Eixo de arraste (trail) | 86 mm |
Altura do banco | 764 mm |
Altura ao Solo | 137 mm |
Peso em ordem de marcha | 130 kg |
SUSPENSÃO | |
Dianteiro | Forquilha telescópica de 31 mm de diâmetro e 89 mm de deslocamento do eixo |
Traseiro | Duplo amortecedor com braço oscilante em alumínio, 84 mm de deslocamento do eixo |
JANTES | |
Dianteiro | Alumínio fundido, 8 raios |
Traseiro | Alumínio fundido, 8 raios |
Dimensão da Jante Dianteira | 14M/C x MT2,15 |
Dimensão da Jante Traseira | 14M/C x MT3,50 |
Pneu Dianteiro | 100/80-14M/C (48P) |
Pneu Traseiro | 120/70-14M/C (61P) |
TRAVÕES | |
Dianteiro | Hidráulico, disco de 220 mm com pinça combinada de 2 êmbolos e ABS |
Traseiro | Tambor de 130 mm |
INSTRUMENTOS E SISTEMA ELÉCTRICO | |
Farol | LEDs |
Farolim | LEDs |
Concorrência
Yamaha NMax 125A 125 cc / 12,2 CV / 127 Kg / 2.995 eur
SYM JET 14 125 125 cc / 10 CV / n.d. Kg / 2.395 eur
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