Ensaio – Ducati Scrambler Sixty2: Citadina Pop

Por a 12 Agosto 2016 19:06

A Ducati faz nova investida na gama Scrambler com a pequena Sixty2 que promete apelar a um público jovem, dinâmico e urbano que precisa de um meio de transporte com estilo próprio

Mais do que uma nova Scrambler na gama Ducati, a Sixty2 vem definitivamente afirmar o nome Scrambler como uma sub marca do construtor italiano, com uma semi-autonomia na criação de produto e umas instalações próprias no quartel general em Bolonha com direito a um tapete de relva artificial no chão e tudo. Tudo isto cortesia da Scrambler 800 que foi em 2015 a décima moto mais vendida em todo o mundo acima dos 500cc, com 16.000 unidades vendidas, o que a tornou um caso sério na estrutura produtiva e comercial da Ducati. A marca Scrambler não ficará por aqui, Claudio de Angeli, o manager da marca contou-nos que há já novos planos para o futuro com novos modelos, que deverão ser de maior cilindrada, sendo a nova Sixty2 a mais pequena da gama.

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Sessenta e dois

A nova 400 revive no seu nome o ano de lançamento da Scrambler original da Ducati. Estávamos em 1962 e a arte pop estava a invadir a cultura americana de rompante. O posicionamento premium da marca não se altera neste produto e o preço é o reflexo disso mesmo. Não é uma moto muito mais barata que a sua irmã 800, mas é sim, uma moto diferente e para um público diferente. O direccionamento dado pela Ducati vai para um público dos mercados que consomem produtos de menor cilindrada, como os asiáticos, os jovens e as mulheres. A mensagem é de diversão, facilidade de utilização e manutenção, apelando aos sentidos e às novas culturas urbanas, como o skate, a comida de rua, música e arte pop, tentando passar a mensagem que esta moto é o novo “ícone pop”.

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Quatrocentos

A moto é uma versão muito idêntica à 800, mantendo a qualidade geral dos componentes e até muitos deles em comum como o farol com o halo de led a toda a volta ou o velocímetro digital. As principais diferenças são as suspensões, a jante traseira mais estreita, novo braço oscilante, escape e apenas um disco à frente na travagem. O motor é uma unidade nova, os engenheiros não se limitaram a reduzir o tamanho dos pistões e alterar a electrónica, consegue, mesmo pequeno, soar como uma Ducati, mas tem apenas uma faixa de rotação em que consegue ser divertido, pois quando deixamos baixar a rotação, torna-se bastante calmo e suave. A inspiração para o logo do novo depósito em forma de gota, bem como a utilização de cores mais fortes, vem das BMX dos anos 80 e as quatro estrelas estão lá para os 400cc. O estilo geral continua na linha da Scrambler 800, uma mistura de estilo da velha guarda de fora de estrada com moto de dirt track, sendo as jantes uma inspiração directa do desporto praticado nas ovais americanas. Acima de tudo, a moto tem uma silhueta muito própria e fácil de reconhecer.

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Barcelona

A apresentação decorreu em Barcelona, cidade cuja relação com a arte é por demais conhecida, com uma “movida” que impressiona e com um parque de motos em circulação absolutamente estonteante e gigantesco. Assim a Ducati montou aqui o cenário perfeito para a apresentação da sua nova citadina, entre Barcelona centro, um skate parque em Badalona e um troço de estrada de montanha. Quer nas ruas de Barcelona e nos 1000 sinais onde parámos, quer nas curvas dos arredores da cidade a Sixty2 cumpre o seu papel, de rápida citadina nas corridas entre semáforos, passando sempre muito bem pelo meio dos carros e onde o seu motor é competente e desenvolto o suficiente para vencer o tráfego, à diversão e capacidade de curvar e travar em bom alcatrão, onde mesmo não sendo uma das desportivas da marca, sente-se o ADN Ducati. O banco é confortável, mesmo para dois, e a posição de condução muito intuitiva e agradável, com os braços abertos ao vento e uma sensação de orgulho e muita pinta. Alguns dos plásticos são um pouco fracos, mas a aparência geral da moto é muito boa e sente-se a qualidade dos acabamentos e materiais.

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Estilo retro

Com um enquadramento perfeito e um plano de marketing bem gizado, a Scrambler 800 foi o sucesso que se já falámos. A 400 pode ser mais um sucesso, com o apelo a um público alvo diferente e com o marketing também a jogar um papel fundamental no posicionamento do produto. A acompanhar a Sixty2 vem toda uma linha de acessórios e equipamentos das marcas certas e com o estilo certo para ajudar na venda e promoção. O que pode limitar o sucesso imediato é o preço premium, num segmento de mercado onde a etiqueta do preço pesa na decisão, mas que a Ducati criou um objecto de desejo, disso não restam dúvidas.

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Ficha técnica

  • Cilindrada- 399 cc
  • Potência- 41 cv
  • Depósito- 14 lt
  • Peso- 183 kg
  • Preço- 7.799 €

+ Imagem/Conceito

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– Preço/Alguns plásticos

  • Tipo: 2 cil em L, refrigeração por ar
  • Distribuição: 2 válvulas
  • Binário: 34,3 Nm
  • Embraiagem: por cabo
  • Caixa: Manual 6 velocidades
  • Transmissão: por corrente
  • Quadro: treliça em tubo de aço
  • Suspensão dianteira: forquilha convencional de 41 mm, 150 mm curso
  • Suspensão traseira: monoamortecedor, 150 mm curso
  • Travões: disco de 320 mm + disco de 245 mm
  • Rodas: 110/80-18” 160/60-17”
  • Distância entre eixos: 1.460 mm
  • Altura do assento: 790 mm
  • Ducati Scrambler Sixty2
  • 90% Citadina
  • 10% Turismo
  • 0% Desportiva
  • 0% Enduro
  • “Técnica”

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Scrambler Apparel

Juntamente com a Scrambler Sixty2 vem toda uma enorme colecção de roupa e equipamento para completar o look idealizado pela Ducati. A marca italiana até criou uma banda desenhada com dois personagens, o Bart, um gorila que anda de skate gostando de exibir os seus truques e a Betty, uma loiraça californiana que anda de BMX e que se rendem ambos aos encantos da Scrambler. Tudo foi feito, desenhado e pensado para potenciar o estilo, a estética e imagem da marca, ao mesmo tempo que apela à sensação de liberdade e rebeldia associadas a este tipo de motos. A inspiração vem do passado, mas foi feita uma actualização quer do estilo, quer das especificações de segurança, para que nada falhe em caso de necessidade. O conceito é definido como pós-heritage, capturando o melhor do antigamente num mix perfeito com o contemporâneo. A liberdade e individualidade de expressão tornam estas três novas linhas de produto, urban, outdoor e lifestyle, em excelentes exemplos de verdadeiras oportunidades de cada um criar o seu próprio e exclusivo estilo de vida.

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Mais informações e concessionários : Aqui

Texto : Hugo Ramos

Imagem: Ducati

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Virgílio Machado
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