Ensaio – BMW S1000RR: Alemã de litro
De Munique hoje em dia não vêm apenas motos turísticas ou motores boxer. Em 2010 a BMW lançou uma desportiva que se tornou rapidamente uma das líderes da classe em vendas e performances. Em 2015 a S1000RR foi completamente revista e o seu potencial aumentado.
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Quando a marca alemã lançou a sua super desportiva foi uma autêntica pedrada no charco no mercado das motos. Ainda por cima em contraciclo, com o segmento das desportivas em clara queda de números de vendas. A moto original não era perfeita, mas o seu motor poderoso, uma ciclística de topo e uma electrónica muito desenvolvida, deram-lhe de imediato um destaque no mercado com muitas vendas e muita tinta gasta à volta das suas qualidades e defeitos. No campo desportivo, a BMW apostou muitas fichas no mundial de Superbikes logo em 2009, um ano antes da moto de produção sair, com Ruben Xaus e Troy Corser na equipa. A primeira vitória em SBK apenas apareceu em 2012, pelas mãos de Marco Melandri e a equipa terminou a sua participação oficial no final da época de 2013, sem conseguir o tão almejado título. No entanto, foi no mundial de Superstock de 2010, onde as motos são muito mais próximas das de série nas classe superior, que Ayrton Badovini fez a S1000RR brilhar, com o título no final e apenas uma prova não ganha ao longo do ano. Também no TT da Ilha de Man a BMW conseguiu uma histórica vitória, em 2014 pelas mãos de Michael Dunlop, quebrando um jejum para a marca de 75 sem vencer na principal prova do Road Racing mundial.
Melhorada
Com um enorme potencial desportivo e com muitas motos a correr por todo o mundo nos mais diversos campeonatos e competições, a BMW teve de fazer actualizações no ano passado à sua superbike para a manter no topo das classificações, mas também no topo das tabelas de vendas, onde a S1000RR tem sido dominadora na sua classe. Mas ao invés de fazer mudanças radicais, os engenheiros germânicos optaram por afinar, melhorar e aprimorar o que acharam que estava a necessitar. A redução de quatro quilos e o aumento de seis cavalos, deram-lhe uma nova alma e mais binário, mas não ficam por aqui as melhorias, que passaram por um redesenhar das carenagens e formas, ficando a moto mais esguia e aerodinâmica mantendo a silhueta que a tornou conhecida com os faróis a lembrarem um alien. O sistema de escape é todo novo e deixou de contar com a câmara inferior e o motor foi todo alterado internamente para optimizar a condução. O pacote electrónico continua a ser um compêndio, com o controlo de tracção dinâmico, quick shift pro, amortecedor de direcção electrónico e dois “mimos” para os motociclistas que ainda conduzem estas motos na estrada, um cruise control e punhos aquecidos.
Pista por favor
Sem dúvida que a S1000RR pode ser usada na estrada, sendo até neste capítulo mais confortável que a maioria das suas adversárias, com um banco mais largo e uma carenagem mais alta. Numa estrada nacional com curvas no percurso é divertida e ainda assim bastante controlável e civilizada, sendo uma boa companhia para o dia a dia para quem quiser, mas sem sobra de duvidas que é num circuito que este míssil germânico se sente à vontade e pode libertar o seu potencial. Levámos a moto até Portimão, ao AIA e se a viagem deu muito prazer nas serras algarvias desertas e com bom piso, foi no abrasivo asfalto da pista onde já correram as SBK que a S1000 nos deixou conquistados. A velocidade com que rodamos é directamente proporcional ao modo de motor que usamos nessa volta (rain, sport e race, com mais dois modos slick e rider, este último configurável). É possível andar muito depressa com todos os controlos electrónicos ligados e os sistemas fazem o seu trabalho com distinção, mas se queremos realmente andar, o modo slick é absolutamente balístico, com a roda traseira a soltar-se em linhas negras no traçado do Algarve. O trabalho do chassis é quase sem falhas, a moto não abana e em conjunto com as suspensões e travões levam-nos para uma outra dimensão de condução. Na verdade é que as superdesportivas de hoje em dia superam em muito as capacidades de condução da larga maioria dos pilotos de ocasião, mas ainda assim permitem que se rode muito depressa em segurança e com a “rede” electrónica que consegue filtrar e segurar muitos dos erros cometidos. Apesar das vendas das desportivas estarem longe das dos anos noventa e início dos dois mil, os últimos dois anos trouxeram novos modelos de quase todas as marcas, provando que muita da paixão pelas motos ainda vem da velocidade e da competição.
Ficha técnica
BMW S1000RR
Cilindrada- 999 cc
Potência- 199 cv
Depósito- 17,5 lt
Peso- 204 kg
Tipo: 4 cil em linha
Distribuição: 16 válvulas
Binário: 113 Nm
Embraiagem: Húmida, deslizante
Caixa: Manual 6 velocidades
Transmissão: por corrente
Quadro: Dupla trave alumínio
Suspensão dianteira: forquilha invertida de 46 mm, 120 mm curso
Suspensão traseira: monoamortecedor , 130 mm curso
Travões: dois discos de 320 mm + disco de 220 mm
Rodas: 120/70-17” 190/55-17”
Distância entre eixos: 1.438 mm
Altura do assento: 815 mm
Preço- desde 17.953€
Mais informações AQUI
Texto: Hugo Ramos
Fotos: Manuel Portugal e BMW Motorrad