MOTOGP, ANDALUZIA: ROSSI, 199 E AINDA A CONTAR
Valentino Rossi (Yamaha Monster Energy) teve de esperar 18 corridas por um novo pódio em MotoGP, depois do seu segundo lugar no GP das Américas de 2019, mas no Grande Prémio Red Bull de Andalucia, o nove vezes campeão do mundo estava de novo por cima.
É seguro dizer que foram 15 meses difíceis para o Rossi e a sua equipa desde o segundo lugar no Circuito das Américas. O Doctor lutou com dificuldades para encontrar ritmo na sua YZR-M1 na temporada passada e a corrida de abertura de 2020 viu Rossi retirar-se com um problema mecânico.
No entanto, a sorte mudou quando Rossi chegou ao Circuito de Jerez-Angel Nieto na manhã de sexta-feira. O trabalho incansável de então tinha visto Rossi e a sua equipa encontrarem algo, e o italiano parecia imediatamente mais forte e feliz a bordo da Yamaha #46.
“A segunda parte da temporada de 2019 foi muito frustrante. Fui lento e sofri muito”, admitiu Rossi após a corrida. Quatro 4ºs lugares na Áustria, Silverstone, Misano e Malásia foram os seus melhores resultados, mas não há dúvida de que esta era a injeção de confiança que Rossi precisava.
Explicando ainda os seus pensamentos, Rossi admite que ele e o seu chefe de equipa, David Muñoz, têm pressionado fortemente a Yamaha para fazer mudanças na moto.
Mas isso não tem sido fácil, com Fabio Quartararo (Yamaha Petronas SRT) e Maverick Viñales (Yamaha Monster Energy) a liderarem as tabelas de tempo na maioria das sessões. Se funcionava para eles, porque não para Rossi, diziam os Japoneses…
“Nos últimos anos, o estilo de condução no MotoGP mudou muito. Em muitos lugares e em muitas curvas, basta fazer a coisa certa para que o pneu funcione da melhor forma. Já não se trata, em primeiro lugar, de conduzir o mais rápido possível e isto não é fácil. Tenho muita experiência, mas às vezes a minha experiência é uma desvantagem, porque temos de abordar este problema com ideias frescas e sem qualquer stress. Só assim é que certas coisas podem ser mudadas. Virámos agora o cenário da moto de cabeça para baixo e virámos o equilíbrio de pernas para o ar. Isso permite-nos conduzir mais rápido agora na inserção em curva, que sempre foi a minha força e corresponde ao meu estilo de condução. Tentei habituar-me ao estilo de condução moderno do MotoGP com estes pneus o máximo possível. Ao mesmo tempo, temos de adaptar a moto às minhas necessidades, porque preciso de algo diferente dos rivais. Demos um bom passo esta semana. É assim que temos que ir.”
“Desta vez, trabalhámos noutra direção. Temos de trabalhar muito, porque com o David [Muñoz], temos de pressionar a Yamaha porque queremos mudar a mota e às vezes é um problema político. Nunca desistimos e a partir de sexta-feira de manhã tive um bom pressentimento. Tenho de melhorar, ainda tenho alguns problemas, mas ando rápido, ao meu estilo e gosto. Cheguei à corrida hoje pronto, porque sabia que podia fazer um bom resultado. Estou tão feliz por mim e pela minha equipa, também porque no ano passado Jerez foi muito mau. E espero que possamos encontrar uma solução para seguir este caminho, para sermos mais fortes nas pistas mais difíceis.”
“O início foi crucial para mim, fiz um grande começo”, continuou o Doctor. “Tentei seguir o Fábio, mas… O Fabio é um pouco mais rápido, mas especialmente, não stressa os pneus. É como se estivesse a andar em seda. Também lamento ter deixado ir o Pecco e o Fábio porque eram rápidos, e quanto ao Maverick… ele era um pouco mais rápido, mas cometi um erro e deixei-o ir. Senão talvez tivesse ficado em segundo, mas acho que ele mereceu porque era um pouco mais rápido. Ainda temos de trabalhar nas últimas cinco voltas, mas agora não somos assim tão maus nas outras 20.”
Rossi espera agora que possa assumir esta nova forma de novo em Brno. O Doctor tomou o gosto ao espumante novamente e provou os céticos errados.