MotoGP, a atualidade: Tito Rabat
Sorte ou azar, bem como estar na sítio certo na altura certa hão-de jogar sempre um papel, por vezes decisivo, na carreira de um piloto de MotoGP. Mas vale a pena lembrar que, mesmo os que consideramos “atrasados” e quase passam despercebidos Grande Prémio após Grande Prémio, seriam excecionais a qualquer nível que não o do rarefeito Mundial de Velocidade, onde a norma atual é pilotos que começaram a andar de moto aos 3 anos de idade e nunca fizeram outra coisa na vida senão preparar-se para as pistas.
Um tal caso é Esteve “Tito” Rabat Bergada, que nasceu a 25 de Maio de 1989 e atualmente compete na Ducati Avintia na classe de MotoGP no Campeonato do Mundo.
Rabat é mais conhecido por vencer o Campeonato do Mundo de Moto2 de 2014, com um recorde de pontos para a classe intermédia.
No entanto, sorte ou azar, lá está, o Espanhol foi atingido por uma máquina descontrolada em Agosto de 2018, depois de ter caído sob chuva intensa durante os treinos para a ronda britânica de Silverstone e sofreu lesões graves nas pernas.
Voltando ao começo, “Tito” começou a correr profissionalmente em 2005 e estreou-se no Grande Prémio de Valencia na Equipa BQR como piloto wildcard na última corrida da temporada de 2005. Em 2006, Rabat entrou como wildcard nas provas de casa, nas rondas 1 e 7 em Jerez e Barcelona, respetivamente. Após a passagem de Aleix Espargaró a meio da temporada para a classe de 250cc, Rabat substituiu-o da oitava ronda para o resto da temporada.
Em 2007, Rabat conseguiu um lugar na equipa oficial da Honda Repsol 125cc, fazendo parceria com Bradley Smith. Terminou a temporada no 11º lugar, atrás do seu companheiro de equipa.
Após a saída da Honda em capacidade oficial da classe de 125, a equipa da Repsol mudou para as KTM. Rabat manteve-se como piloto e foi parceiro do jovem estreante e futuro campeão do mundo Marc Márquez. Apesar de ter começado em mais três corridas do que o seu talentoso companheiro de equipa, Rabat terminou atrás de Márquez na classificação por 14 pontos.
Em 2009 e 2010, Rabat regressou à BQR, correndo agora sob o nome Blusens e usando motos Aprilia sem grandes resultados nessas épocas. Em 2011, Rabat subiu à classe de Moto2, sempre com a BQR, montando motos FTR, terminando num respeitável 10º lugar na temporada como estreante.
Em 2012, Rabat mudou para a Pons Racing e na equipa de Sito, alcançou o 7º lugar no campeonato. Poré, o ano do salto de Rabat aconteceu durante a temporada de 2013. Depois de terminar em nono lugar no Grande Prémio do Qatar, registou um segundo lugar no Grande Prémio das Américas; depois dos cinco terceiros lugares anteriores, foi o melhor resultado de Rabat em corridas de Grande Prémio à época.
Na corrida seguinte, Rabat alcançou a sua primeira pole position no Grande Prémio de Espanha, superando todos os seus rivais por mais de quatro décimos de segundo. Na corrida, Rabat liderou do início ao fim, vencendo por mais de quatro segundos sobre Scott Redding. A seguir, somou outras vitórias no final da temporada, em Indianapolis e no Grande Prémio da Malásia.
Para a temporada de Moto2 de 2014, Rabat mudou-se para a equipa Marc VDS e venceu a corrida de abertura da temporada no Qatar à frente do seu novo companheiro de equipa Mika Kallio.
Ao longo da temporada, levaria mais 6 vitórias e 7 pódios, falhando apenas o pódio em 4 corridas, terminando com um total de 346 pontos. Depois de terminar em terceiro no Grande Prémio da Malásia, foi coroado Campeão do Mundo, o primeiro da equipa Marc VDS, à frente de Mika Kallio.
Mantendo-se em Moto2 em 2015, Rabat tentou tornar-se o primeiro piloto desde Jorge Lorenzo a manter o campeonato na classe intermédia. Porém, só ganhou uma corrida no final de Maio. As vitórias em Aragón e Valencia não foram suficientes para manter o título, uma vez que acabou em terceiro, atrás de Johann Zarco e Álex Rins.
Mesmo assim, para 2016, Rabat subiu para a classe de MotoGP numa moto Honda satélite da Marc VDS. Registou o seu primeiro top-10 na Argentina com o nono lugar, mas não conseguiu igualar o desempenho do colega de equipa Jack Miller, que brilhou. No entanto, manteve-se com a Marc VDS em 2017, conseguindo apenas um top-10 na última corrida da temporada.
Em 2018, Rabat voltou à sua anterior equipa de 125cc e Moto2, a Reale Avintia Racing, fazendo parceria com Xavier Siméon. No Grande Prémio da Grã-Bretanha, a enorme queda de Rabat com Franco Morbidelli na curva de Stowe foi um dos fatores que contribuiu para a decisão de cancelar a corrida devido a condições inseguras.
Como resultado da tripla fratura que sofreu na perna direita, Rabat falhou as restantes 7 corridas da temporada de 2018. Rabat regressou em 2019 com Avintia, acabando por superar o novo colega de equipa Karel Abraham.
Hoje, com a Avintia a ascender ao estatuto de equipa satélite oficial Ducati, e após 76 arranques em MotoGP, com 3 pódios, Esteve Rabat tem a sua melhor hipótese de resultados consistentes na classe rainha. Vamos torcer por ele!