MotoGP, 2021: Cal Crutchlow quase certo na Aprilia
A Dorna precisa de um britânico no MotoGP. Esta é uma das razões porque Cal Crutchlow deverá estar ao lado de Aleix Espargaró em 2021.
Se o normalmente simpático e eloquente dono da equipa Honda LCR Lucio Cecchinello se tem recusado a falar com a imprensa ultimamente, algo de grave deve ter acontecido. E depois de o italiano se ter recusado a falar na passada sexta-feira, não demorou muito a descobrir a causa: A LCR vai perder o seu piloto de ponta, que lhe deu as suas primeiras vitórias em MotoGP, ao fim de seis anos.
Durante este tempo, Lucio e Cal Crutchlow passaram por altos e baixos. Ultrapassaram muitos contratempos, como lesões e quedas, que obrigaram a reconstruir repetidamente, a Honda RC213V. A HRC mudou do motor Screamer para o Big Bang, depois o motor inverteu o sentido de rotação da cambota, e a partir de então, o chassis nunca deu ao britânico a sensação perfeita da roda dianteira. Em 2019 veio uma nova versão, mas as queixas mantiveram-se e até o campeão mundial Marc Márquez sofria até 30 quedas causadas pela roda dianteira por temporada.
Agora, sabe-se que a Aprilia Racing está em negociações promissoras com Crutchlow. Assim que o Tribunal Internacional do Desporto (TAS) confirmar a suspensão de Andrea Iannone até 17 de Junho de 2021, o inglês de 34 anos deverá ser apresentado como colega de equipa de Aleix Espargaró.
Isto pode parecer surpreendente, porque a Aprilia significa um passo atrás em comparação com a Honda. Os italianos têm o menor orçamento das seis fábricas e não têm nenhum patrocinador titular, e as vendas de motos de estrada são menores, em comparação com gigantes como a Honda e a Yamaha. Para mais, em breve a Aprilia será o único fabricante de MotoGP que não tem pelo menos duas equipas em pista.
Mas Crutchlow, três vezes vencedor em MotoGP, e o único Inglês a consegui-lo desde Barry Sheene, ainda tem uma conta aberta no MotoGP, apesar de várias especulações nos últimos dois anos sobre a retirada após 2020. Para o gosto dos gestores da Honda, um comentário feito talvez com demasiada frequência.
“Já não sou assim tão rápido”, admitiu o piloto da Honda LCR no GP de Silverstone, em entrevista a um canal de TV. Cal tinha partido o tornozelo direito durante o treino em Phillip Island, em Outubro de 2018. Confessou qu tinha abrandado o ritmo de ataque ao longo de uma única volta, por exemplo o ataque à pole, mas em compensação, agora pode jogar melhor com a sua experiência ao longo da distância da corrida.
Crutchlow tem agora de sacrificar o seu lugar na Honda LCR para 2021 pelo campeão mundial de Moto2 Alex Márquez.
A HRC queria a concordância de Cecchinello já em Novembro. Até Marc Márquez deixou claro à HRC na altura que fazia mais sentido colocar Alex na LCR como rookie, onde estaria sob menos pressão.
Mas Cecchinello não quis libertar Crutchlow no Outono, temendo a perda de patrocinadores ou pelo menos uma redução dos patrocínios. Porque com Alex, que só se sagrou campeão do mundo em Moto2 ao fim de cinco anos de tentativas, empresas como a Givi, a Castrol, ou a Rizoma, que estão com Cecchinello há anos, pouco podiam fazer.
E Takaaki Nakagami não podia ser sacrificado, porque é financiado pela petrolífera japonesa Idemitsu, que vai gastar ainda mais em 2021 para ter um japonês na classe rainha.
Ao mesmo tempo, a Honda Repsol precisa de um segundo piloto forte, porque em 2018 com Pedrosa, e em 2019 com Lorenzo, Marc Márquez venceu,mas não pode vencer o Campeonato do Mundo de Marcas e Equipas por causa da concorrência mais forte.
Nem tampouco se punha a hipótese da LCR alinhar em 2021 com três pilotos, Márquez, Nakagami e Crutchlow. Um tinha que sair e sobra sempre para o mais velho.
Esta dança das cadeiras no MotoGP começa a ser preocupante. Ainda por cima na maioria das vezes os lugares são dados por razões não desportivas…
Grandes patrocinadores. Toda a gente precisa de dinheiro.
Procura do novo Márquez. Então contratam tudo o que mexa que tenha feito “uma ou duas corridas”. Funciona as vezes mas na maioria os pilotos não estão preparados para o salto e arrastam-se até ser tarde demais.
Se a Dorna não pode aumentar o número de motas para haver mais espaço para Rookies enquanto os mais experientes podem dar o seu melhor ao desporto, talvez possam usar uma forma de rentabilizar motas mais antigas. Fazendo uma espécie de MotoGP Júnior ou B, seja lá o que lhe queiram chamar.
1 mota por piloto, desenvolvimento congelado. A mota que começa é a que acaba a temporada. Um campeonato que poderia chamar patrocinadores visto que iria ser uma comédia ver aquela malta toda com os olhos esbugalhados a pensar..
This is f…rocket. 🙂
Sei que estou a sonhar alto mas penso que o equilíbrio do campeonato está afetado.
Não é possível que todos os anos subam do Moto2 as rapazes que ainda não estão preparados para tal. Acontece uma vez de vez em quando…
Enfim…
Só me custa ver que os melhores não se possam mostrar devido aos que têm mais dinheiro ou hype.
Cumps.