MotoGP, 2020: Oliveira e a KTM, uma relação de confiança mútua
A KTM acreditou em Oliveira, e Oliveira acreditou na KTM… o resultado está à vista!
O MotoGP tem sido totalmente dominado pelos gigantes japoneses Honda e Yamaha nos últimos 40 anos. De facto, se deixarmos de fora o único campeonato de Casey Stoner para a Ducati em 2007, temos de recuar a 1982 para encontrar outra empresa que tenha assumido com algum sucesso o desafio de entrar no campeonato de construtores, e é outra empresa japonesa, a Suzuki.
Os enormes orçamentos necessários para gerir estas equipas de corrida de alto nível tendem a excluir empresas mais pequenas e menos diversificadas de concorrer a sério. A KTM atreveu-se e está agora a colher os frutos. De começos modestos, com um 16º 17º no Qatar em 2017 para duas vitórias em 2020, decorreram apenas quatro épocas, quatro épocas em que a marca de Mattighofen se atreveu a levar o desafio no mundial a fábricas japonesas com meio século de história e de experiência na categoria e, contra todas as indicações, a vencer.
Nunca copiando, inovando sempre, com a sua filosofia “Ready to Race”. Com um motor V4, quando a maioria da grelha preferia a solução mais simples de um quatro em linha…
Um V4 que cria os seus próprios problemas, porque com as massas reciprocantes mais bem equilibradas, fornece entrega de potência imediata e selvagem à saída de curvas, por um lado, exigindo finesse e habituação do piloto, e por outro, pondo um prémio nas reacções do chassis e na aderência e duração dos pneus…
Persistindo obstinadamente com um quadro de treliça em aço, quando a crença convencional impunha uma viga de alumínio.
Usando as suas próprias suspensões WP, quando até os gigantes japonesas há muito se renderam à Ohlins sueca, para o melhor – ter a fábrica ao lado das instalações- e para o pior – anos de atraso no mais alto nível da competição e menos equipas com que desenvolver soluções…
E inovando, inovando sempre, com a adoção do primeiro braço oscilante em fibra de carbono em finais de 2019, para finalmente chegar a uma moto toda nova, redimensionada de tal forma, em parte com a ajuda do experiente Dani Pedrosa como piloto de testes, que quando Miguel Oliveira a testou pela primeira vez, definiu a diferença como “não ter nada a ver” com a anterior. Foi este nova moto que permitiu à KTM passar de concorrente a candidato, e de colocar uma moto no Top 10 com dificuldade a colocá-las todas as 4 no Top 10 na última prova, com duas no pódio…
Decerto, Miguel Oliveira, quando foi aliciado para o projeto de MotoGP, terá acreditado no potencial e na dedicação ao desenvolvimento e na vontade de vencer dos homens da marca… Se tinha dúvidas, decerto ficaram pelo caminho quando o ano passado Pit Beirer chamou toda a gente à hospitalidade da marca e anunciou a retirada da categoria de Moto2- as motos que correm na classe atualmente decoradas como KTM Red Bull são, na verdade, chassis Kalex! – para concentrar todos os esforços da marca na MotoGP.
Miguel teve de ignorar as vozes contrárias, como terá feito muitas vezes no passado, como quando assinou pela Mahindra, uma marca indiana sem hipótese nas Moto3, e depois lhe deu a sua primeiro pole em Junho de 2003… teve de persistir apesar dos pessimistas que diziam que a KTM nunca ia vencer, e que noutra marca já teria ganho há muito…
Talvez sim, mas lugares na Yamaha ou Honda não abundam, Portugal não tem uma história de pilotos vencedores, e Oliveira tem pago na pele esse pioneirismo…
Agora, a KTM chegou ao sucesso e parte dessa história está a ser escrita por um português de Almada, que começou a correr aos nove anos nas pequenas Metrakit, escolhendo com o seu pai Paulo uma vida de sacrifícios, com viagens constantes a Espanha, participações em corridas longínquas onde às vezes o dinheiro para a gasolina do regresso era uma incógnita, mas em que o português se foi impondo com a sua mistura de talento, perseverança e inteligência.
Agora, apenas na sua quarta temporada ao mais alto nível da velocidade mundial, o fabricante austríaco já venceu duas vezes. E a perda das concessões associadas às equipas ainda por chegar ao pódio é o mínimo das preocupações da equipa dirigida por Pit Beirer… e deve estar também muito longe do pensamento do primeiro vencedor Português de uma corrida de MotoGP na história…
Um bom artigo contudo com algumas falhas, a suzuki ganhou os campeonatos de pilotos de 1981, 1982, 1993 e o ultimo em 2000 com kenny Roberts, na questão dos motores desde 2002 nas 4t. so a yamaha e kawazaki arrancou com um 4 em linha, honda suzuki e ducati eram v4 actalmente é tudo v4 menos yamaha e Suzuki