MotoGP, 2020: Irá Jack Miller dar o salto para a Ducati de fábrica?
Jack Miller estabeleceu o recorde de velocidade máxima no teste de MotoGP no Qatar com 355,2 km/h. “A minha moto é um foguetão”, reconhece o Australiano da equipa satélite Pramac, oitavo no Mundial, que fez muitos planos para 2020 antes de tudo ser parado pelo Covid19.
No Mundial de MotoGP do ano passado, Jack Miller, de 25 anos, terminou no pódio em terceiro cinco vezes. A Ducati Corse chegou mesmo a discutir se deveria ser transferido para a equipa de fábrica no lugar de Danilo Petrucci em 2020, porque o italiano desvaneceu na segunda metade da temporada.
Mas o dono da equipa da Ducati Pramac, Paolo Campinoti, que corre em MotoGP com a Ducati desde 2005 e nunca festejou uma vitória em GP, insistiu em manter o seu contrato com o jovem australiano, que, a lembrar a história semelhante de Miguel Oliveira em Moto3, venceu sete corridas do Campeonato do Mundo na KTM Red Bull da equipa Ajo em 2014 e perdeu o título de Campeão do Mundo por dois pontos para Alex Márquez (Honda).
Com Miller, o estábulo da Pramac está com boas hipóteses de ganhar o seu primeiro GP em 2020.
Mas agora as corridas estão suspensas pelo menos até 19 de Julho (a nova data de Jerez), antes do Campeonato do Mundo continuar em Brno (9 de Agosto) e Spielberg (16 de Agosto).
Possivelmente até, dois Grandes Prémios serão realizados nestes circuitos, antes que o Mundial siga, já em Setembro, para locais como Misano e Aragón. Mas o CEO da Dorna Carmelo Ezpeleta vai ter de esperar pela evolução da pandemia e pelas medidas de flexibilização nos países europeus antes de o novo calendário poder ser oficialmente apresentado.
Além disso, os contratos com os organizadores têm de ser renegociados, porque ninguém quer pagar cerca de 4 milhões de Euros por uma prova se não puderem ser vender bilhetes para espetadores.
Com os organizadores do Sachsenring, Assen e KymiRing, os contratos para 2020 já foram rescindidos por mútuo acordo sob a cláusula de “Força Maior”. Deve-se esperar uma abordagem semelhante para Silverstone e Le Mans, porque os eventos de GP nesses circuitos também não são subsidiados pelos confres do erário público.
Entretanto, Jack Miller prepara-se para o início da temporada na Austrália com muito treino fora de estrada e lamenta o longo atraso. “Estávamos bem preparados”, disse JackAss, que terminou em quinto lugar no último teste no Qatar (22-34 de Fevereiro).
“No teste de Losail, trabalhámos principalmente na distância de corrida. Tivemos de descobrir como funciona o novo motor e se harmoniza com a electrónica ao longo da distância de corrida. Também cuidamos do desgaste dos pneus. Os bons tempos por volta têm sido muito fáceis para mim no Qatar. Sabia que podia continuar a melhorar quando chegasse o fim de semana de corrida.”
Este ano, a Ducati está a equipar os quatro pilotos de fábrica de MotoGP com o novo “ajustador de altura”, que baixa a traseira ao acelerar, reduzindo assim o ângulo de inclinação. “Tentei esse sistema na Tailândia já em 2019. Há 19.000 coisas diferentes a considerar, e tudo tem que ser decidido e feito numa fração de segundo. Este ‘ajustador’ está longe de ser fácil de usar”, revelou Miller, que também utilizou o dispositivo de arranque em Motegi 2018, como o primeiro piloto da Ducati a experimantá-lo numa corrida. “Mas agora temos uma boa forma de lidar com isso. O novo sistema oferece vantagens nítidas ao acelerar.”
Miller está a apontar para a sua primeira vitória em MotoGP este ano, de preferência na corrida em casa em Phillip Island, mas esse evento é uma provável vítima da epidemia de Covid 19. À chuva, Miller já venceu em 2016 na Honda Marc VDS em Assen.