MotoGP, 2020: Evolução nas capas de roda
Capas de roda, em fibra de carbono, já vimos em várias motos e de várias formas e feitios.
A maioria prende-se com a simples tarefa de defletir ar para os discos, se forem de carbono, o que tem de ser cuidadosamente controlado, pois os rotores de carbono funcionam, justamente, pelo aquecimento.
Ou de tentar evitar que se molhem à chuva, no caso de uma corrida no molhado. Como tal, raramente cobrem toda a roda, mas apenas os rotores dos discos.
Porém, ultimamente, a Ducati tem mostrado outra variedade, a que cobre a maior parte do interior da roda, e esta vertente já terá uma função distinta: a de minimizar perdas por deslocação de ar ou turbulências.
De facto, o interior das rodas é uma área “vazia”, que não deixará de atrair deslocação de ar, e de certo modo, a aresta traseira da jante acaba por atuar como um pequeno travão motor, criando resistência ao movimento através do ar e, ainda por cima, exercendo força na tão crítica área não-suspensa, ou seja, que não pode ser controlada pelo ajuste das suspensões, porque fica para cá delas, entre a suspensão e o chão.
De há algum tempo para cá, decerto fruto da fértil imaginação do génio Gigi Dall’Igna, a moto de Bolonha têm exibido grandes tampas de carbono em ambas as rodas, nomeadamente na zona inferior, que na maioria dos casos era deixada sem intervenção…
Neste caso, estas coberturas já estão decerto desenhadas para impedir a entrada de ar de perturbar o movimento…
Outra moto que tem mostrado este tipo de adição é a Aprilia RSGP… que conta, justamente, com a colaboração de engenheiros vindos da F1.
Valerá o que vale, mas com peças tão baratas de projetar e fazer, não perdem nada por tentar, até porque com os modernos métodos de Cad Cam e impressão 3D, ficam logo a saber se o resultado é uma melhoria ou só para encher o olho e pôr os rivais a coçar as cabeças… que por vezes até deve ser mesmo o objetivo!