MotoGP, 2020: Binder recorda caminho até à MotoGP
Num documentário de TV sobre o piloto sul-africano da KTM Red Bull Brad Binder, que passou na Áustria, este falou das dificuldades que teve de superar e confessa que já enfrentou muitas críticas no seu percurso profissional.
Brad Binder (24 anos) fez as malas quando era um adolescente de 14 anos e mudou-se para a Europa com a determinação absoluta de conseguir uma carreira no Campeonato do Mundo de Motociclismo.
“Na Red Bull Rookies Cup, no entanto, rapidamente se tornou claro como o caminho era difícil”, recorda Binder, que falhou completamente o seu terceiro ano na Taça dos Rookies, terminando em sétimo lugar devido ao aumento de competitividade. “2011 foi uma grande desilusão. Pensei que podia ganhar.”
Pelo menos, longe das pistas, o sul-africano teve belos anos. “Naquela altura, sempre me diverti com o Arthur Sissis e James Whithcroft”, descreve Binder acerca dos seus primeiros anos na Europa, que necessitaram muita improvisação.
O olheiro e treinador de pilotos da Red Bull, Gustl Auinger, diz em retrospetiva:
“Quando alguém está no circo, quase não há distinção. Não há hipótese de que esteja a ser poupado só porque veio de longe, da África do Sul. Não é uma nação que esteja predestinada a ganhar um Campeonato do Mundo. Mas o Brad é mentalmente muito forte, também teve de aguentar ser criticado em pista. Teve a força para não desistir, como mostrou em Jerez em 2016, quando venceu a corrida de Moto3 do último lugar.”
Binder tinha sido demovido para o 36º e último lugar da grelha de partida devido a um mapeamento de ECU irregular.
“Tenho de admitir que na Taça dos Novatos não o tínhamos no radar como um prospeto” diz Auinger.
“Brad é um piloto que precisa de tempo”, diz o chefe de corridas da KTM, Pit Beirer, em retrospetiva.
Quando Binder já estava mentalmente mais pronto, no final de 2011, a oportunidade surgiu numa equipa de Moto3, com um Kalex KTM. Mais tarde, em 2014, foi semelhante, recorda Binder:
“Fui ao escritório do Aki Ajo e perguntei se podia pilotar na equipa dele. Quando comecei na Aki em 2015, apercebi-me que ainda estava muito longe de ser um piloto profissional”, admite Binder. “Na minha primeira corrida de Moto2, cai e parti o braço imediatamente. Mas estou muito feliz com a minha saída de Moto2, apesar de não ter sido campeão do mundo.”
O pai de Binder, Trevor, também recorda: “Quando Brad ganhou o título de Moto3 em 2016, foi o suficiente para acreditarmos nele.”
Os elogios também vêm do seu companheiro de equipa de longa data Miguel Oliveira, que diz: “O Brad é um tipo muito duro.”