MotoGP, 2020: APRILIA SUBMETE PATENTE PARA GARFOS ANTI-MERGULHO
A tecnologia, já há muito conhecida mas que a Aprilia apresenta como uma “novidade”, usa uma ligação mecânica à pinça, que contraria o afundamento da frente usando a força dos travões contra o peso da moto.
Os garfos dianteiros anti-mergulho têm sido um tipo mítico de tecnologia da moto, que parecem nunca desaparecer completamente, mas também nunca chegam às motos produzidas em massa.
A ideia é bastante simples e consiste em eliminar parte do mergulho ou afundamento que ocorre em travagens fortes e comprime totalmente a suspensão, impedindo-a de absorver colisões.
A teoria é que sem a transição excessiva de peso da travagem para a curva e depois aceleração, a moto pode permanecer mais nivelada e estável em toda a curva e reagir melhor.
Com tantos exemplos de sucesso e falta da solução anti-mergulho perfeita ao longo dos anos, seria desculpável pensar que já teríamos visto todas as variações.
Embora olhando para estes desenhos dos pedidos de patentes da Aprilia é claro que ainda há terreno fresco a desbravar nesta pequena área de design de moto.
Como funciona então o garfo dianteiro anti-mergulho da Aprilia?
O novo sistema utiliza uma ligação que se liga à bainha do garfo e está ligado à placa de montagem das pinças que foi concebida para que possa girar alguns graus em torno do eixo da moto.
À medida que o travão é aplicado, a placa de montagem tenta rodar na mesma direção que a roda dianteira. Esta força rotativa em redor do veio dianteiro exerce-se através da ligação ao garfo e empurra eficazmente a moto para uma posição vertical, contrariando o afundamento. Uma vez concluído o estágio de travagem, as molas e o retorno hidráulico forçam a placa de montagem das pinças de volta à sua posição neutra.
Para ajudar a controlar o sistema e a afinar a quantidade de anti-mergulho, a placa rotativa monta numa ranhura num tirante de alumínio. O arco da ranhura escolhido denota quando e quanto os garfos irão afundar. Este sistema significa que a ação anti-mergulho será progressiva, funcionando mais na parte inicial e mais feroz da travagem. Uma das vantagens do sistema é ser infinitamente variável, ou seja, quanto maior a força da travagem, maior será o efeito anti-mergulho.
Alguns sistemas anti-dive tentados comercialmente nos anos 80 eram hidráulicos, ou seja, envolviam fazer o (ligeiro) movimento ascendente da pinça sob travagem comprimir uma válvula e portanto reduzir pontualmente o fluxo de fluído nos garfos “endurecendo-os”.
O sistema mecânico funciona de tal forma que, na primeira fase de travagem, normalmente a mais difícil, os garfos não mergulham muito.
Conforme se reduz o efeito nos garfos, o anti-dive deve então permitir à suspensão ser capaz de lidar com solavancos e ondulações à medida que a moto é inserida na curva.
O sistema Aprilia está a tentar contornar algumas das questões que outros sistemas anti-mergulho têm, na medida em que a sensação de uma frente normal se perde e pode tornar-se uma sensação vaga.
Curiosamente, a moto mostrada nos desenhos das patentes é a máquina de MotoGP RS-GP da Aprilia. Se o Coronavírus não tivesse parado todo o desporto, se calhar já tínhamos visto o sistema na grelha de MotoGP…