Moto GP história: Quase, quase, Tepi Lansivuori

Por a 9 Maio 2020 16:00

Outro vice-campeão de 500 do passado quase esquecido é o piloto profissional finlandês “Tepi” Länsivuori. Da Finlândia, sempre houve pilotos rápidos, como Saarinen, por uma razão bem distinta dos Americanos: se estes sabiam derrapar na terra, os eslavos formavam-se nas corridas em gelo, onde a capacidade de derrapar em controle é elevada a uma forma de arte… de tal modo que o prematuramente desaparecido Jarno Saarinen se deu ao luxo de vencer Daytona em 1973 numa Yamaha 350… não a classe de 350, entenda-se, mas à geral contra as 750 da altura!

Aqui, porém falamos do seu amigo de infância Teuvo Pentti “Tepi” Länsivuori, nascido a 9 de Dezembro de 1945 em Iisalmi, 500 km a norte de Helsínquia.

Ambos começaram a correr no gelo e em grasstrack na sua Finlândia natal cerca de 1961. Lansivuori venceu a sua primeira corrida de gelo em 1963 numa Husqvarna de 175cc. Depois desta vitória decidiu dedicar-se à velocidade, mas antes de se mudar para as pistas, tentou todo o tipo de corridas, gelo, motocross, competição na areia… em breve, porém, estava no circuito internacional de velocidade com Saarinen e em 1968 começou no Mundial de velocidade numa Montesa de 125cc.

Em 1969, Tepi arranjou um modelo Yamaha TD-2 de competição-cliente e estreou-se no Grande Prémio na sua terra natal em Imatra, onde foi 4º na classe de 250cc.

No ano seguinte entrou na categoria 125 e 250 na Yamaha e obteve pontos em ambas as categorias.

Depois disso, pilotou máquinas da série Yamaha TD e TR em GPs nas classes de 250 e 350 vários anos.

Em 1971 venceu o Grande Prémio de Espanha, onde ganhou a sua primeira corrida na difícil classe de 350cc.

Em 1972, teve uma boa temporada para terminar em 5º lugar na classificação final do Campeonato do Mundo de 250 e foi sétimo nas 350. Estes bons resultados fizeram-no notar pela fábrica da Yamaha e no ano seguinte juntou-se à equipa Arwidson, importador da Yamaha para a Suécia e Finlândia, ao lado do seu amigo Jarno Saarinen.

1973 foi o ano em que o seu amigo desapareceu no Grande Prémio de Itália, em Maio, em Monza. Foi um golpe terrível para Tepi, que até pensou em parar a competição. Para Tepi, Jarno era um verdadeiro irmão, nasceram ambos com alguns dias de diferença e viajavam juntos para as corridas… Tepi abandonou os paddocks por dois meses, mas em memória de Jarno decidiu retomar a competição. Conseguiu uma Yamaha YZR250 de fábrica e alcançou o 2º lugar na classe de 250cc, pois terminaria vice-campeão do mundo de 250cc nesse ano.

Tepi na RG500

Ao mesmo tempo, competia na extinta classe de 350cc, onde também alcançou o 2º lugar apenas atrás de Giacomo Agostini, de tal modo que forçou a MV Agusta a desenvolver uma 350 nova para o Italiano, que não estava habituado a ser pressionado.

As suas conquistas foram reconhecidas, no ano seguinte de 1974, pelo que foi contratado pela Yamaha Motor Europa para pilotar máquinas de fábrica YZR500 (0W20) e YZR350 (0W16) no lugar de Hideo Kanaya, o Japonês-Coreano que se lesionou e se retirou das corridas de GP nessa altura.

Assim, juntou-se à equipa oficial da Yamaha ao lado de Agostini. Nesse ano descobriu uma nova categoria, as 750 cc, com que conquistou o 5º lugar em Daytona.

Avaria em Assen nas 350

Nos Grandes Prémios obteve uma sucessão de bons resultados mas, sobretudo, problemas mecânicos que lhe dariam, nomeado pela imprensa internacional, o título de “piloto mais azarado do ano”.

Mesmo assim, ainda terminou em 6º em 350cc e 3º em 500cc, mas desiludido com as Yamaha, no ano seguinte, em 1975, mudou-se para a Suzuki, cuja nova RG500 era considerada mais competitiva e teve um papel predominante no desenvolvimento das várias gerações da RG500 de 4 cilindros. Terminou em 4º lugar no Campeonato do Mundo numa nesse ano.

Numa TZ750

Na classe de 350cc, Tepi ficou em 6º lugar, e na classe de 500cc ficou em 3º lugar, à frente de Giacomo Agostini e apenas atrás de Phil Read e Bonera.

Em 1976, no ano seguinte, como privado, terminou em segundo lugar para o seu ex-companheiro de equipa Suzuki, Barry Sheene, no campeonato mundial de 500cc. Deveria ter sido o ano do título para Tepi, mas depois de vários resultados no Top 5, terminou vice-campeão mundial atrás de Barry Sheene, que nesse ano estava imbatível e apesar de saltar a Ilha de Man, venceu corridas em Le Mans, Salzburg, Mugello, Assen e Anderstorp.

Lansivuori ainda esteve ativo na classe de 500 em 1977 e 1978, os seus últimos dois anos no campeonato mundial, em que foi 9º e 8º respetivamente.

Hoje com 75 anos, após 75 corridas no Mundial com 8 vitórias, 27 pódios, 7 poles e 12 voltas mais rápidas, é frequente vê-lo em encontros de clássicas no Norte da Europa.

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