Moto GP história: Quase, quase, Max Biaggi
Regressamos à nossa série sobre vice-campeões da MotoGP, os pilotos que quase-quase foram Campeões, com um piloto que foi Vice-campeão em 500 e MotoGP. Já vimos como todos os pilotos têm algo de único que os distingue, no caso de Massimiliano “Max” Biaggi, nascido em Roma a 26 de Junho de 1971, foi ter vencido na sua estreia nas 500 e nas SBK, um feito único.
Ao longo da sua carreira de piloto, Biaggi também venceu o Campeonato do Mundo de 250 por três vezes consecutivas na Aprilia Chesterfield, entre 1994 e 1996 . Em 2007 mudou-se para o Campeonato do Mundo de Superbike, terminando em terceiro lugar como estreante e conquistou o seu primeiro Campeonato do Mundo de Superbike em 2010, tornando-se apenas o 2º Campeão Europeu de fora do Reino Unido, depois de Raymond Roche em 1990.
Biaggi, apelidado de “il Corsaro” e “Imperador Romano”, na realidade estava mais interessado no futebol em criança. Mas depois de lhe terem dado uma moto no seu 17º aniversário, interessou-se pelas motos na Televisão e iniciou a sua carreira de piloto na classe de 125 aos 18 anos.
Em 1990 ganhou o Campeonato Italiano de Sport Produção. Após o seu sucesso em 125, Biaggi subiu para a classe de 250 e aí conheceu ainda mais sucesso.
Em 1991, no famoso Team Itália, Biaggi terminou em segundo lugar atrás do britânico Woolsey Coulter no Campeonato Europeu de 250 numa Aprilia RS250, e nesse mesmo ano terminou em 27º lugar no Mundial de 250 montando para o mesmo fabricante, tendo pontuado em Le Mans e San Marino.
Em 1992, Biaggi conseguiu a sua primeira vitória nas 250 em Kyalami, na África do Sul e completou a sua primeira temporada inteira em Grande Prémio nas 250, terminando o ano em quinto. Na temporada seguinte, Biaggi juntou-se à Honda e terminou em quarto lugar na classificação do Campeonato, incluindo uma única vitória em Barcelona.
Em 1994 regressou à Aprilia e dominou a classe de 250 a partir de então, ao vencer três campeonatos mundiais consecutivos em 1994, 1995 e 1996. Em 1997, Biaggi voltou à Honda, montando pela equipa de Erv Kanemoto, e conquistou o seu quarto título consecutivo. Depois disso, subiu para as 500.
Biaggi fez um início impressionante na sua estreia nas 500cc, qualificando-se na pole, estabelecendo a volta mais rápida e vencendo a sua primeira corrida no Grande Prémio do Japão de 1998 em Suzuka, montando pela equipa da Honda Kanemoto. Também foi vitorioso no Grande Prémio da República Checa e terminou a temporada em segundo lugar, atrás de Mick Doohan.
Biaggi juntou-se então à Yamaha para lutar contra as Honda dominantes. Terminou em quarto em 1999, terceiro em 2000, e segundo em 2001.
Em 2002, Biaggi montou uma quatro tempos pela primeira vez, e uma vez que o desenvolvimento da nova moto se manteve forte ao longo da temporada, venceu em Brno, na República Checa e em Sepang, na Malásia, para conquistar o segundo lugar do campeonato, atrás do rival Valentino Rossi.
Assim tal como Rossi foi o primeiro campeão de MotoGP, Biaggi foi o primeiro vice. Em 2003, Biaggi terminou em terceiro no campeonato de MotoGP depois de se juntar à Honda na equipa Camel Pramac Pons e ganhou corridas no Grande Prémio do Pacífico e na Grã-Bretanha, depois de Rossi ter sido penalizado. Esperava-se que Biaggi fosse um dos principais candidatos ao título em 2004. Venceu na Alemanha, mas uma queda no Estoril viu a sua temporada começar a desvanecer-se. No final da temporada de MotoGP de 2004, Biaggi terminou o campeonato em terceiro lugar, atrás de Sete Gibernau e do vencedor da série, Rossi.
Biaggi iniciou a temporada de MotoGP em 2005 como piloto oficial da Honda, juntando-se ao norte-americano Nicky Hayden na Equipa Honda Repsol com o diretor técnico Erv Kanemoto.
Esperava-se que a cooperação contínua com Kanemoto e o apoio total da Honda fizessem de Biaggi um dos principais candidatos ao título em 2005. No entanto, Biaggi terminou a temporada apenas no quinto lugar, dizendo frequentemente mal da Honda, o que não caiu bem.
Assim, Biaggi perdeu o seu lugar para a temporada de 2006, preenchido pelo campeão de 250 de 2005, Dani Pedrosa. Apesar de negociar com a Honda, Kawasaki e Suzuki,estava queimado pelas suas frequentes declarações controversas e não conseguiu obter um contrato, mesmo com o apoio do grande patrocinador de tabaco Camel, que acabou por se tornar o patrocinador titular da Yamaha em 2006. Em 10 de Janeiro de 2006, Biaggi publicou no seu site que não participaria na temporada de MotoGP de 2006 e iria entrar no Mundial de SBK.
Biaggi tentou chegar a um acordo para correr no Campeonato do Mundo de Superbike para a Corona Alstare Suzuki em 2006, mas a equipa de Francis Batta não conseguiu comprometer-se a ter equipamento oficial igual aos seus pilotos existentes, o campeão de 2005 Troy Corser e Yukio Kagayama. Como resultado, Max tirou um ano sabático, mas em 14 de Setembro de 2006 Biaggi anunciou que tinha assinado para substituir Corser na equipa em 2007.
Biaggi começou a temporada vencendo a primeira corrida no Circuito Internacional de Losail no Qatar e terminando em segundo na segunda corrida. Ao fazê-lo, Max Biaggi tornou-se um dos únicos cinco homens a vencer a sua primeira corrida no Campeonato do Mundo de Superbike, e o único piloto a vencer a sua primeira corrida de Superbike e a sua primeira corrida em Grande Prémio de 500. Também terminou em 3º e 4º lugar em Phillip Island, Austrália.
Depois de um duro campeonato em 2007, Biaggi terminou em terceiro, atrás do campeão do mundo James Toseland e do piloto da Yamaha, Noriyuki Haga.
No final da temporada, Francis Batta, diretor da Alstare Suzuki Racing Team, foi forçado a libertar Biaggi, devido à perda do principal patrocinador Corona Extra, uma vez que não conseguiu chegar a um acordo financeiro suficientemente atraente para Biaggi.
Além disso, a Suzuki decidiu parar o desenvolvimento oficial da sua Superbike em 2008, concentrando-se no campeonato de MotoGP. Em 2008, Biaggi substituiu Marco Borciani como piloto na Sterilgarda/Go Eleven, montando uma Ducati 1098RS satélite ao lado de Ruben Xaus. Terminou em sétimo lugar, com sete pódios, três lugares à frente de Xaus e um à frente do piloto oficial da Ducati, Michel Fabrizio.
Em 2009 juntou-se à equipa oficial no regresso da Aprilia.
Subiu ao pódio na 2.ª ronda no Qatar e somou pontos sólidos antes de conquistar a primeira vitória desde o regresso a Brno, depois de os líderes da corrida Fabrizio e Ben Spies terem colidido. Terminou num segundo lugar atrás de Spies na segunda corrida, e terminou a temporada em 4º.
Biaggi continuou com a Aprilia em 2010, tendo conseguido uma dupla vitória na corrida em casa da equipa em Monza para subir ao segundo lugar da classificação. Outra dupla nos EUA deu-lhe o primeiro lugar no campeonato, depois de o anterior líder Leon Haslam não ter conseguido terminar na 2ª corrida.
Em Agosto de 2010, Biaggi assinou um renovado contrato de dois anos com a Aprilia para permanecer com a equipa nas Superbikes até 2012.
Em 2010, Biaggi tornou-se no primeiro campeão do mundo de Superbike Italiano ao dar o primeiro título de Superbike à Aprilia.
2011 foi um ano de resultados mistos para Biaggi e para a Aprilia. Só conseguiu duas vitórias em Aragón Espanha e Brno, na República Checa. Apesar de estar na luta pelo título devido a vários segundos lugares, Biaggi fraturou o pé esquerdo na Alemanha, o que o fez perder duas rondas: Imola e Magny Cours. Biaggi terminou a temporada de 2011 no terceiro lugar com 303 pontos empatado com Eugene Laverty.
A seguir, Biaggi viria a ganhar o título de 2012 por apenas meio ponto sobre Tom Sykes da Kawasaki. Após essa temporada vitoriosa, Biaggi retirou-se das corridas, embora três anos depois, voltasse brevemente às corridas como wildcard para Aprilia, antes de começar uma carreira como Team Manager com a sua equipa Sterilgarda Max em Moto3.
Por vezes também chamado “Mad Max” ao longo da sua carreira, foi notado pelas suas difíceis relações com a imprensa, pessoal de equipa e outros pilotos, sendo famosa a ocasião em que ele e Valentino Rossi trocaram socos a caminho do pódio em Jerez em 2001.
Biaggi teve uma relação com a Miss Italia de 2002 Eleonora Pedron e dela tem uma filha, Inés Angélica Biaggi, e um filho, Leon Alexandre Biaggi, mas os dois separaram-se em Setembro de 2015, quando Biaggi iniciou uma nova relação com a cantora italiana Bianca Atzei.