MotoGP vs F1: 20 segundos por volta e muito mais emoção
A popularidade do MotoGP subiu em flecha nos últimos anos, por culpa as emotivas corridas e das acesas polémicas em torno do mais mediáticos pilotos da grelha, casos de Valentino Rossi, Marc Márquez ou Jorge Lorenzo. A emoção das corridas é o que justifica que em provas como o GP de Aragão e durante os três dias do evento tenham estado na pista de Motorland 117.326 mil espectadores.
Alias Gerhard Berger, antigo piloto de F1, veio recentemente questionar as regras da Fórmula 1 para 2017 referindo ser o MotoGP a modalidade mais espetacular hoje em dia nos desportos motorizados, acrescentando “mas na verdade são 20 segundos mais lentos por volta”. Até é verdade que as motos de MotoGP, são mais lentas que os F1, como vamos ver, mas o que Berger não se enganou é que as corridas de MotoGP são mais espectaculares do que as monótonas corridas de F1. Veja-se o número de pilotos que já venceram no MotoGP em 14 provas da atual temporada. Oito pilotos diferente conseguiram chegar à vitória. Na F1 apenas três pilotos venceram em 15 rondas.
É verdade que fazendo uma comparação rápida entre o MotoGP e a Fórmula 1 em termos de tempos por volta, os F1 são os ‘tais’ 20 segundos por volta mais rápidos como se refere Gerhard Berger, se não vejamos alguns exemplos: Em Austin, o MotoGP ‘fez’ 2m03.188s este ano e a F1 ‘fez’ 1m36.014s em 2014, pois a corrida de 2016 ainda não se realizou e a qualificação de 2015 foi à chuva. Em Barcelona, o MotoGP fez este ano 1m43.589s, a F1, 1:22.000 e no Red Bull Ring, o MotoGP obteve 1m23.142 e a Fórmula 1, 1:07.922, sendo que aqui a diferença é menor pois há menos curvas. Logicamente, quanto menos curvas, menor a diferença, sendo que a grande diferença é que os F1 curvam muito melhor.
ACELERAÇÃO
0 a 100 km/h: é um pouco complicado de comparar, pois com tanta potência não é fácil para qualquer um deles. O F1 patina e no MotoGP os pilotos não conseguem deixar a roda frontal no chão. Contudo, ambos têm uma performance parecida, podendo atingir a marca de 100 km/h em torno dos 2,6s.
0 a 200 km/h: este é um ‘território’ do MotoGP. A cerca de 180 km/h, a eletrónica toma conta de um carro de F1, enquanto o piloto de MotoGP pode trabalhar no acelerador. O F1 chega lá em 5,2s, mas a moto precisa apenas de 4,8s. 0 a 300 km/h: Aqui, a moto de MotoGP precisa de 11,8s, mas o monolugar requer somente 10s6.
VELOCIDADE MÁXIMA
Dani Pedrosa obteve o melhor tempo de classificação para o GP da Catalunha de 2014 com o tempo de 1min40s985. A sua velocidade final no fim da reta foi de 341,8 km/h, enquanto a Ducati de Yonny Hernandez foi ainda mais veloz com 344,7 km/h. O recorde total foi o de Andrea Iannone: 349,6 km/h com uma Ducati em Mugello.
AERODINÂMICA
A moto de MotoGP tem dois problemas: é pequena, mas não tem hipótese com um F1, que tem uma aerodinâmica bem mais sofisticada. O carro pode ter mais tração pelos pneus mais largos e, sim, pela aerodinâmica. O monolugar consegue realmente voar em curvas de alta velocidade. Em algumas curvas o piloto de F1 precisa apenas tirar o pé do acelerador enquanto o piloto de MotoGP precisa de travar muito tarde. A aerodinâmica é tão forte na F1 que aos 300 km/h um carro andaria tranquilamente virado ao contrário num túnel pois gera apoio suficiente para isso.
TRAVAGEM
Um carro de F1 não tem rivais neste aspeto e é capaz de gerar forças até 5G. Sem asas, flaps e afins, a moto de MotoGP não tem como competir em curva. O monolugar é mais estável graças a um centro de gravidade muito baixo e melhor tração, enquanto a moto fica com a traseira no ar durante a travagem e isso significa que a moto precisa de travar 200 metros antes, e o piloto precisa usar todo seu corpo enquanto trabalha com o guiador e os pedais.