MotoGP, Teruel: Agora são 10 pilotos até Oliveira, separados por 52 pontos!
Um oitavo vencedor em outras tantas corridas coloca o Campeonato de MotoGP de 2020 à beira de fazer história, mas quem acabará o vencedor?
Tem sido uma temporada com o coração aos saltos no Campeonato Mundial de MotoGP como não vemos há muito tempo.
Já vimos oito vencedores diferentes nas dez corridas da classe rainha até à data, com Alex Rins da Suzuki Ecstar o mais recente a adicionar o seu nome à lista.
Uma progressão notável do homem da Suzuki viu-o lutar desde a quarta linha da grelha até à primeira vitória em 2020.
Já se bateram uma série de recordes, e 2020 registou mais nomes entre os lugares do pódio de sempre durante a era MotoGP, com 15 pilotos diferentes!
Para encontrar algo próximo disso, temos que voltar a 2004, que viu 13 nomes no pódio em 16 corridas.
Embora 15 pilotos no pódio em 10 corridas seja impressionante, não é um recorde, pois essa honra pertence à temporada de 1976, onde houve 18 em 10. No ano seguinte também vimos 15 em 11 corridas, e, a propósito, é a última vez que vimos tantos finalistas do pódio num período semelhante.
Este ano, apenas Fabio Quartararo da Yamaha Petronas SRT conseguiu subir ao primeiro degrau mais do que uma vez, reclamando uma primeira vitória na classe rainha no GP de Espanha, antes de repetir uma semana depois no GP da Andaluzia, na dupla de abertura da temporada no Circuito Angel Nieto, em Jerez.
Nas outras sete corridas que tivemos em toda a Europa, tem sido uma combinação de vencedores estreantes e profissionais experientes a conquistar o seu lugar no topo do pódio, com Brad Binder da KTM Red Bull a chegar a Brno para se tornar o primeiro estreante a vencer uma corrida desde Marc Márquez pela Honda Repsol em 2014.
O sul-africano junta-se a uma ilustre lista de campeões mundiais, com Márquez, Dani Pedrosa e Jorge Lorenzo os únicos outros pilotos a vencerem no seu ano inaugural de MotoGP, embora nas 500, Biaggi fizesse ainda melhor, ao vencer na primeira corrida!
Andrea Dovizioso (Ducati Team) lembrou aos fãs do que é capaz na Áustria, antes de uma semana depois termos tido mais uma estreia, com Miguel Oliveira (KTM Tech 3 Red Bull) a vencer na última curva do GP da Estíria, para se tornar o primeiro vencedor em MotoGP de Portugal- como, de resto, já fizera em Moto3 e Moto2 a caminho de dois vice-Campeonatos!
Franco Morbidelli da Yamaha Petronas SRT foi o próximo vencedor pela primeira vez, no GP de São Marino, com Maverick Viñales, também da Yamaha mas da Monster Energy, a abrir a sua conta na mesma pista uma semana depois. Em Barcelona, foi a vez de Quartararo somar três vitórias, antes de Danilo Petrucci da Ducati chocar toda a gente à chuva, ao liderar o pelotão do início ao fim no GP de França. E finalmente, em Aragón, a Suzuki conseguiu a primeira vitória da temporada graças a Alex Rins.
A vitória de Rins significa que houve 8 vencedores nas 10 primeiras corridas, pela primeira vez na história da classe rainha. É o segundo maior número de vencedores observados numa única temporada, com o recorde de 9 estabelecido em 2016.
Dovizioso figura na lista de vencedores desse ano juntamente com vários pilotos atuais na grelha, como Valentino Rossi (Yamaha Monster Energy), Jack Miller (Ducati Pramac) e Cal Crutchlow (Honda LCR Castrol), nenhum dos quais ainda o fez em 2020.
Com apenas quatro corridas restantes até ao final da temporada, quem será o próximo vencedor?
No campeonato mais imprevisível em anos, o lógico seria dizer Joan Mir da Suzuki Ecstar. O piloto de Maiorca lidera a classificação graças à incrível consistência e a uma série de pódios, no entanto, nenhum deles ainda o viu chegar em primeiro.
A classe rainha nunca teve um Campeão do Mundo que não tenha vencido uma corrida, e isso só foi alcançado duas vezes nas outras classes, mais recentemente nas 125 em 1999 com Emílio Alzamora, mas dada a sua forma e consistência, Mir certamente parece capaz de ser o vencedor número nove.
Do resto do grupo, Jack Miller esteve mais perto de conquistar o seu lugar no degrau superior, tendo procurado a vitória no GP da Estíria depois de se defender do desafio de Pol Espargaró (KTM Red Bull Racing), apenas para perder para o ataque tardio de Oliveira.
O Australiano teve má sorte, que o afastou da contenda nas últimas semanas, mas se conseguir redescobrir a forma promissora que o manteve na luta pelo título, poderia muito bem conseguir uma segunda vitória no MotoGP. E decerto Pecco Bagnaia, impressionante mesmo a recuperar de uma lesão, será outro candidato a honras de estreia!
Estamos habituados a falar do pódio e de um Márquez, e agora ainda o fazemos, apesar da lesão do atual campeão do mundo Marc, graças ao seu companheiro de equipa da Honda Repsol, Alex.
O irmão Márquez mais novo tem mostrado uma melhoria notável nas últimas semanas e tido pódios consecutivos, e agora rivaliza com Binder para o prémio de Rookie do ano.
Não faltam ainda outros nomes que possam desafiar pela vitória, como Valentino Rossi, Pol Espargaró, ou Cal Crutchlow, a terem excelentes épocas e a aproximarem-se das vitórias.
No entanto, esta incrível temporada ainda não vai entrar nos livros de história pois o recorde está em 9 e, por enquanto, permanece intocável mas nada está fora de questão, uma vez que o Campeonato do Mundo de MotoGP de 2020 continua a surpreender.