MotoGP, Pedro Acosta: “Ganhar no primeiro ano foi mais um problema do que algo bom”
Pedro Acosta sagrou-se este ano campeão do mundo de Moto2, dois anos depois de ter conquistado o título de Moto3 na sua primeira tentativa. O espanhol olha para o seu rápido crescimento e diz que vai entrar este ano no MotoGP sem expetativas, aproveitando para aprender o máximo que puder antes de ser competitivo.
“Um dos problemas da minha carreira foi chegar ao campeonato e ganhar no meu primeiro ano, isso talvez tenha sido mais um problema do que uma coisa boa. Nunca soube o que era chegar ao campeonato, ter dificuldades, não ganhar corridas, depois ir melhorando, conseguir o primeiro pódio e a primeira vitória, tudo chegou muito cedo para uma pessoa que era muito jovem. Não sabia o que era um ano mais ou menos mau. Depois cheguei em 2022 ao Moto2 e faltou-me alguma sensação com a moto, comecei a cair muitas vezes e agora sei o que é um ano mais ou menos mau, sei o que é recuperar do ano anterior para chegar a um objetivo. Com mais um ano de experiência, era mais fácil chegar a uma pista e saber o que tinha de fazer para ir rápido. Usámos a mesma moto do ano passado, não mudámos nada e a equipa disse-me que aquela moto estava pronta para ganhar, só tínhamos de adaptar ao meu estilo, tenho o anjo e o diabo nos meus ombros e às vezes o diabo era mais forte”, disse.
“Foi uma sensação familiar para mim, não acontece todos os dias e a mim aconteceu-me duas vezes em três anos. Estava muito mais calmo a lutar pelo título do que em 2021, em que não percebia o que estava a acontecer na minha vida, desfrutei mais deste do que o de Moto3. Passei aqui os melhores anos da minha vida no desporto motorizado, acolheram-me como um filho e eu cresci com eles, percebo a vida desta forma porque me deram conselhos. Estou triste por sair, mas vamos voltar a cruzar-nos um dia. Não tenho expetativas. Se tiveres expetativas, tens pressão, e, se tiveres pressão, cometes erros estúpidos, não aprendes, não melhoras e vais para casa. Tenho muitas coisas a aprender antes de ser competitivo. Vou aproveitar para aprender, e, quando chegar o momento de ser competitivo, vou ser”, referiu.