MotoGP, Paolo Ciabatti deixa ‘ordem’ para Valência: “Um piloto da Ducati tem de ganhar”

Por a 24 Outubro 2022 13:00

Paolo Ciabatti espera poder festejar o título de Pecco Bagnaia na última ronda do campeonato. O diretor desportivo da Ducati concorda com Lin Jarvis quando diz que tudo pode acontecer, mas lembra que as circunstâncias não são iguais a 2006. De resto, Ciabatti deixa uma ‘ordem de equipa’ para a derradeira corrida do ano.

“Foi muito intenso. O Pecco fez um arranque fantástico, foi muito agressivo na travagem da primeira curva e passou para segundo. A luta com o Enea deixou-nos nervosos, mas foi boa. Uma pena para o Jorge Martín, porque acho que conseguiria o pódio. Normalmente, o Jorge perde um pouco na parte final da corrida, mas podia tirar alguns pontos ao Fabio. O Marco Bezzecchi também tentou reduzir a distância para o Fabio, mas chegamos a Valência com vantagem de 23 pontos. O Fabio precisa de ganhar e esperar que o Pecco faça quase zero pontos. Estamos numa situação confortável e esperamos celebrar em Valência, com muitas pessoas a virem de Itália”, disse.

“Foi um momento em que estávamos a olhar para a distância entre o Fabio e o Marco, porque, se o Marco passasse, teríamos de considerar mais algumas ordens, porque aí a vitória do Pecco significava a vitória do campeonato. Quando vimos que se começou a distanciar, deixámos seguir. Era sobretudo uma questão de ver o que o Marco podia fazer, e, se fosse terceiro, considerávamos o que tínhamos de fazer. Seria importante para nós maximizar essa oportunidade, mas quando vimos que o Fabio era confortavelmente terceiro, deixámos os pilotos fazerem o melhor que sabem”, referiu.

“Ganhámos pela segunda vez consecutiva o título de equipas, pela terceira vez consecutiva o título de construtores, todos sabem que nos falta o título de pilotos desde 2007. É o mais perto que estamos desde há 15 anos, que é muito tempo. É muito importante para nós, para a companhia, para o Pecco, para todos os que têm estado a trabalhar. Acho que não há dúvidas sobre a Ducati ser a moto mais competitiva no MotoGP este ano, ganhámos sete mais quatro mais uma, o que faz 12 Grandes Prémios, que é o melhor resultado de sempre. Muitas poles, muitos pódios, muitas primeiras linhas. Isso é bom e mostra que os engenheiros em Bolonha têm feito um trabalho fantástico. Falta a cereja no topo do bolo e estamos perto de lá chegar”, declarou.

“2006 é diferente, porque o Quartararo tem de ganhar em Valência e acho que o Pecco precisa de ser 15.º ou fazer zero pontos. Tudo é possível, concordo com o Lin, mas quando o Nicky Hayden ganhou o título em 2006, ganhou ao terminar em terceiro, o Fabio teria de terminar em primeiro. No ano passado, acho que fizemos 1-2-3 em qualificação e em corrida em Valência. Temos de ter cautela, mas acho que podemos estar confiantes para a última ronda do campeonato e esperamos poder celebrar com os nossos fãs”, acrescentou.

“Vai haver alguma tensão, mas vai haver uma ordem nos construtores: a Ducati tem de ganhar em Valência, independentemente do piloto. Se a Ducati ganhar, o Fabio não pode ser campeão. É uma piada, mas todos têm estado a falar de ordens de equipa, podemos dizer que na próxima corrida há uma ordem, um piloto da Ducati tem de ganhar”, concluiu.

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Bernardo Figueiredo
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