MotoGP, o Top 10 de 2020: 3, Miguel Oliveira

Por a 30 Dezembro 2020 15:00

Acabando um época extraordinária em 9º com duas vitórias, mas apenas a 10 pontos do 4º lugar, Miguel Oliveira teria sempre de estar em destaque neste Top 10 de 2020

mesmo à entrada da reta, Miguel estava lá e com uma aceleradela final, preencheu de emoções os corações de muitos portugueses ao averbar a sua primeira vitória em MotoGP

Para nós, como primeiro piloto português no Mundial a tempo inteiro, Miguel Oliveira seria sempre especial, mas independentemente disso, considerando que em 2020 foi o terceiro piloto mais vencedor do ano, teria o seu lugar sempre garantido no topo desta tabela.

Dizer que a evolução a par e passo de Oliveira e da KTM RC16 foi extraordinária em 2020, é dizer pouco: De nunca ter ganho na classe rainha, a moto passou para tripla vencedora, uma vez com Binder e duas com Oliveira, que marcou de facto a sua extraordinária época com corridas inteligentes, procurando salvaguardar pontos com posições estratégicas quando não estava em condições de lutar pelos lugares da frente.

Uma das dúvidas do início da época foi dissipada logo à partida: até que ponto estaria Miguel recuperado da sua lesão e subsequente operação no ombro no final da época 2019, que tantos pontos e lugares lhe custou.

Logo se constatou que estava em forma, quando foi o mais rápido dos presentes numa sessão de treinos pré-época, e o começo em prova foi auspicioso, pois logo na primeira corrida em Jerez,  igualou o seu melhor resultado de 2019 com oitavo, a que se seguiu, claro, o abandono no GP da Andaluzia, abalroado na primeira curva por Brad Binder.

A seguir em Brno, uma pista favorita e que favorece a rápida KTM RC 16 traduziu-se num sexto ainda melhor, seguido de outro incidente entre KTM quando Pol Espargaró e Oliveira colidiram resultando em zero pontos para ambos.

Logo a seguir, no GP da Estíria, ainda em casa da KTM, Miguel faria história na segunda parte uma corrida interrompida, ao seguir de perto a luta entre Jack Miller e  Pol Espargaró até ao fim.

Quando os dois rivais, embrulhados numa luta de galos pela vitória, alargaram demasiado a trajetória mesmo à entrada da reta, Miguel estava lá e com uma aceleradela final, preencheu de emoções os corações de muitos portugueses ao averbar a sua primeira vitória em MotoGP, primeira de um português, e apenas a segunda da KTM.

A estatística diz-nos também que foi uma das raras vezes em que um piloto ganhou vindo da terceira posição na fase final de uma corrida.

Na prova seguinte em Misano, nada funcionava na KTM e Miguel levou a sua ao 11º lugar possível, antes de uma cuidadosa análise dos dados por parte do seu mecânico Guy Coulon ter permitido uma melhoria considerável, ao levar a mota à quinta posição na segunda visita a San Marino.

Seguiu-se uma rara queda no Grande Prémio da Catalunha e, dissipando as dúvidas da sua prestação na sua estreia do molhado na classe de MotoGP, um sólido 6º lugar em Le Mans.

Depois, Miguel não pontuaria pela segunda vez na primeira ronda de Aragón, ao acabar em 16º com dificuldades de aderência na fase final da corrida.

Com um 6º, um 5º no GP da Europa e outro 6º de novo em Valência, chegaria então o seu momento de glória na estreia em Portimão:

O piloto de Tech 3 foi totalmente dominante, começando por fazer uma pole inédita e seguindo isso com um arranque espetacular que deixou toda a grelha sem resposta. Miller e Morbidelli, que viriam a trocar de posições no final, foram os únicos a seguirem de perto o português durante algumas voltas.

Miguel viria a fazer história ao vencer na primeira visita do MotoGP a Portimão, com a volta mais rápido de corrida feito que o posiciona inequivocamente como um sério candidato ao título de 2021!

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