MotoGP: O ‘annus horribilis’ de Bradley Smith

Por a 31 Agosto 2016 09:02

Bradley Smith foi na época passada a par de Jorge Lorenzo e Valentino Rossi, o único piloto que pontuou em todas as 18 corridas realizadas e nunca abaixo do top 10. Uma regularidade impressionante, que culminou com um segundo lugar no GP de San Marino, e que permitiu ao piloto da Tech3 terminar o ano como o melhor piloto satélite.

Com o início da nova época era esperado que o piloto britânico desse continuidade à sua regularidade, mas a verdade é que as coisas até ao momento não têm decorrido como o desejado. Desde logo o início do ano ficou marcado pelo anuncio da sua transferência para a KTM em 2017, ano que marca a entrada da insígnia de Mattighofen na classe rainha.

Esta situação poderá ter ajudado a uma desmotivação de Smith, que começou desde o início da época a ser batido sistematicamente pelo seu colega de equipa, Pol Espargaró, que neste momento é o melhor piloto satélite da competição. Com desempenhos menos positivos chegaram também os primeiros abandonos, algo que já não sucedia desde o GP de Itália de 2014.

A juntar a tudo isto e numa fase em que copo parece estar cheio surgiram as críticas de Bradley Smith à pouca evolução da Yamaha M1 e imagine-se à sua própria formação, a Tech3, e com o qual se estreou no MotoGP em 2012. Segundo o britânico a equipa liderada por Hervé Poncharal não foi desenhada para ter sucesso, o que faz reabrir o debate em torno das equipas satélite.

E como um mal nunca vem só, as adversidades de Smith continuaram recentemente. O piloto da Tech3 contraiu uma lesão nos ligamentos do joelho direito após uma queda nos treinos livres das 8 Horas de Oschersleben, prova integrante do Mundial de Resistência, e que obrigará pelo menos a uma ausência de duas provas no MotoGP. Parecem ser situações a mais para um piloto e bem sabemos como é no desporto quando se entra numa espiral negativa.

Apesar deste difícil contexto, Bradley Smith quererá sair de cara lavada da Tech3 de modo a entrar a todo gás naquele que será até ao momento o maior desafio da sua carreira. Aí mais do que os resultados numa primeira fase este britânico de 25 anos terá como principal objetivo tornar a RC16 uma máquina competitiva e capaz de ganhar o seu lugar no campeonato mais competitivo de motociclismo do mundo.

Só o tempo o dirá se Smith dará um novo impulso à sua carreira ou se por outro lado estamos a assistir ao início do declínio de um dos pilotos mais regulares dos últimos anos no MotoGP.

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