MotoGP: Norifumi Abe o Japonês de cabelos ao vento
Lembra-se do primeiro apelido que Valentino Rossi adoptou quando ainda era um teenager extrovertido no Mundial de 125cc? ‘Rossifumi’.
Quando tinha 14 anos, o actual astro do MotoGP escolheu o piloto japonês Norifumi Abe como ídolo. Segundo Rossi, devido à determinação férrea e ao estilo de tudo ou nada do nipónico de cabelos ao vento.
`Norick’ Abe nasceu em 1975, em Tóquio e era filho de um ex-piloto de automóveis. No Japão. tornou-se o mais jovem campeão nacional de 500cc e na sua primeira prova no Mundial causou logo estrondo: Como wild card no GP de Suzuka de 1994. Lutou pelo primeiro lugar com os consagrados Kevin Schwantz e Mick Doohan… até cair a três voltas do final da corrida.
A performance impressionou de tal forma Wayne Rainey que o ex-tricampeão do Mundo lhe deu uma Yamaha da sua equipa para disputar mais duas provas, sendo sexto em ambas. O primeiro pódio surgiu com a Marlboro Yamaha de Roberts. No ano seguinte, no GP do Brasil.
A consagração definitiva também não demorou muito para o jovem e talentoso Abe. Em 1996, com apenas 20 anos, tornou-se o primeiro japonês a vencer o ‘seu’ Grande Prémio na classe-rainha.
Nos anos seguintes construiu um impressionante registo de provas terminadas no top 10, embora só tenha voltado a vencer em 1999, no Rio de Janeiro.
Repetiu a vitória no Grande Prémio do Japão em 2000, o seu último triunfo no Mundial, continuando a ser um piloto de elevada regularidade e sempre com motos da Yamaha (só no seu GP de estreia em 1994 usou uma Honda).
Norifumi Abe, abandonou o MotoGP no final de 2004, pouco adaptado às novas quatro tempos. Disputou 144 corridas, sempre na classe-rainha, conquistou três vitórias e 17 pódios.
Em outubro de 2007, quando já tinha regressado ao campeonato nipónico, Abe faleceu num acidente de viação na cidade de Kawasaki. quando seguia numa maxiscooter Yamaha e embateu num camião que fazia uma inversão de marcha ilegal. ‘Norick’ Abe tinha apenas 32 anos.
Naquele 24/04/1994 e durante 40″ dominaste magistralmente aquele furacão vermelho 56 com travagens além do limite e saídas em derrapagem perante a incredulidade de Schwantz, Itoh e, principalmente, Doohan, com as NSR oficiais que, no final, resumiu o que se tinha passado, homenageando-te: “Uma moto privada deu baile aos pilotos de fábrica!” A partir daí foi esplêndido observar a tua técnica e coragem arrebatadoras. Depois do REI 34 foste um dos pilotos que mais admirei. Obrigado por tudo e foi tanto!!! Até sempre Norifumi.