MotoGP, Miguel Oliveira: “Não rezo para que chova”
Miguel Oliveira não se considera um especialista na chuva e garantiu que não reza para que chova nos Grandes Prémios. O português faz questão de salientar que o motociclismo é um desporto onde se destaca a performance dos pilotos e não a performance do tempo.
Juntamente com Marc Marquez, Remy Gardner e Izan Guevara, o português Miguel Oliveira foi um dos pilotos presentes na conferência de imprensa de antecipação do Grande Prémio da Austrália. Questionado por um jornalista sobre a sua perícia em conduzir na chuva, o Falcão garantiu que não se considera um especialista com estas condições meteorológicas.
“Não peço e rezo que chova a todo o momento, este desporto é 95% drive performance, não wet performance. Mas é evidente que, se chover, vou aproveitar todas as vantagens que tenho. Para ser honesto, não acho que tenha essa enorme vantagem em conduzir com chuva”, começou por afirmar Miguel Oliveira, justificando depois o seu ponto de vista.
“Acredito ser bastante rápido a pular para a moto e sentir-me bem com o piso molhado. Se analisar a corrida, é esta a minha única vantagem, a fase inicial. Depois, sou rápido nas situações normais da corrida, na consistência e na velocidade. Mas a posição inicial com chuva é muito importante, não podes ficar muito atrás dos outros pilotos. Temos ainda a pressão dos pneus, o atacar nos momentos errados… Não me considero um especialista com chuva. Aliás, já fiz algumas corridas com chuva e só ganhei duas delas. Não rezo para que chova”.
Sobre o circuito de Phillip Island, Oliveira considera-o “especial devido ao tempo”, “um pouco frio”, o que dificulta o entendimento da corrida. “É um desafio entender o quanto podemos ser rápidos nas sessões”, defendeu, embora tenha referido que o circuito australiano é um “circuito normal onde é muito complicado encontrar o flow nas voltas mais rápidas”, mas um circuito como os restantes. “Não espero encontrar diferenças extremas ou dificuldades extras que normalmente encontramos em todas as provas.”
No entanto, o piloto da Charneca de Caparica admitiu que gosta bastante de Phillip Island, um circuito onde teve sucesso nas outras categorias. “Mas o MotoGP é completamente diferente e espero adaptar-me rápido (…) É um circuito onde não travas muito, é super rápido e onde deves travar levemente. Precisas de encontrar o ritmo e, em certas partes, tens de ser agressivo mas de uma forma agradável”, avaliou.
O Falcão recordou ainda 2019, quando não conseguiu fazer todo o fim de semana devido a uma queda numa das sessões de treinos. Por isso, admitiu que estava feliz por regressar para poder analisar o seu potencial.
Recorde-se que Miguel Oliveira foi o vencedor do mais recente Grande Prémio, na Tailândia, e que ocupa o oitavo lugar do Mundial, com 131 pontos, menos 20 pontos do que o sétimo, Johann Zarco.