MotoGP, Miguel Oliveira (1.º): “Sou muito bom a perceber a aderência bastante rápido”

Por a 2 Outubro 2022 11:43

Miguel Oliveira explicou os segredos que levaram à sua vitória na Tailândia, a segunda da temporada. O português falou daquilo que o torna um especialista à chuva, dedicando também o triunfo à sua mulher e filha e também aos seus adeptos.

“Foi um dia um pouco estranho, sabíamos que havia essa possibilidade de chuva, mas, como tinha acontecido nos dias anteriores, essa possibilidade não acontecia, mas hoje choveu bastante. Foi uma reviravolta semelhante à que aconteceu na Indonésia, muitos flashbacks desse dia no início do ano. Contente pela prestação, sempre que há estas prestações mais difíceis, tento dar o meu melhor, e tirar o máximo partido da mota e das minhas capacidades. Foi uma corrida difícil, mas divertida”, disse, em declarações à Sport TV.

“Acho que sou muito bom a entender as condições de aderência da pista bastante rápido. Andar à chuva é uma questão de sensação do momento, todo o feedback e todas as sensações são muito mais cruas, há que ser muito suave a abordar as travagens, as acelerações, a velocidade em curva. Esse é o meu estilo de condução, sou bastante suave, e, quando as condições de grip são mais baixas, consigo pôr essas minhas capacidades mais evidentes”, referiu.

“No arranque, tive um toque muito grande pelas costas, não sei quem me tocou, mas foi um arranque onde não recuperei muitas posições. A travagem para a curva 3 e para a 4 era particularmente difícil, porque a visibilidade era muito má, tínhamos muito spray das motas à frente e eu não conseguia ver onde travar. Na reta posterior, tínhamos bastante aquaplaning, tínhamos de fazer muita gestão do acelerador em reta, não era de todo fácil. Comecei a recuperar posições, vi que tinha andamento, tentei não puxar demasiado, ir pouco a pouco, ir apalpando o terreno para não desgastar os pneus e não meter temperatura demasiado rápido. Consegui analisar o Miller, que era o piloto mais rápido em pista na altura, e perceber onde ser ainda mais rápido. A partir da curva 7, ganhava-lhe muito tempo, e atrás dele percebi como ganhar ainda mais. Esperei um bocadinho atrás dele para nos distanciarmos do Pecco. Quando vi que tinha chances para ultrapassar, ultrapassei, fiz um pequeno destaque em relação a ele e tentei aumentá-lo. Mas sozinho é supercomplicado psicologicamente, travar numa pista tão larga à chuva sem bloquear a roda à frente e sem sair largo não é fácil. Mas conseguimos, é o que interessa”, declarou.

“Dedico à minha mulher Andreia e à minha filhota Alice. Dedicar a vitória também a todos os fãs que apoiam, é sempre muito gratificante poder aparecer um bocadinho na televisão e dar estas alegrias”, concluiu.

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Bernardo Figueiredo
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