MotoGP: Há mais vida para além de Valentino Rossi
Quando caminhava já para o seu fim a última semana foi confrontada com a notícia de que Valentino Rossi havia fraturado a perna direita na sequência de uma queda enquanto praticava enduro. Um infortúnio que surge numa má altura para o piloto italiano, pois o campeonato está a entrar na sua reta final e com uma ausência prevista de 30 a 40 dias as hipóteses de um inédito 10º título mundial ruíram, quando neste momento ocupa o quarto lugar do tabela pontual a 26 pontos do primeiro posto.
Rapidamente os carrilhões soaram junto dos muitos fãs de Rossi e do MotoGP ou não estivéssemos a falar de um dos maiores desportistas de todos os tempos e uma figura que é o rosto do Mundial de MotoGP desde o início do novo milénio. Para completar o ramalhete a lesão do piloto da Yamaha surgiu em vésperas do ‘caseiro’ Grande Prémio de San Marino e da Riviera de Rimini, em Misano, local de culto que todos os anos é alvo de peregrinação por parte dos seguidores de II Dottore.
Apesar de já termos referido acima que o percurso de Valentino Rossi confunde-se com a história recente do Mundial de MotoGP não se pense que por Rossi estar forçosamente fora das pistas, algo que já havia sucedido em 2010, que o campeonato – um dos mais disputados dos últimos anos – ficou órfão em termos de competitividade dentro de pista.
Os restantes pilotos que estão na disputa do título mundial já deram mostras de toda a sua valia e ainda recentemente dois deles, Andrea Dovizioso e Marc Márquez, protagonizaram um dos finais de corrida, no caso o Grande Prémio da Áustria, mais espectacular dos últimos tempos. Convém não esquecer que nesse mesmo momento Valentino Rossi, que por tantas vezes esteve envolvido nestas grandiosas batalhas, estava em pista num distante sétimo lugar.
Quero com isto dizer que num campeonato onde após 12 provas os três primeiros (Andrea Dovizioso, Marc Márquez e Maverick Viñales) estão separados por apenas 13 pontos podemos estar na iminência de voltar a assistir a momentos como aquele que vivemos na tarde de 13 de agosto no Red Bull Ring.
O líder do Mundial, Andrea Dovizioso, na melhor forma da sua carreira pretende conquistar o primeiro título mundial em MotoGP e tornar-se no primeiro italiano a sagrar-se campeão do mundo com a Ducati. Márquez deseja obter o quarto título em cinco anos em MotoGP, enquanto Maverick Viñales persegue o feito de Valentino que no seu primeiro ano na Yamaha garantiu desde logo o título. Pelo meio temos ainda os ‘veteranos’ Jorge Lorenzo e Dani Pedrosa bem como o estreante Johann Zarco que tem dado nas vistas desde o início do ano e tem como objetivo a curto prazo tomar o lugar de Valentino Rossi como piloto oficial da Yamaha.
Numa fase em que Rossi tem 38 anos e caminha a passos largos para a conclusão da sua gloriosa carreira, veremos já este fim de semana, em Misano, aquele que será a breve prazo grande parte do futuro da classe rainha, isto claro descontando os novos valores, que como é normal em qualquer campeonato, vão despontando.
Há muito tempo que se afirma que Rossi está acabado, mas a verdade é que continua a dar show e a ganhar corridas. Não fosse o betinho do Marquez tê-lo provocado e teria mais um campeonato no papo.
Como dizia Mark Twain : “As notícias do meu falecimento são exageradas, como o tempo se encarregará de confirmar”,