MotoGP: A espinhosa missão de Jonas Folger

Por a 8 Abril 2023 14:00

Jonas Folger vai substituir o lesionado Pol Espargaró na equipa GASGAS Factory Tech3 durante pelo menos três Grandes Prémios. Mas que poderá o alemão fazer no Texas com muito pouco tempo de adaptação, ainda por cima numa pista onde não pisa à seis anos?

Havendo cinco pilotos lesionados na classe de MotoGP, fabricantes e equipas podem recorrer aos pilotos de testes como pilotos-substitutos, então porque a maioria não utiliza esse recurso permtido pelo regulamento?  

Devido à extrema potência das motos, devido ao número crescente de motos competitivas e motos de fábrica mais atuais de 2023 (apenas as duas Aprilia cliente RNF e as quatro Ducati de Mooney VR46 e Gresini são de 2022), os pilotos de teste têm sempre a missão cada vez mais difícil de terminar nos pontos. E há quem diga que os tempos em que Stefan Bradl conquistou o sétimo lugar (15,7 segundos atrás do vencedor Miguel Oliveira da equipe KTM Tech3) como substituto de Marc Márquez na final do campeonato em Portimão, em 22 de novembro de 2020, são coisa do passado.

O anunciado regresso de Jonas Folger para substituir Pol Espargaró a partir do Grande Prémio das Américas, está a despertar polémicas nos bastidores. E a razão é simples. O alemão  não disputa na “principal categoria” desde Aragón a 24 de setembro de 2017, e as pessoas interrogam-se sobre o que esperar do regresso do bávaro de 29 anos no Circuito das Américas (COTA), a pista mais exigente do calendário com 21 curvas.

Pit Beirer, director desportivo da Pierer Mobility AG com as marcas KTM, GASGAS e Husqvarna, está feliz que Jonas Folger tenha a coragem de sair do fundo do poço para disputar pelo menos três Grandes Prémios (Texas, Jerez e Le Mans). Beirer não espera nenhum ponto do alemão, especialmente no Texas, mas de acordo com o contrato da Dorna, a GASGAS tem que nomear um substituto para este Grande Prémio para que os organizadores e as emissoras de TV não tenham que apresentar uma ‘mini-grelha’ com 17 pilotos como aconteceu nas Termas de Río Hondo.

O que acontece é que com as duas sessões de treinos livres na sexta-feira (14 de abril) a durarem apenas 60 minutos antes do início da qualificação, Jonas Folger dificilmente terá “tempo de pista” suficiente para se acostumar à moto, à equipa e à pista, que não via há seis anos. Foi por este motivo que a Aprilia, por exemplo, não contou com o piloto de testes Lorenzo Savadori em Las Termas, que poderia ter substituído Miguel Oliveira.

Folger terá como chefe de equipa Paul Trevathan, que também cuida de Pol Espargaró e que apoiou o espanhol na KTM até ao final de 2020, antes de cuidar de Miguel Oliveira por dois anos e com ele vencer três corridas de MotoGP.

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Ricardo Ferreira
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