MotoGP: A entrada de Oliveira na RNF Aprilia é um ‘risco assumido’

Por a 31 Agosto 2022 11:07

Miguel Oliveira muda-se para uma equipa-satélite da Aprilia, assume um novo desafio com riscos inerentes, mas que o português avaliou como a melhor solução para o seu futuro. Quais os prós e contras dessa opção?

Miguel Oliveira falou sobre o seu futuro na conferência de imprensa realizada na terça-feira, mas não falou de tudo, nem tão pouco respondeu a todas as perguntas, devido às suas obrigações contratuais em vigor com a KTM que o impedem de fazer.

Foi-lhe proposto por Pit Beirer um contrato de três anos na KTM/GASGAS para a classe de MotoGP na semana passada, mas o português acabou por optar pela equipa-satélite Aprilia RNF. Terá Miguel Oliveira feito a escolha certa?

Colocando na balança as duas opções que tinha à sua disposição, o piloto de Almada escolheu a solução menos cómoda, quiçá menos segura (contrato limitado a 2 anos) e certamente, também menos aliciante do ponto de vista financeiro. Seria muito mais fácil optar pela continuidade, com a KTM. Pensem nisto, porque a situação é semelhante. Ficar em ‘casa dos pais’, obviamente limitado regras familiares, ou sair de casa, partindo para um novo desafio na nova casa de Noale, numa estutura menos pesada que a do grupo austríaco, mas que desportivamente está a dar mais frutos. Miguel escolheu sair da casa que o acolhe desde 2015, então vindo de dois anos com a Mahindra (2013 e 2014), um com a Estrella Galícia 0,0 Honda (2012) e da temporada de estreia no campeonato do mundo de 125cc em 2011… com uma Aprilia RS125!

O regresso à Aprilia 11 anos depois!

Na classe de MotoGP, o piloto de 27 anos está a fazer a sua quarta temporada na KTM RC16, ocupa o 10º lugar na classificação geral a 7 jornadas do final, o que significa que Miguel Oliveira irá provavelmente superar – ou pelo menos igualar – o seu melhor registo de sempre na classe rainha: o ano de 2020 quando o português comemorou as suas duas primeiras vitórias na classe principal e terminou a temporada em 9º lugar.

Agora, com o anúncio da saída da marca de Mattighofen para a Apriia, devemos ter em conta que é um ‘risco assumido’ pelo português, uma nova marca, uma equipa totalmente nova e com novas pessoas. Além disso, a RNF não se pode certamente orgulhar dos seus últimos anos com a Yamaha. Andrea Dovizioso e Darryn Binder estão fora do top 20, e mesmo em 2021 no tempo da Petronas SRT, Franco Morbidelli terminou o ano na 17ª posição e Valentino Rossi retirou-se do MotoGP com um modesto 18º lugar.

Sendo verdade que a mudança da equipa de Razlan Razali para a Aprilia em 2021, como equipa-satélite, pode trazer uma nova luz à RNF, assim como a entrada na equipa de Miguel Oliveira, com os conhecimentos que traz da KTM em 4 anos no MotoGP. Mas… é ver para crêr!

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Ricardo Ferreira
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