MotoGP: A 1ª vitória de Valentino Rossi no Estoril completou 15 anos
Este mês de setembro passaram 15 anos sobre a primeira vitória de Valentino Rossi no GP de Portugal. Nas 13 edições da prova realizada no circuito do Estoril, Valentino Rossi, é o recordista com cinco vitórias. A primeira delas alcançada a 7 de Setembro de 2001, ainda com as 500cc.
Recorde aqui o filme dessa corrida narrada pelos jornalistas AutoSport Fernando Matos e Jorge Rodrigues:
A jornada portuguesa do Campeonato do Mundo de Motociclismo acabou por ser uma prova que prometeu muito no início, mas que depois não passou disso mesmo. Primeiro foi o público que ameaçava lotar o Autódromo do Estoril e que acabou por não compor totalmente as bancadas, e depois foram os pilotos que nos treinos prometeram muito e que nas corridas acabaram derrotados pelos verdadeiros favoritos.
Na corrida da cilindrada ‘rainha’, depois do domínio do trio maravilha italiano, (Biaggi, Rossi, Capirossi) perspetivava-se uma reedição do duelo de Brno. Mas tal e qual como sucedei naquela prova, em Portugal Rossi dominou claramente os acontecimentos e Biaggi e Capirossi foram mais uma vez incapazes sequer de ameaçar o domínio do líder do campeonato. Mesmo assim, Capirossi, foi o único a conseguir colocar alguma pressão no seu compatriota. Em resumo, mais uma jornada em que ‘Dr. Rossi’ aviou mais uma receita de bem saber piloto aos seus dois mais sérios, e únicos rivais na corrida para o título.
BIAGGI FOI AO TAPETE
Biaggi honrou a ‘pole’ assegurando o comando, mas só aguentou esta posição até à segunda volta, cedendo depois a liderança a Rossi e, uma volta depois o segundo lugar a Capirossi. E em apenas quatro voltas ficou escrita a história da corrida. Até final, Rossi controlou com qualidade e ‘classe’ as tentativas esporádicas de Capirossi, que não tardou a perceber que o seu lugar era esse mesmo. Pior esteve Biaggi que, ao contrário do que quis fazer vender, parece que não conseguiu lidar com a pressão, especialmente quando ela vem da parte de Rossi. Resultado: Mais uma queda e a perda do terceiro lugar e importantes pontos no campeonato.
Ainda a recuperar de uma lesão no pulso, Garry McCoy nunca esteve em condições de repetir o êxito do ano passado, mas acabou de beneficiar da queda de Biaggi para herdar o último lugar do pódio.
Em fase negativa continuam o Campeão do Mundo Kenny Roberts (6º) e Alex Crivillé, que se viu envolvido numa queda provocada pelo azarado Noricky Abe, que arrastou também consigo Alexandre Barros.
NAS 250 CC SÓ DEU KATOH E HONDA
O japonês Daijiro Katoh, aos comandos de uma Honda, repetiu o triunfo do ano passado na corrida de 250CC. Um êxito que, à semelhança do que aconteceu na época passada, foi demasiado fácil, dada a incapacidade dos seus adversários e, principalmente, das Aprilia de Melandri e Harada. O desfecho dos treinos deixou transparecer uma maior competitividade das Aprilia, particularmente, a de Harada, que esteve em evidência cotando-se sempre como a mais rápida em
pista, seguido de Katoh e Melandri. No entanto, não passaram de promessas, já que o filme da corrida foi um negativo do dos treinos. Harada, primeiro e Melandri depois, prometeram muito nas primeiras voltas, só que Katoh não estava para aí virado e tomou conta das operações à quinta volta, conquistando rapidamente um avanço confortável que foi alargando até ao final, de nada valendo o empenho de Melandri, que terminou a mais de 16 segundos do japonês. Harada foi uma sombra do que tinha feito nos treinos. Rapidamente, o japonês per-deu o trem da frente, isolando-se no terceiro lugar, concluindo a mais de 27 segundos do vencedor.
DOMÍNIO DAS BALAS VERMELHAS EM 125CC
Como já tinha ficado provado ao longo dos treinos, a Derbi do japonês Youchi Ui e a Gilera do piloto de San Marino, Manuel Poggiali (a mesma moto, mas com decoração distinta, já que ambas pertencem ao Grupo italiano Piaggio) revelaram-se imbatíveis no traçado do Estoril. Na corrida, os dois pilotos das balas vermelhas, embora deixando-se surpreender pelo excelente arranque do líder do campeonato, Toni Elias (desde a segunda fila da grelha), não tardaram a tomar conta das operações, enquanto Elias nada podia fazer com a sua Honda para travar os homens das motos vermelha, e passou a preocupar-se com o italiano Simone Sanna (Aprilia), que seguia o espanhol como uma sombra. O cenário manteve-se até às últimas voltas, com Ui e Poggiali a alternarem de posições por diversas vezes. Mas, a corrida valeu acima de tudo pelas duas últimas voltas, com um final de prova verdadeiramente impróprio para cardíacos. Na recta final, Poggiali aproveitou o facto de ser bastante rápido neste sector do circuito para garantir o primeiro lugar, impedindo Ui de repetir o êxito do ano passado.
No que concerne a José Leite, o tetra Campeão Nacional estava consciente que, salvo qualquer catástrofe, o último lugar estava-lhe destinado. Na corrida, Leite ainda conseguiu livrar-se dessa posição, mas a seis voltas do final instalou-se definitivamente na última posição.
Fotos: Interslide