MotoGP, 2021: Valentino Rossi motivava-se com a inimizade

Por a 31 Janeiro 2021 16:00

Simpático fora de pista, em corrida Rossi não tinha piedade com adversários como Biaggi, Gibernau, Stoner, Lorenzo ou Márquez

“No caso de Valentino Rossi, o que lhe aumentava a energia eram animosidades meticulosamente cultivadas para com outros pilotos…”

Parece que Valentino Rossi procurou repetidamente inimizades para motivação ao longo da sua carreira. Max Biaggi, Sete Gibernau, Casey Stoner, Jorge Lorenzo e Marc Márquez são nomes que o italiano gostava de irritar no auge da sua carreira.

Manter uma vantagem durante 25 anos no Mundial e ainda liderar no seu 383º Grande Prémio, tal como em Valência em 2018, requer um combustível muito especial. E no caso de Valentino Rossi, o que aumentava a energia eram as animosidades meticulosamente cultivadas para com outros pilotos.

O espanhol Sete Gibernau meteu um protesto da sua equipa contra Rossi em 2005. A equipa Yamaha de Rossi tinha limpo o lugar de partida no Qatar nessa altura, o que contradizia os regulamentos, pelo que Rossi foi transferido para o último lugar da grelha.

Rossi, de seguida, caiu na perseguição enquanto tentava recuperar; As hipóteses ao Campeonato do Mundo de Gibernau aumentaram. Mas Rossi ainda ganhou o título no seu primeiro ano na Yamaha.

E Sete nunca mais ganhou uma corrida depois do Qatar em 2004.

Como agradecimento pelo protesto, Rossi excluiu do seu respeito o espanhol Gibernau durante anos.

Em 2005, simplesmente passou por dentro o último vencedor do ano anterior na última volta do GP de Jerez na curva de entrada da meta, e Gibernau teve que entrar na gravilha.

Rossi ganhou por 8,6 segundos na frente de Gibernau, os adeptos vaiaram italiano com raiva e insultaram-no. Vale não se comoveu e celebrou em grande no pódio.

Com o australiano Casey Stoner, também houve várias trovas de galhardetes.

Os dois galos tinham pontos de vista muito divergentes sobre o fabricante de Borgo Panigale e Stoner perguntou-lhe uma vez quando Rossi colidiu com ele se a sua ambição tinha excedido o seu talento.

Os jogos psicológicos mais duros, porém, estavam reservados para o companheiro de equipa de Rossi, Jorge Lorenzo, que se juntou à equipa de fábrica da Yamaha em 2008, depois de dois títulos do Campeonato do Mundo de 250cc.

Rossi considerava o espanhol um intruso irritante que ameaçava o seu domínio e, por isso, insistiu no uso exclusivo dos pneus Bridgestone vitoriosos, enquanto Lorenzo andava em Michelin.

Com isso Jorge experimentou alguns maus momentos. Além disso, Rossi tinha uma parede entre ele e Lorenzo erecta na boxe da Yamaha, ostensivamente para evitar uma transferência de ideias. Na verdade, não queria sequer ver Lorenzo.

Outras vezes, Rossi não se coibiu de chegar a vias de facto.

Depois do GP de 500cc em Barcelona em 2001, quando Rossi ganhou por 2,5 segundos à frente de Max Biaggi, houve uma batalha com Biaggi nas escadas para o pódio.

Rossi terá golpeado Max com o capacete, dando um olho negro a Biaggi, que minimizou o caso: “Uma picada de mosquito”, disse ele mais tarde aos jornalistas.

Em 2015, Rossi voltou a lutar com o seu companheiro de equipa na Yamaha, Jorge Lorenzo, pelo título.

Na terceira corrida na Austrália, foi de opinião que o já azarado campeão do mundo espanhol Marc Márquez estava a ajudar o seu compatriota Lorenzo com condução lenta.

Depois disso, na corrida em Sepang, Márquez fez apenas o mínimo, parando o italiano em cada curva, andando quase um segundo mais lento do que nos treinos e deixando Dani Pedrosa vencer em paz.

O compreensivelmente irritado Rossi empurrou Marc Márquez para a parte suja da pista, e o espanhol caiu. Rossi foi mesmo acusado pela imprensa espanhola de ter dado um pontapé a Márquez, mas não se pôde confirmar nas imagens vídeo.

Lorenzo aplaudiu após o 2º lugar atrás de Pedrosa no pódio com,os polegares para baixo e pediu que o seu colega de equipa fosse desclassificado!

Rossi, no entanto, foi terceiro classificado em Sepang, mas acabou por ser penalizado na última corrida da temporada em Valência e perdeu o título de campeão do mundo contra Lorenzo por cinco pontos.

Já com o seu companheiro de equipa Maverick Viñales não houve batalhas físicas nem verbais, porque Maverick nunca lutou seriamente pelo título do Campeonato do Mundo e esteve muitas vezes à sombra do nove vezes campeão.

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Paulo Araújo
Jornalista especialista de velocidade, MotoGP e SBK com mais de 36 anos de atividade, incluindo Imprensa, Radio e TV e trabalhos publicados no Reino Unido, Irlanda, Grécia, Canadá e Brasil além de Portugal
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