MotoGP, 2021: Rossi, à procura de outras marcas?
Valentino Rossi apreciou os passos gigantes feitos pela KTM e pela Suzuki na última temporada de MotoGP, sugerindo que a sua equipa VR46 poderia virar-se nessa direção
Aquilo que já tínhamos comentado como um boato há dias, que a VR46 estava a ser namorada pela KTM e Suzuki e poderia considerar outras marcas na MotoGP para lá da Ducati da Avintia, é agora confirmado pelo próprio Rossi. Tanto mais que a previsão de Valentino Rossi para a Yamaha na próxima temporada de MotoGP não é a mais otimista.
Nos últimos fins de semana da temporada, entre Valência e Portimão, o veterano piloto falou abertamente dos problemas não resolvidos da Yamaha M1: falta de aderência e falta de velocidade no motor.
Se no primeiro ponto é sempre possível fazer alterações trabalhando no chassis, na eletrónica e na aerodinâmica, o segundo continua a ser um ponto de interrogação. De facto, o regulamento elaborado pela Dorna obriga ao congelamento dos propulsores até ao final de 2021.
Numa liga onde os adversários fazem passos gigantescos, a casa de Iwata parece estar embrenhada em problemas e ser incapaz de reinventar.
“As expectativas para a M1 2020 eram muito altas, mas não fizemos muitos progressos.”- remata Rossi.
O próximo será um ano decisivo para a VR46 de Tavullia, que terá uma nova equipa na classe rainha, para já com Ducati.
Com os bons resultados da equipa satélite da Petronas SRT nos primeiros dois anos, um divórcio seria improvável, pelo que Lin Jarvis parece excluir uma ligação com outra possível equipa satélite.
Assim, a porta da Yamaha está fechada, mas a KTM já piscou o olho a Valentino Rossi, quando Beirer disse há dias que “estão abertos a falar seja com quem for”.
A Suzuki está interessada numa formação satélite para acelerar o desenvolvimento e estaria também interessada.
Ambas as marcas são conceituadas pelo “Doctor”:
“O MotoGP mudou muito nos últimos anos. A nossa competição deu grandes passos, basta olhar para a KTM e para a Suzuki”.
“Na primavera, vamos precisar de projetos e ideias claros, o apoio da Monster e da Sky está garantido.”
Para revelações oficiais, talvez tenhamos que esperar mais um pouco, mas o veterano ainda tem uma ou duas temporadas como piloto, antes de pensar num papel de gestão.
Em Fevereiro, Valentino Rossi vai apagar 42 velinhas, e continua a ser um caso especial na grelha de partida.
“Sou mais velho que o Dovizioso, Pedrosa e Lorenzo. Eram a geração mais nova a seguir a mim.”
Agora estão todos fora de jogo, mas o Doutor ainda está lá para jogar com grande motivação, apesar de resultados menos bons.
“Cada um tem a sua própria história, a sua própria motivação e paixão. A idade é apenas um fator.”
Depois de alguns dias de descontração em Madonna di Campiglio, Rossi regressou ao Rancho para treinar com os alunos da Academia, numa última sessão antes do Ano Novo.
Será então a vez de voltar às corridas de automóveis nas 12 Horas do Golfo, ao volante do Ferrari GT3 da equipa Kessel.
Fevereiro é a data do regresso ao MotoGP com o primeiro teste de inverno em Sepang.
“Estou contente por poder andar no próximo ano e espero ser competitivo. É sempre difícil, porque os pilotos jovens estão cada vez mais fortes. É um grande desafio, mas vou tentar”, garantiu Valentino Rossi.