MotoGP, 2021, Qatar: Pol Espargaró e Honda, candidatos ao pódio

Por a 24 Março 2021 13:30

Vendo bem o progresso da Honda no Teste do Qatar, mesmo sem Marc Márquez a fábrica está numa boa posição para atacar o pódio

É óbvio que a Honda está a tornar a RC213V mais utilizável para todos os seus pilotos e não apenas Marc

A Honda tem claramente feito o trabalho de casa na pré-epoca, uma vez que já em janeiro tinha novo equipamento prontos a tempo de Stefan Bradl testar em Jerez.

Poucos fabricantes japoneses conseguiram isso. No Teste Oficial do Qatar pudemos ver três chassis diferentes entre o velhos e os novos, três pacotes aerodinâmicos, um dos quais radicalmente diferente, semelhante à Ducati, mas maior, e diferentes escapes a ser testados no início do teste.

Os dois pilotos da Honda Repsol surpreenderam. É sabido que Stefan Bradl foi forte no final da época passada, mas mesmo assim superou as expectativas de todos, incluindo a sua própria equipa.

Foi uma pena que ele tenha caído no teste porque até aí estava normalmente entre os cinco primeiros. Como piloto de testes, a sua carga de trabalho é enorme e ao fazer testes um piloto não é livre de andar com a moto afinada como quiser para ir mais rápido.

Tem de testar componentes consecutivamente com a mesma definição base, o que para um corredor não é um trabalho divertido, pois muitas vezes impede-o de mostrar o que realmente pode fazer. Ainda assim, Stefan foi rápido e as suas simulações de corrida foram impressionantes.

É óbvio que a Honda está a progredir com a sua missão de entender como tornar a RC213V mais utilizável para todos os seus pilotos e não apenas Marc.

Por outro lado, Pol Espargaró foi uma das surpresas do teste do Qatar. A sua primeira saída na Honda foi impressionante.

Alberto Puig disse que estão felizes por Pol gostar da moto e que quando tenta, o tempo por volta sai, o que é um bom sinal. As voltas rápidas e simulações de Pol foram muito competitivas, mas não foi só por isso que reparámos em Pol.

Parece genuína e completamente focado na sua missão, como se não tivesse tempo para mais desculpas.

Não surpreenderia se Pol conseguisse um pódio numa das corridas no Qatar. Sim, é pedir muito na primeira corrida na Honda, mas parece possível.

Quanto à moto em si, virar não parece ser um ponto forte da Honda, aderência à entrada ou saída de curva também não, mas olhando de fora não parecem ser tão afetadas por isso como alguns dos seus opositores, alterando os níveis de aderência.

Talvez seja um caso de se nunca lá esteve em primeiro lugar, não lhe sentimos a falta…

As retas são longas no Qatar e a Honda é rápida. Não tanto como as Ducati, mas não muito longe.

Em termos de arranques, os pilotos da Honda demoraram algum tempo a progredir. Tinham um novo dispositivo de arranque frontal para experimentar e utilizar em conjunto com o dispositivo de arranque traseiro, mas nunca vimos nenhum arranque impressionante dum piloto da Honda até ao final do último dia, quando tanto Nakagami como Pol realmente acertaram…

Talvez os engenheiros da Honda tivessem de fazer ajustamentos, talvez os pilotos tivessem demorado a perceber como. De qualquer forma, agora parecem prontos para tudo.

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Paulo Araújo
Jornalista especialista de velocidade, MotoGP e SBK com mais de 36 anos de atividade, incluindo Imprensa, Radio e TV e trabalhos publicados no Reino Unido, Irlanda, Grécia, Canadá e Brasil além de Portugal
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