MotoGP, 2021, Qatar: A ambição de Bradl

Por a 25 Março 2021 13:00

Confirmada a ausência de Marc Márquez, logo se confirmou também a presença de Stefan Bradl, que disputa os dois primeiros GPs do Qatar para a Honda Repsol a substituir o Espanhol, mas apesar de estar confiante aponta a Ducati como favoritos

A Ducati tem as melhores hipóteses” Stefan Bradl

Stefan Bradl conquistou um total de 53 lugares no Top 10 desde a sua estreia no MotoGP na Honda LCR, dois deles notáveis, um 8º lugar em Le Mans e um 7º em Portimão no outono passado.

No Qatar, o seu melhor resultado em MotoGP está nas estatísticas com o 8º lugar em 2012, ou seja, na sua primeira temporada.

Pela forma recente, há quem aponte o alemão de 31 anos para um lugar entre os 5 e os 10 primeiros já a seguir.

Já não é segredo que Bradl também estará na Honda Repsol no segundo GP do Qatar a 4 de abril em vez de Marc Márquez.

Se o seis vezes campeão do mundo de MotoGP completar mais uma verificação médica no dia 12 de abril (segunda-feira), poderá começar a treinar em Portimão na sexta-feira (16 de abril)?

Stefan Bradl não quer comentar. “Portimão terá lugar dentro de três semanas. Pode muito bem ser que Marc esteja em forma até lá, posso imaginar. Foi uma decisão renhida que ele teve de tomar acerca do seu regresso aqui em Doha.”

Bradl, que festejou o seu primeiro pódio em GP com uma Aprilia 125 em Doha em 2008 e festejou aqui uma vitória no arranque em Moto2 com a Kalex da Kiefer Racing em 2011, não se deixa arrastar na especulação sobre o regresso de Márquez.

“Já em 2020 só era convocado corrida a corrida. Ao fim e ao cabo, Marc decide o momento do seu regresso por conta própria., e eu aceito o que ele decidir!”

Bradl falhou os dois primeiros Grandes Prémios em Jerez em 2020 e foi depois atirado para a luta em Brno como substituto do Márquez.

Há seis meses que não se sentava na Honda RC213V, mas agora está impecavelmente preparado, com cerca de 14 dias de teste entre os mais rápidos. Marcou pontos cinco vezes nas últimas seis corridas em 2020 num total de 27 pontos.

No Teste do Qatar impressionou os adversários nos primeiros dias com 1º do Shakedown e depois 2º e 5º.

No final, depois de uma queda na Curva 2, acabou no 13º lugar a 1,244s.

Além disso, não se pode queixar, neste momento, da falta de emprego. Vai testar em privado em Jerez a partir de 12/13 de abril e depois disputar o Grande Prémio como wildcard no dia 2 de maio, se já não for necessário substituir Márquez na Honda Repsol

O objetivo de Bradl para o GP do Qatar é claro.

“O top 10 seria, claro, um sonho. É sempre esse o objetivo, mas o meu trabalho como piloto de testes também é importante. A confiança e cooperação com a HRC funcionam muito bem.”

Bradl confia muito no seu novo colega de equipa Pol Espargaró:

“O Pol tem mostrado boas abordagens e acho que pode subir ao pódio”, diz Stefan. “Mas não esperaria uma Honda no pódio na primeira corrida porque os nossos resultados não foram tão bons como os da Yamaha ou da Ducati. Por outro lado, não estamos muito longe. Mas se eu nomeasse os favoritos para o início da temporada, diria que a Ducati e a Yamaha estão um pouco mais bem preparadas em termos de ritmo de corrida.”

“Não é segredo que a Honda nem sempre foi uma das motos mais fortes em Losail nos últimos anos. Isto pode dever-se ao facto de não podermos explorar da melhor forma as nossas vantagens, como a estabilidade da travagem, nesta pista suave.

Também depende muito do desgaste dos pneus e da rapidez com que o pneu traseiro se degrada. A Yamaha tem vantagens a esse respeito. Por outro lado, têm fortes desvantagens de alta velocidade na reta final ao longo da prova. É por isso que a Ducati pode ter a melhor hipótese geral.”

Bradl planeia uma longa corrida para o TL4 no sábado, simulando mais de metade da distância da corrida, ou seja, ao longo de cerca de onze voltas.

O filho de Helmut Bradl remata: “Fisicamente, estou apto para as 22 voltas. Ninguém tem de se preocupar com isso. Treino constantemente, não tenho uma pausa desde a final do Mundial há quatro meses…”

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Paulo Araújo
Jornalista especialista de velocidade, MotoGP e SBK com mais de 36 anos de atividade, incluindo Imprensa, Radio e TV e trabalhos publicados no Reino Unido, Irlanda, Grécia, Canadá e Brasil além de Portugal
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