MotoGP, 2021, Portimão – Oliveira (9º): “Não entendo a decisão da Michelin”

Por a 16 Abril 2021 21:15

O vencedor do ano passado Miguel Oliveira alcançou o nono melhor tempo no TL2 em Portimão, perdeu 0,726 segundos para o melhor tempo de Pecco Bagnaia, e agora espera melhorar no terceiro treino livre. Mas o problema dos pneus ainda está por resolver!

Fotos: Paulo Maria / Autoclube ACP

O piloto luso, tal como vários outros pilotos e especialistas, interroga-se sobre a estranha alocação de pneus da Michelin para o GP de Portugal. Por exemplo, o seu pneu dianteiro de corrida testado  partir de novembro não faz mais parte  dos 21 pneus ´slick’ que os pilotos recebem por Grande Prémio.

Foto de Paulo Maria / Autoclube ACP

“No TL1 tivemos condições mistas com muitos pontos húmidos na pista. Era difícil entender onde atacar e onde não o fazer – disse Oliveira – ao ponto de nem saber onde poderia ultrapassar. Felizmente o piso estava seco no TL2. Esperava um pouco mais do pneu traseiro macio, embora eu tivesse um bom ritmo com o pneu traseiro médio. Mas o pneu macio é difícil de entender até ao momento. E na frente temos agora uma mistura “difícil” que não nos dá apoio suficiente. É muito macio para nós. Agora precisamos analisar muitas coisas para melhorar a moto para amanhã.”

Foto de Paulo Maria / Autoclube ACP

O português está desiludido por ter perdido o pneu vencedor de 2020, com o qual também venceu na Áustria, e não entende essa abordagem da Michelin.

“O fato de não termos mais o pneu H na frente como composto macio é uma bofetada sem mão para nós”, reclama Miguel. “Foi um pneu muito bom. É verdade que a KTM usou essa mistura em primeiro lugar, mas por vezes também alguns pilotos Honda. Agora na KTM somos os únicos que temos a mistura mais difícil atrás e à frente. Já descrevemos este composto no Qatar como muito macio em ambas as corridas. É uma desvantagem difícil para nós. Por isso não entendo como a Michelin chegou a esta decisão”.

Por seu turno, o gerente da Michelin, Piero Taramasso, disse que a clara maioria dos pilotos no GP da Áustria de 2020 se opôs ao uso contínuo deste composto.

Foto de Paulo Maria / Autoclube ACP

“Há um desacordo com a Michelin sobre a falta de pneus dianteiros macios. Dizem que os pilotos votaram por unanimidade contra este composto na frente. Isso não pode ser verdade, porque, por exemplo, eu nunca chamado a essa votação. Não pode, portanto, haver unanimidade. Este era um pneu que funcionava bem a 30 graus de temperatura da pista. No Qatar ainda tínhamos esse pneu mas aqui não. Isso é contraditório. Todas as equipas têm os mesmos pneus disponíveis. Certamente essas misturas encaixam bem em algumas motos melhor do que na nossa. Temos que, de alguma forma, solucionar este problema.”

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Ricardo Ferreira
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