MotoGP, 2021: Franco Morbidelli fala em direto

Como é que Franco Morbidelli vai lidar com ter o seu amigo e mentor Valentino Rossi como seu novo companheiro de equipa de MotoGP da Yamaha da equipa da Malásia?

O nove-vezes campeão do mundo desempenhou um papel importante na ajuda à carreira de Morbidelli, que retribuiu a fé demonstrada nele ao tornar-se o primeiro campeão mundial da Academia VR46 em Moto2 e o primeiro e até agora único vencedor de uma corrida de MotoGP.

Mas se um colega de equipa é o primeiro piloto a bater, há algum risco de a sua amizade azedar esta temporada, quando se defrontarem em pista?

“Com o Vale, desejo o mesmo que a todos os meus amigos”, disse Morbidelli.

“Vale é um grande amigo meu, e a sua figura é talvez ainda maior que um amigo, e espero ser justo, correto e direito para ele em todos os aspetos da vida.”

“Vou correr contra ele da mesma forma que tenho corrido contra ele toda a minha vida. Nada vai mudar!”

“Talvez num momento e numa situação, o veja como o primeiro piloto a bater. E cinco minutos depois vou vê-lo como um dos meus melhores amigos. É difícil escolher entre os dois.”

“Acho que quando estiver na boxe, vou sentir mais essa sensação competitiva. Então, ele será o primeiro piloto a bater, com certeza. Mas é difícil separar o piloto do amigo.”

Mas se a competição em pista entre eles se tornar demasiado intensa, Morbidelli espera que ambos se lembrem do que mais importa na vida.

“Claro que estamos a lutar por algo grande, mas temos de nos lembrar que nada é tão grande como a amizade, o amor”, disse o atual vice-campeão do MotoGP.

“O lado humano é mais importante que os jogos. Isto é só um jogo. Um jogo muito importante, um jogo que temos feito desde criança, mas ainda é um jogo.”

“Por isso, é importante lembrar-nos disto quando estamos a lutar, e espero que estejamos a lutar por lugares cimeiros e coisas importantes.”

Morbidelli, que manteve Rossi à distância na sua corrida de Misano na época passada, a caminho da sua primeira vitória no MotoGP, acredita que Rossi sente um grande orgulho sempre que os seus ‘pupilos’ VR46 se saem bem.

“Não sei o que lhe passa pela cabeça quando vê os seus alunos a sairem-se tão bem. Tentando compreendê-lo, acho que está cheio de orgulho, isso é certo”, disse.

“Essa é uma das coisas principais que lhe passa pela cabeça quando me vê, ou ao Luca Marini, ou ao Marco Bezzecchi, mas também os outros pilotos a correr bem. Acho que está mais cheio de orgulho e mais feliz com o seu trabalho, e o seu legado.”

“Ele já acreditava em mim quando eu não tinha ninguém a apoiar-me em 2012, e acreditava em mim outra vez quando eu estava a lutar com dificuldades no MotoGP em 2018.”

Paulo Araújo

Jornalista especialista de velocidade, MotoGP e SBK com mais de 36 anos de atividade, incluindo Imprensa, Radio e TV e trabalhos publicados no Reino Unido, Irlanda, Grécia, Canadá e Brasil além de Portugal

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