MotoGP, 2021: As marcas em 2021, 1: A Honda RC213V
Um ranking especulativo das marcas em luta pelo título este ano, baseado na expetável evolução técnica de cada
Esta avaliação não contempla intangíveis, como o desempenho individual de pilotos ou, pelo contrário, a possibilidade de serem afastados por lesão, como aconteceu a Marc Márquez logo na primeira corrida do ano passado.
Apenas faz uma avaliação refletida da forma em que podemos esperar encontrar as várias marcas, tendo em conta como estavam o ano passado e o que disseram desde então sobre a sua evolução.
Porém, essa evolução trás logo à partida uma enorme incógnita: Isso foi feito durante a ausências de Marc Márquez e pode muito bem ter evoluído numa direção totalmente contrária às predileções do espanhol ou ao seu estilo de pilotagem.
Sabemos que Stefan Bradl trabalhou muito na tração, fazendo progresso na conservação dos pneus e na velocidade de ponta, e também na sensação problemática da dianteira, que causava a moto escorregar repentinamente de frente.
Esta era geralmente atribuída ao desempenho inferior do Michelin dianteiro em relação ao Bridgestone da era anterior.
Era uma coisa com que Márquez lidava facilmente mas desconcertava os outros, e além das melhorias terem permitido a Bradl tirar resultados razoáveis nas suas participações, acabando nomeadamente o ano com um excelente 7º em Portugal, foi uma evolução muito elogiada por, quer Alex Márquez, quer Nakagami, permitindo inclusivamente ao primeiro averbar dois segundos lugares em Le Mans e Aragón a meio da época.
Nakagami também se colocou na pole e este ano terá, pela primeira vez, uma moto de fábrica do ano.
Observando a RC213V versão 2021, parece quase idêntica, mas é sabido que várias alterações foram feitas a zonas de reforço no quadro, privilegiando certas áreas de flexão lateral sobre outras.
Isto tem o condão de tratar melhor os pneus ao controlar melhor a forma como a moto carrega a borracha contra o asfalto em inclinação.
Impedidos de mexer no motor, os engenheiros da Honda parecem ter ido buscar mais potencia ao diâmetro do escape que também parece ter sofrido um aumento.
Escape mais largo dá fluxo de gases mais fácil, que proporciona combustão mais rápida, que por sua vez iguala mais ciclos de potência por minuto, ou potencialmente maior velocidade.
Adicionalmente, parece-nos que a distância entre eixos está maior, facilmente conseguido através de um braço oscilante mais longo ou com um eixo colocado num sítio diferente, ou simplesmente chegando a corrente mais atrás… neste caso à procura de tração traseira.
A moto curta, rápida em inserção parece ter sido preterida em favor de maior eficiência na colocação da potência no solo, até porque na prática com piloto agressivos como Marc e Pol, a moto pode ser virada com a aceleração.
Segundo a Honda, a aerodinâmica também parece ter sido trabalhada, e logo de caras desapareceu o aileron sob a roda traseira copiado da Ducati.
Tudo depende, de facto, de como Márquez se adaptar, quer ao seu regresso, quer à sensação, que será certamente nova e diferente a princípio, da versão de 2021 da RC213V…