MotoGP, 2021: As diferenças na RC 16 de Miguel Oliveira

Por a 14 Fevereiro 2021 14:59

A evolução em MotoGP é sempre gradual, sob pena de descartar horas e horas de recolha de dados. Mesmo assim, há diferenças discerníveis na versão de 2021 da RC16

A aerodinâmica não parece ter sofrido grandes alterações, indicando que o pacote base há muito está basicamente correto

A evolução da RC 16 foi notável ao longo do ano passado quando, em relação ao modelo original, a carenagem passou a dividir junto a linha superior da dianteira, aonde normalmente estariam os faróis numa moto de estrada em vez de mais abaixo na zona lateral junto aos garfos.

O quadro também passou a ter tubos mais ovais na zona traseira, e a passagem da zona mais achatada vertical para a “viga” principal passou a ser mais suave e menos pronunciada.

A moto está nitidamente mais curta entre eixos, talvez tanto como 20mm, embora se possa observar que a zona de ataque onde se encaixa o veio do braço oscilante permaneça na mesma posição, indicando que, a ter-se mantido o ângulo  dos garfos WP, como parece ser o caso, revela que foi o braço oscilante que sofreu um encurtamento.

A ser assim, isto decerto vai fazer uma diferença massiva na condução da moto, especialmente na facilidade de inserção em curva e na recuperação à saída desta, embora quase de certeza à custa de algum nervosismo adicional e estabilidade em reta algo menos neutra.

Também há subtis diferenças no perfil dos silenciadores, cuja passagem de tubo para panela junto à cauda está mais suave e bem integrada, o que poderia indicar até um ligeiro alargamento dos tubos, visto que o silenciador parece não ter sido alterado no seu diâmetro.

Na zona do habitáculo, há uma pequena alavanca do lado direito, quase de certeza que atua o dispositivo de arranque, pois normalmente o punho direito é deixado livre para não atrapalhar a ação de aceleração, mas do lado esquerdo já se situam neste caso os botões do anti-wheelie, corte de limitador do pit lane, e outros, ao mesmo tempo que o ajustador que permite varia a mordida da manete do travão à medida que as pastilhas gastam durante a prova.

Isto é o que se pode ver à vista desarmada. A aerodinâmica não parece ter sofrido grandes alterações, indicando que o pacote base há muito está basicamente correto. Uma evolução pasa as mais recentes pinças Brembo, mais recortadas para maior refrigeração, também foi notada há algum tempo.


Quanto às diferenças invisíveis, decerto uma combinação judiciosa de alterações às curvas de injeção, mapas e demais eletrónica permitirá fazer a diferença, respeitando ao mesmo tempo o congelamento do desenvolvimento básico dos componentes motores.

Se a KTM RC16 ganhar com tudo isto um pouco mais de dirigibilidade, flexão nos sítios certos que permita poupar os pneus, e um nadinha de aceleração que por vezes faltava (em velocidade de ponta em si, estava frequentemente equiparada às rapidíssimas Ducati) então decerto as vitórias baterão à porta de novo em 2021!

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Paulo Araújo
Jornalista especialista de velocidade, MotoGP e SBK com mais de 36 anos de atividade, incluindo Imprensa, Radio e TV e trabalhos publicados no Reino Unido, Irlanda, Grécia, Canadá e Brasil além de Portugal
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alessandrohansenvargas
alessandrohansenvargas
3 anos atrás

Sem dúvida o line up da KTM é superior ao da Ducati em experiência. Três vencedores montam as RC16, com o multi vencedor Pedrosa no backstage…
Não temos como não depositar expectativas por uma KTM mais forte que em 2020, vamos ver se conseguem encontrar a regularidade em todos circuitos, para poderem atacar ao título mundial.

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