MotoGP, 2020, Europa: Viñales: Yamaha “deitou fora” a oportunidade do título

Por a 7 Novembro 2020 10:11

O espanhol reagiu ao seu castigo, que o fará arrancar para o GP da Europa do pitlane, dizendo que os erros cometidos pela fábrica de Iwata podem estar a custar-lhe uma oportunidade ao título

Na sexta-feira, foi confirmado que a Yamaha foi forçada a ultrapassar a alocação de motores de Maverick Viñales para 2020 ao encetar um sexto motor para o candidato ao título de MotoGP.

Isto obriga-o, pelo regulamento, a uma penalidade de arrancar do pitlane para a corrida de domingo.

Desde Jerez, Viñales tem gerido os dois últimos motores da sua atribuição e desde o GP de San Marino, o espanhol tem andado exclusivamente com os referidos motores. Depois da notícia, na quinta-feira, de que a Yamaha Motor Company, a Yamaha Monster Energy MotoGP e a Yamaha Petronas SRT tinham sido penalizadas com deduções de pontos, o fim de semana vai de mal a pior para o campo de Viñales.

“O problema é que em Jerez entenderam o problema depois de fecharmos o terceiro motor”, começou Viñales na conferência de sexta-feira. “Porque senão, ainda teria quatro motores, mais um, o nosso problema foi colocar um novo motor para a primeira corrida. Desde Aragón estou a ficar sem motores, por isso estávamos a gerir o melhor que podíamos e na segunda corrida só tinha um motor com muita quilometragem.”

“Fizemos toda a temporada com dois motores, conseguimos o melhor que pudemos. Não era seguro andar com o outro motor, sob perigo de entornar óleo na pista, por isso decidimos colocar um novo motor, pôr a segurança primeiro, e depois, e por isso tenho um motor novo, mas não importa porque no final a velocidade é a mesma. Vamos ver, o nosso problema não é isso. O problema é que não estamos ao nível, não sei porquê, mas desde Misano perdemos tudo e não conseguimos encontrar aderência. É muito difícil andar na moto.”

Quando é que Viñales descobriu que isto ia acontecer? “Ontem estávamos a discutir se nos arriscaríamos a ir com o quinto motor, fazendo apenas algumas voltas nos treinos livres. Mas para mim é muito arriscado. Se fosses o primeiro, com 20 pontos, podias fazê-lo. A questão é que não temos a afinação ideal, a moto não está a funcionar e depois temos de enfrentar a corrida com um motor velho. É verdade que tenho de começar da boxe, mas não posso fazer nada. O título ficou muito mais difícil, mas tudo pode acontecer.”

Viñales foi questionado se sabia desde o início que a Yamaha tinha quebrado as regras com as aberturas do motor.

“Não sabia de tudo isto. Até ao último momento não sabia de nada, por isso… A Yamaha não queria perturbar os pilotos e criar confusão na equipa, por isso não sabia. Acho que fizeram o melhor que puderam. Com certeza não é o melhor fim de semana da minha vida, mas é assim que é. Talvez chova e eu possa fazer uma corrida épica.”

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Paulo Araújo
Jornalista especialista de velocidade, MotoGP e SBK com mais de 36 anos de atividade, incluindo Imprensa, Radio e TV e trabalhos publicados no Reino Unido, Irlanda, Grécia, Canadá e Brasil além de Portugal
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