MotoGP, 2020: Advogado diz estratégia de Iannone toda errada

Por a 5 Dezembro 2020 15:00

O severo veredito contra o ex-ás da Aprilia de MotoGP Andrea Iannone continua a causar controvérsia

“Com tal falta de provas, o veredito era previsível”

O processo de recurso no Tribunal Arbitral Superior do desporto TAS terminou com uma proibição de pilotar quatro anos para a ex-estrela do MotoGP Andrea Iannone, a pedido da WADA (Agência Mundial Antidoping).

O italiano foi considerado culpado de tomar esteróides anabólicos numa amostra de doping colhia em Sepang no Outono de 2019. A amostra B também produziu o mesmo resultado.

Iannone recusou-se a aceitar a proibição original de 18 meses que teria terminado em Junho de 2021 e apelou. Para isso, foi ao TAS com os seus conselheiros e advogado. O principal argumento de Iannone era que tinha consumido as substâncias proibidas no Outono de 2019 sem se dar conta, ao comer um bife contaminado durante a digressão ultramarina na Ásia.

Agora, o advogado francês e especialista em direito desportivo Jerome Henry veio a lume dizer que está muito surpreendido com a estratégia imprudente e descuidada da defesa de Iannone.

O italiano parecia insuficientemente preparado para se defender em tribunal. Apenas uma amostra de cabelo foi apresentada, mas nesses casos tem pouca força probatória.

“Iannone simplesmente respondeu à questão do que tinha exatamente comido explicando que foi um grande bife”, disse Henry numa entrevista recente a um site francês. “Mas não parecia saber a composição exata do menu, e os seus advogados forneceram informações diferentes e contraditórias!”

Além disso, a defesa nunca produziu documentos como um duplicado da fatura, ou dados ou endereço do suposto restaurante na Ásia.

“Com tal falta de provas, o veredicto foi, na verdade, completamente claro e previsível”, argumenta Henry.

Iannone, vencedor na MotoGP em 2016 em Spielberg com a Ducati, não forneceu nenhuma prova ou argumento que o pudesse ter ilibado.

Segundo Henry, contactos com os dois restaurantes alegadamente possíveis não teria sido suficiente. Iannone também devia ter nomeado testemunhas, por exemplo as pessoas com quem tinha comido nos dias em questão.

Iannone poderia pelo menos ter provado que tinha tentado tudo pela sua defesa, mesmo que não apresentasse fossem provas válidas formalmente. “Mas não havia nada”, remata Henry. “É incompreensível.”

A Aprilia finalmente aceitou que, banido até aos 34 anos, Iannone dificilmente regressará e substitui-o na equipa de MotoGP.

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Paulo Araújo
Jornalista especialista de velocidade, MotoGP e SBK com mais de 36 anos de atividade, incluindo Imprensa, Radio e TV e trabalhos publicados no Reino Unido, Irlanda, Grécia, Canadá e Brasil além de Portugal
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