Moto2, Jerez: as alucinantes 5 primeiras voltas de Miguel Oliveira

Por Pedro Mendes a 6 Maio 2018 15:43

Marc Marquez fez o hole shot e chegou em primeiro á curva 1, seguido de muito perto por Peco Bagnaia, Lorenzo Baldassari e Brad Binder que partira de 5º. Miguel Oliveira entra na curva 1 já em 9º lugar depois de uma excelente partida, e logo de seguida á saída da curva 4 já está em 8,º mesmo em cima de Romano Fenati que partira de 9º na grelha. 3 metros atrás de Oliveira vem Pasini que partira de 10º.

Á chegada á curva 6 após a recta interior, a classificação é:

Marquez/Bagnaia/Baldassari/Binder/Mir/Vierge/Fenati/Oliveira/Pasini/Navarro

Baldassari passa Bagania na curva 6 e fica em 2º, Marquez em 1º abriu uns poucos de metros.

Á entrada da ultima curva (13) Miguel Oliveira passa Romano Fenati e chega ao 7º lugar.

Na recta principal Brad Binder passa Bagnaia e instala-se no 3º posto.

Entretanto na curva 2, Miguel Oliveira ja está mesmo em cima da Xavi Vierge, mas não consegue concretizar qualquer ultrapassagem durante toda a 2ª volta.

Mas a pressão continua e no final da recta da meta, o “falcão” faz mais uma presa e ultrapassa Mir subindo á 6ªposição.

Na frente, Baldassari recuperou a distancia para Marquez e prepara a ultrapassagem no final da recta interior, que concretiza á entrada da curva 6.

Nesse mesmo local, Miguel Oliveira faz mais uma vitima e ultrapassa Xavi Vierge, ocupando agora a 5º posição (estamos a meio da volta 3).

Os quatro primeiros abriram entretanto um ligeiro fosso de 50 metros para o pelotão, liderado por Miguel Oliveira, que mostra que não vai deixar que ninguém lhe fuja.

A fechar a volta 3, Miguel Oliveira já passa colado ao grupo da frente e regista a volta mais rápida da corrida batendo o recorde do circuito. No fim da recta está já colado a Bagnaia, mas só o consegue ultrapassar no final da recta interior, subindo ao 4º lugar.

Agora quem está na frente de Miguel é Marc Marquez que vem a perder desde o inicio em que liderou, mas que não vai aguentar muito tempo a pressão de Miguel que vem desenfreado desde o início, a ultrapassar tudo e todos. Brad Binder está em segundo lugar comprovando a excelente forma das KTM.

A fechar a volta 4 é a seguinte a classificação:

Baldassari/Binder/Marquez/Oliveira/Bagnaia/Vierge/Pasini/Mir

Entretanto Miguel Oliveira continua a fazer estragos e entra nos lugares do pódio por troca com Marc Marquez no final da recta interior. Estamos na 5º volta e agora já só estão 2 pilotos na frente de Miguel Oliveira, o seu colega de equipa Brad Binder que pela primeira vez se tinha emancipado, acaba afinal por ser alcançado pelo seu líder de equipa, que havia partido muito mais atrás na grelha.

A troca com Brad Binder dá-se exactamente na curva 13, a ultima curva do circuito, ainda durante a 5ªvolta.

Á entrada para a 6º volta Miguel Oliveira estava já em 2º lugar, posição que não mais largaria até ao final da corrida 19 voltas depois.

A luta pelo primeiro lugar nunca chegou a travar-se, uma vez que Miguel Oliveira preferiu assegurar o segundo posto e não arriscar desgastar demasiado os seus pneus para alcançar Lorenzo Baldassari que entretanto havia ganho alguma distancia.

Brilhante corrida de Miguel Oliveira que nos faz acreditar que tudo é possível em corrida, partindo de qualquer posição na grelha.

Mas friamente esta pouca consistência de Miguel Oliveira ao longo das varias sessões de treinos, culminando com fracos resultados na qualificação, não são um ponto positivo para quem precisa de ganhar corridas.

Hoje o Miguel fez praticamente um milagre e com este resultado conseguiu subir á 3ª posição do campeonato, mas não faz sentido que a equipa não consiga preparar-lhe uma boa moto, capaz de realizar pole positions.

Também temos que equacionar outra explicação, que não tem tanto a ver com a afinação da moto, mas sim com a maior ou menor predisposição do Miguel Oliveira para conseguir lutar pelos primeiros lugares da grelha, algo que implica um determinado “setup” psicológico que nem sempre possa estar disponível.

Temos que compreender que em Moto2, com motores iguais, as diferenças na qualificação são extremamente ténues, chegando ao cumulo de termos 20 pilotos no mesmo segundo.

Se Miguel Oliveira tivesse feito um tempo melhor em apenas 2 décimas, a posição na grelha teria sido a 7ª em vez da 14ª!!

Portanto tudo a correr bem ao fim de 4 corridas, com 3 pódios e o 3º lugar no campeonato estando tudo em aberto ainda em termos de objectivos. A vitoria absoluta no campeonato é a única posição desejável para um piloto deste calibre!

Vamos resolver a questão da qualificação e as vitorias estarão aí ao virar da esquina:

Força Falcão!