Miguelíada. Por João Pais
E em Julho foi então começando
O Mundial de louca pandemia
Jerez finalmente acelerando
Quem será que por ali venceria?
Logo as contas tão bem iniciando
Dos outros garantindo primazia
Bem Miguel, sacando oitavo lugar
Prometendo ano fora ir lutar
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Com Jerez de novo pela frente
De tais cavaleiros do asfalto
Oli começando de mão quente
Jogando sua aposta lá bem alto
E quem luta assim é nossa gente
Nosso coração trazendo em salto
Mas de Binder chegaria vil traição
Que grande, tão enorme desilusão
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República Checa chega então
Seguia o mês d’ Agosto a dia nove
Miguel com a Q1 quase na mão
Eis o pundonor que aos grandes move
Fazendo no domingo um corridão
Que classe o Falcão a todos prove
Cruzando o xadrez em sexto lugar
Alto vimos Miguel assim voar
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Na Áustria correndo em casa mãe
Prova com tragédia a passar perto
Foram Viñales, Valentino também
Salvos por milagre quase certo
Oliveira no começo indo bem
Mas de Pol encaixando desacerto
E afinal o que tanto prometia
Triste terminava em mão vazia
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Siga outra corrida em Red Bull Ring
Falcão voando, as asas abrindo
Que não se chore e a sorte se vingue
Em busca da glória prosseguindo
Porque se sua sina há quem chingue
Outros há que aceleram sorrindo
No fim aguardando grito profundo
Pela vitória mais linda deste mundo
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Itália recebe o circo em Misano
Mais garbo leva agora o d’Almada
Que estranho e que esquisito este ano
Cada curva no limite disputada
Com rectas a duzentos, mano a mano
Em sua Tech Trois dando gazada
Por entre Pol e Brad acabaria
Tão fraca foi colheita naquele dia
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Repetindo Rimini o desafio
Nova batalha haveria que travar
Alguns logo d’inicio com fraco pio
Outros pouco querendo exagerar
Gerindo a coisa de fio a pavio
Bom o prémio que tinha a aguardar
E na senda de tão bons garimpeiros
Ei-lo de novo nos cinco primeiros
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Regresso a Espanha, onde nem ventos
Tampouco casamentos chegam em bom
Se Barcelona prometia proventos
Ir à luta com tudo era bom tom
Mas até falcões passam por momentos
Onde por vezes não basta ter um dom
Estatelar-se-ia o nosso nobre Miguel
Somando nada de pontos no papel
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A mítica Le Mans se seguiria
Calendário marcando mais de meio
Se luta sem tréguas assim se queria
Pouco espaço se dava ao devaneio
Tal estratégia lúcida manteria
Oliveira, de mais pontos faz recheio
Mais uma terminada lá em cima
Outro poema seu de boa rima
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Arago, Araguinho Aragão
Parece refrão ou talvez lenga
Tem dias em que tudo é em vão
Por mais que se acelere, sai molenga
Vale a pena em tal hora um abanão,
Ou rebuscar sapiência avoenga?
Horas em que nem o canário canta
Tem corrida que todo o ponto espanta
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E aragonesa seria nova semana
Mais do mesmo parecendo querer trazer
O duplo oito sentindo aquela gana
De pela frente andar a combater
Lutar, fazendo jus à raça humana
E à sua equipa, bem alto o nome erguer
Vai homem nosso, e dez pontos mais
Que Aragão veja que a sorrir sais
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Valência seria poiso seguinte
Ricardo Tormo esperando Miguel
Já antes vencida e por conseguinte
Dia de desempenhar um bom papel
Puxando punho com grande requinte
Em curvas e rectas de fino cinzel
De novo por entre os cinco da frente
Valência, terra de gente valente
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E valencianas gentes a ver-te
Já crescido está o menino luso
A arte e sorte de poder ter-te
Em tardes à bancada dando uso
Rápido outros iriam combater-te
Sete dias depois, tempo difuso
Mas antes de rumares a Portimão
Novo sexto lugar, não foi mau não
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Pois à Mexilhoeira aportarias
Carregando bom sonho desse povo
De desafio algum, tu fugirias
Brilhando em circuito lindo e novo
E em três dias, loucas correrias
Com classe tamanha que aqui louvo
De Portimão fizeste o mundo e vida
De gente com paixão por ti merecida
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Em ano de pandemia cruel
Rasgada esperança nos desenhaste
Mil ou mais foram as vezes, Miguel
Em que nossos sonhos ocupaste
Palavras fossem escritas em papel
A ti que tuas tropas nos tornaste
E voando contigo em toda a parte
Vivendo hoje e sempre a tua arte
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Chega agora o ano de vinte e um
Sabemos-te piloto que nada teme
Seguindo-te sem receio nenhum
Gritamos contigo Kapa Tê Éme
Vamos Miguel hora do vrum, vrum, vrum
Tudo sonhamos contigo ao leme
Que se lembre agora, hoje e amanhã
Nada mais belo há que ser teu fã
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Novo formato, a qualidade de sempre!
Obrigado Pedro.
Bom demais, João Pais, e super temporada pra toda a portuguesada…
Braaaap!
Sempre bom vê-lo por aí Fausto. 😉
Lindíssimo 👏👏👏👏
Muito obrigado Paulo.
Já a aguardar a próxima tirada! É um prazer ler cada artigo!
Todas as terças-feiras por aqui, já sabes!
Uma verdadeira inspiração, sem dúvida!
🙂 @ Rodrigo!
Diversificar é evoluir, prestando sempre uma justa homenagem ao nosso Falcão, e à sua jornada em 2020!!
😉 .. grande ano, este de 2020.
Daqui a alguns anos estas crónicas vão fazer parte da estudo de língua portuguesa, de tão bem escritas que são. Que bela epopeia descreves nesta crónica. Excelente… como sempre.
Obrigado Ory … o que interessa é que continues por estas bandas, lendo e divulgando. Obrigado.
Num formato diferente, mas sempre com a qualidade habitual. Obrigado e um abraço.
Obrigado António, próxima terça-feira estaremos de volta à prosa. 🙂
Parece que a cada GP as linhas iam sendo escritas. Nesta terça foi tão somente juntar e concluir. É… Fácil como fazer melhor que o nosso Mig… 😉
Obrigado Rui … e a próxima crónica está alinhavada … sempre tentando manter os leitores por aqui!
Formato diferente…. Belas crónicas como sempre….
Formato diferente… Belas Crónicas como sempre…
Thanks Eddy!
Cheguei tarde, bem o sei
Mas queria disfrutar com calma
Miguel em poesia, adorei
Com este frio aqueceu a alma.
Obrigado por redigir a história Miguel merece escrita magistral
Ele vai voando para a glória
E o Jan Jan na escrita é genial!
Um forte abraço!
Saúde
Tarde não diria que chegaste
Pois o que conta é a intenção
E assim a prova aqui deixaste
Que escrita boa tens em tua mão