Mundial SuperEnduro – Diogo Vieira: “Quero chegar às finais”
À semelhança de João Lourenço, Diogo Vieira é o outro piloto português que irá estar presente no Mundial de SuperEnduro, competindo igualmente na categoria Prestige, a principal desta competição que aos poucos tem vindo a ganhar o seu espaço no panorama internacional.
Vice-campeão da nacional da especialidade, Diogo Vieira explicou ao MotoSport como surgiu a ideia de realizar o Mundial. “O ano passado acompanhei o percurso do Luís Oliveira, que foi vice-campeão do Mundo Júnior. Depois estive com a minha irmã, Rita, na ronda do Mundial feminino em Praga e gostei do ambiente que envolve esta competição bem como da pista. Ao mesmo tempo o Campeonato Nacional correu bem, pois sentia que tinha capacidade para andar junto do Luís. Tendo em conta todos estes factores decidi arriscar”.
Em relação aos objetivos delineados para os quatro Grandes Prémios que terá pela frente, Vieira referiu que para a prova inaugural, o GP da Polónia, pretende ver onde está em “termos de andamento e tentar chegar à final. A partir daí é evoluir e depois tentar obter o acesso às finais de forma constante nas últimas provas”.
Prestes a realizar a sua estreia no Mundial de SuperEnduro, o piloto da Beta teve a oportunidade no passado mês de março de estar presente na última ronda da temporada, que se realizou na capital de Espanha, Madrid. A competir na categoria Internacional, o piloto luso quedou-se pelo segundo lugar do evento. Uma experiência que já permitiu ter algum contacto com o que vai encontrar no Mundial pese embora os contextos serem diferentes. “Foi positivo, pois deu para ter uma experiência além-fronteiras e ver como são as pistas e o andamento”.
Diogo Vieira estará aos comandos da habitual Beta 250 RR, moto que o piloto português não esconde que poderá vir a ter algumas alterações. “Se tiver oportunidade talvez tire algum peso. Tenho de ver o que os pilotos normalmente costumam fazer e falar mesmo com eles para perceber o que é preciso fazer. Para as pistas nacionais não é necessário nada por aí além, mas nas competições internacionais parece que é habitual mexer na moto. Agora se chegar ao Mundial e constatar que o nível é muito avançado em princípio não irei fazer qualquer alteração”.
Num país ainda com poucas tradições no superenduro, Diogo Vieira partilha da mesma opinião de João Lourenço quanto à dificuldade em encontrar pistas para treinar. “Perto da minha residência não tenho nenhuma pista. Ainda esta semana tive de ir com o Diogo Ventura para Leiria, onde treinámos na pista que recebe o Nacional. Em comparação com Madrid as pistas em Portugal não têm nada a ver. São mais abertas e rápidas, enquanto fora do país existem mais saltos e obstáculos”.
Grande figura do trial nacional, está perto de revalidar o título obtido em 2015, mas também com incursões no enduro e superenduro, o piloto português confessou ter “pena que o trial não esteja muito forte em Portugal. É uma modalidade da qual gosto bastante e adoro sempre que posso fazer provas fora do nosso país. No entanto é uma disciplina mais difícil de treinar. Isto porque no enduro utilizam-se motos com assento e existem sempre muitos pilotos disponíveis, pois todos têm este tipo de motos. No trial já é mais difícil e tenho de ir normalmente sozinho, o que faz perder um pouco a motivação”.