MotoGP, as equipas: A Yamaha Petronas
Junte-se uma das maiores petrolíferas do mundo, a Petronas Malaia, e um circuito amplamente financiado e com interesse em promover-se, e que temos então? Uma das mais ricas formações do Mundial!
A Sepang International Circuit Racing Team, normalmente abreviada para Petronas em honra do sponsor titular, é uma equipa de motociclismo propriedade do Circuito Internacional de Sepang e gerida pelo seu anterior director Razlan Razali. O principal objetivo da equipa começou por ser promover pilotos malaios. Criada pela primeira vez em 2015 na classe de Moto3, em 2019 a equipa expandiu-se para a classe de MotoGP como Petronas Yamaha SRT e na classe MotoE como WithU Motorsport MotoE Team.
A equipa correu pela primeira vez em Moto2 em 2014, com o ex-piloto de Grande Prémio Johan Stigefelt a lançar a sua própria equipa na classe média com um chassis Caterham e com o apoio da companhia aérea malaia Air Asia. Terminando em sexto lugar no campeonato com Johann Zarco e Josh Herrin, a equipa transformou-se então na equipa do Circuito Internacional de Sepang para a temporada seguinte.
Encarregados de desenvolver talento malaio, a equipa, que também conta com o ex-piloto da Yamaha Wilco Zeelemberg como chefe técnico, contratou o piloto local Zulfahmi Khairuddin para a sua temporada de estreia na classe de pesos-leves, acompanhado pelo piloto checo Jakub Kornfeil.
Kornfeil subiu duas vezes ao pódio para a equipa e terminou em 12º lugar no campeonato, enquanto Khairuddin obteve um melhor resultado de quinto lugar no Grande Prémio do Japão. Kornfeil manteve-se com a equipa em 2016, terminando a temporada em oitavo lugar e ocupando um pódio na corrida em casa da equipa na Malásia.
Adam Norrodin, contratado para substituir Khairuddin, terminou o ano em 28º com um par de 11º lugares entre os seus melhores resultados.
Mantendo Norrodin e substituindo Kornfeil pelo piloto japonês Ayumu Sasaki em 2017, a equipa terminou a temporada na 17ª e 20ª posições, respetivamente.
Em Outubro, também anunciaram o regresso à classe de Moto2 para 2018, com o piloto malaio Hafizh Syahrin a juntar-se à seleção. Libertando Syahrin mais cedo do seu contrato para assumir o lugar de Jonas Folger na Yamaha Tech 3 de MotoGP, Khairuddin regressou à equipa para o início da temporada.
Mantendo Sasaki e Norrodin em 2018, a dupla terminou a temporada em 20º e 21º, com Norrodin a levar o melhor resultado de quinto lugar.
Khairuddin foi substituído na equipa de Moto2 após cinco rondas pelo finlandês Niki Tuuli, que vinha das Supersport e terminou o ano em 32º lugar só com um 15º lugar a seu crédito.
Em Julho de 2018 foi anunciado que a SIC Racing Team iria subir à classe rainha para a temporada de MotoGP de 2019, com a Yamaha a disponibilizar motos Yamaha YZR-M1 alugadas para as temporadas de MotoGP de 2019, 2020 e 2021.
Tudo começou durante o GP de Espanha de 2018, na primeira semana de Maio. Rumores de que duas vagas poderiam ficar disponíveis na grelha de MotoGP para 2019 chegaram a Razlan Razali e este não perdeu tempo em contactar Carmelo e Carlos Ezpeleta, altura em que a porta da classe rainha se abriu, ainda que só ligeiramente.
“A partir desse momento, entrei em contacto com a Petronas e coloquei este desafio ambicioso para a frente, e ao lado do Circuito Internacional de Sepang, eles imediatamente mostraram grande interesse em avançar com o sonho do MotoGP”, explica Razlan.
A Petronas não são recém-chegados ao motociclismo e têm uma longa história na Fórmula 1, obtendo resultados sensacionais com a Mercedes, incluindo os últimos cinco títulos do Campeonato do Mundo de F1.
Noor Afiza M Yusof, Chefe de Brand Management da Petronas, vê o seu sucesso em quatro rodas como o modelo a seguir no MotoGP: “Queremos repetir o sucesso que tivemos na Fórmula 1 no MotoGP. Somos fornecedores de lubrificantes e gasolina para a Equipa de F1 da Mercedes há vários anos e os resultados não poderiam ter sido melhores.”
A executiva acrescenta que esta nova relação irá muito além dos termos convencionais de patrocínio e incluirá uma colaboração técnica ainda mais apertada: “Tal como a Fórmula 1, o MotoGP é uma plataforma imbatível para participar como parceiro técnico e desenvolver combustível de corrida e lubrificantes.”
Assinando o estreante francês Fabio Quartararo e o italiano Franco Morbidelli e sendo acompanhados pela Petronas como patrocinador titular, a equipa passou a chamar-se Yamaha Petronas SRT. A equipa expandiu ainda mais a sua parceria com a Petronas no TT holandês de 2019, quando a petrolífera malaia também se juntou à equipa como parceira técnica, com a equipa a mudar para o óleo de motor Sprinta da Petronas.
Mantendo presença nas classes de Moto2 e Moto3, o piloto malaio Khairul Idham Pawi juntou-se à equipa na sua nova Kalex movida pela Triumph.
Na classe Moto3, Sasaki manteve-se ao lado do novo contratado John McPhee. McPhee deu à equipa a sua primeira vitória no Grande Prémio de França. A equipa expandiu-se também para a nova série da MotoE, contratando o piloto britânico Bradley Smith, que prontamente acabou o ano em segundo na nova série após 4 pódios.
A época de estreia na MotoGP foi sensacional, revelando ao mundo a capacidade de Fabio Quartararo, que fez tudo menos vencer um Grande Prémio: 7 pódios, muitas poles, algumas voltas mais rápidas, corridas na liderança e o Francês de Cannes acabou por ganhar o título de “Rookie” do ano com facilidade. O seu talento, ainda por cima numa Yamaha inferior, valeu-lhe o lugar na equipa de fábrica em 2021… e a Petronas, que poderá “herdar” Valentino Rossi, adorado na Malásia como um deus, vai continuar de êxito em êxito!