“O que dói mais é ter que parar, ficar por aqui…”

Por a 10 Janeiro 2016 19:31

Por vezes é difícil de perceber o que move a maioria dos pilotos do Dakar, especialmente os amadores das Motos, que ano após ano, regressam ao Dakar, e já sabem de antemão que vão sofrer a bom sofrer. Os obstáculos são mais do que muitos, mas a vontade de seguir em frente é, em 99 por cento dos casos, muito maior. O pior é quando chega a pior das notícias, e já não é possível prosseguir em prova. Por exemplo, o checo Nicolas Monnin, que a meio duma etapa numa zona com uma altitude de 4660 m já não aguentou mais e precisou de assistência médica, leia-se oxigénio. Alguns momentos depois, veio a pior das notícias para um piloto que quer chegar ao fim do Dakar “não se lhes pode dizer que têm de parar de imediato, há que ir com pinças” começou por dizer às camaras do Eurosport o médico, que depois levou a notícia ao piloto: “não é razoável continuares nessas condições, tinhas a cara roxa devido à falta de oxigénio, chegaste aos limites, não há nada que possamos fazer para continuares, tens de parar não podes continuar, assim é impossível” disse o médico.

 

Naturalmente, para o piloto, este é um momento muito triste: “Quando vimos ao Dakar traçamos alguns objetivos e uma vez aqui a única coisa que conta é chegar ao fim, não interessa em que posição, temos é que chegar ao fim. Dá uma grande raiva quando estas coisas acontecem. Claro que sente dor física, mas o que dói mais é ter que parar, ficar por aqui. Fazer o Dakar é tudo menos razoável” disse o piloto, já a chorar.

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José Abreu
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