Moto2: Pedro Acosta pode ser campeão na Tailândia

Por a 22 Outubro 2023 23:41

Tony Arbolino venceu a corrida mais curta de Moto2 na Austrália. Pedro Acosta respirou aliviado ao ver a bandeira vermelha, terminando em 9º lugar após uma recuperação fenomenal desde a parte de trás do pelotão.

As condições eram péssimas, com chuva e muito vento. Estava frio, com 12 graus no ar e 15 no asfalto. O murciano caiu na volta de formação. Primeiro apanhou um susto na curva 2 e depois sofreu um acidente na curva 4 quase parando. Tentou desesperadamente ligar a moto, mas não conseguiu, sendo rebocada até à garagem das motos de Aki Ajo. A moto foi prontamente reparada, a tempo de Acosta ir para o final da grelha, no 31º lugar!

Seguiram-se numerosas quedas, de Darryn Binder e Van den Goorbegh, de Barry Baltus, de Filip Salac a Sergio Garcia. Em resultado disto, mas também de um ritmo constante e sólido no piso molhado, Acosta foi subindo posições, volta a volta até entrar na zona de pontos. O ‘Tubarão de Mazzarón’ ultrapassou Hada e entou no ‘top 10’. No topo, Arbolino ficou sozinho com mais de 13 segundos de vantagem sobre Aldeguer e Canet. Izan Guevara ficou em quarto lugar no mesmo circuito onde foi proclamado campeão de Moto3 há um ano. Acosta deixou Marcos Ramírez para trás e ficou em nono, apanhando em seguida um outro susto na saída da curva 4, mas controlou a moto com mestria.

A 15 voltas do final a Direção de Prova levantou a bandeira vermelha e parou tudo por causa do mau tempo. Dois terços da corrida não foram concluídos. Ou uma nova corrida seria realizada com apenas seis voltas ou metade dos pontos seriam distribuídos, essa era a questão.

Decidiu-se não voltar a correr, pelo que Arbolino venceu, com Canet, segundo e Aldeguer, terceiro. Alcoba, quarto, Guevara, sexto e Acosta, nono. “É uma pena a metade dos pontos. Nestas condições eles deveriam dar o dobro”, disse Arbolino.

“Eu disse a mim mesmo, tens que terminar’, não foi confortável, mas consegui”, disse Aron Canet. “A corrida foi parada na hora certa”, disse Fermín Aldeguer.

O murciano foi contundente sobre a sua queda inicial: “Uma boa bagunça, mas expôs o estado de tudo. Não havia muita água, esse não foi o motivo da queda. Foi por causa do vento, por isso tantos caíram. Virámos a situação e descobrimos que também somos competitivos na água, mas o que doeu mais foi a confusão na pista”, afirmou. “Nem queria pensar no Mundial. Gosto de ganhar e hoje ganharam-me e por isso não posso falar em boas perspetivas”. Palavras de Pedro Acosta que explicam o gesto de agrado (com o pé fora dos estribos) como que a agradecer por terem parado a corrida na hora certa.

Na classificação geral, Tony Arbolino reduziu a diferença para Pedro Acosta, que, de qualquer forma, pode ser campeão na Tailândia. Arbolino está 56 pontos atrás, o que significa que Acosta precisa superá-lo em mais 19 pontos em Buriram. Isso implica vencer, ou ficar em segundo lugar, e garantir que o italiano some menos de cinco pontos, ou nenhum no segundo caso. Tudo é possível. De todas as formas, o primeiro ‘match-point’ está agendado para terras tailandesas, já no próximo fim-de-semana.

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Ricardo Ferreira
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